Muito interessante a perspectiva que ele coloca sobre carros elétricos nos diferentes mercados:De maneira bem resumida sobre mercado chinês (hoje 26MM de carros/ano e americano (15MM ano):EUANão acredita que o % de carros elétricos avance consideravelmente e apresentou inclusive um dado recente, de que das pessoas que venderam seus Teslas entre janeiro e setembro de 2024, 51% optaram por comprar um carro a combustão. Outros vinte e tantos porcento adquiriram um hibrído e apenas cerca de 1/3 voltaram a comprar um elétrico puro. Hoje elétricos representam cerca de 7% do total. Outros 0,7...
Muito interessante a perspectiva que ele coloca sobre carros elétricos nos diferentes mercados:De maneira bem resumida sobre mercado chinês (hoje 26MM de carros/ano e americano (15MM ano):EUANão acredita que o % de carros elétricos avance consideravelmente e apresentou inclusive um dado recente, de que das pessoas que venderam seus Teslas entre janeiro e setembro de 2024, 51% optaram por comprar um carro a combustão. Outros vinte e tantos porcento adquiriram um hibrído e apenas cerca de 1/3 voltaram a comprar um elétrico puro. Hoje elétricos representam cerca de 7% do total. Outros 0,7% são híbridos. Pra ele, não deve passar muito disso.As razões que ele apresentou para justificar sua visão são:1. Macro - EUA já são autossuficientes em petróleo (~13 a 14MM de barris dia) e equivalentes (outros cerca de 6MM entre gás e biocombustíveis). Com isso, não existe uma razão estratégica do governo federal em incentivar tanto os elétricos. (Hoje há estímulos tanto federais como estaduais, que somados chegam a ultrapassar U$15 mil de subsídios).2. Hábitos de consumo. Americanos viajam em média 23.000 km por ano com seus carros. Estão acostumados a cruzar o país dirigindo durante a driving season. E para percorrer grandes distâncias os elétricos não são adequados, pois demandam cerca de 1h de carga a cada 3 ou 4horas. Por uma questão de engenharia, mesmo com pontos de carga rápida, a bateria carrega até 80% em 30 min mas para chegar até 100% são necessários outros 30 min. Imagina aguardar 1h a cada 4 horas? 3. Gosto do americano por SUVs - Esses carros muito grandes tem uma performance bem ruim com motor elétrico. Não há perspectiva de melhora no curto/médio prazo.4. Infraestrutura - ele diz que a infraestrutura requerida é muito grande e que mesmo com estímulos de Bide, quase nada, literalmente, foi instalado. Boa parte dos pontos de recarga nem funciona. Não me lembro do %, mas creio que seja por volta de 1/4 do total.CHINAAo contrário dos EUA, lá ele acredita que o % de elétricos tem grande potencial de crescimento, mesmo já partindo de uma base já maior, pois elétricos (29%) e híbridos (11%) já somam 40% do total. Ele comentou da sangria que marcas européias e americanas, além da própria japonesa Toyota tem sofrido na China, com queda de milhões e milhões de unidades de 2022 para 2023 e seguindo em 2024. Apenas a Volkswagen, que já chegou a ter 30% de market share na China, teria vendido 3MM de veículos a menos ano passado. Mas montantes de magnitude semelhante também afetaram GM, Ford, Toyota e num degrau abaixo as européias de luxo como BMW, Mercedes e Audi. Dentre as grandes, apenas Stellantis estaria imune a derrocada na China, pois já não tinham relevância naquele mercado.As razões para hegemonia de elétricos na China:1. Macro - a China é altamente dependente de petróleo russo e do oriente médio, importando cerca dee 11 a 12MM de barris diários. Independente da questão de existir óleo no mercado, Sergio Habib lembrou um fato interessante. Todo petróleo que a China compra passa pelo estreito de Singapura. Basta observar no mapa. Isso impõe uma vulnerabilidade geopolítica enorme, pois em caso de algum conflito com EUA, que dispõem de porta aviões naquela região, poderiam bloquear a passagem de petroleiros pelo estreito e asfixiariam a logística de abastecimento chinês. Logo, para o governo chinês, quanto antes eles reduzirem essa dependência, mais soberanos se tornariam e imunes a uma retaliação americana.2. Consumidor chinês. Ao contrário de americanos, eles viajam bem menos, cerca de 13 mil km por ano. Também não estão acostumados a viagens longas, pois toda a área da costa chinesa (onde estão os 350MM de chineses de alta renda e se concentra toda parte próspera e urbana do país é servida por rede de trens de alta velocidade, que operam com preços consideravelmente mais baixos que nos EUA e Europa. 3. Infraestrutura: mais concentrada nessa faixa de 300 km do litoral oriental para o interior. Como não depende de agentes privados, fazer milhares de pontos de abastecimento em pouco tempo se trata de uma decisão do governo. E já estão fazendo em grande escala e velozmente.
Mostrar mais