De acordo com o Banco Central (BC), a saída de dólares na economia brasileira superou a entrada de recursos em US$ 8,286 bilhões no acumulado de Junho de 2019. Esse saldo é resultado de um ingresso total de US$ 56,723 bilhões e de uma retirada total de US$ 65,008 bilhões ao longo de dezenove dias úteis do sexto mês do ano.

O cálculo do fluxo cambial brasileiro, saldo entre a entrada e a saída de dólares do país, possui dois tipos de contas: a conta comercial, na qual são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação, e a conta financeira, que inclui as demais operações de câmbio, como os investimentos estrangeiros diretos, os recursos para aplicações financeiras, as remessas de lucros e dividendos e os empréstimos tomados no exterior.

No sexto mês do ano, a conta financeira apresentou um saldo negativo de US$ 8,434 bilhões, fruto de ingressos no valor de US$ 42,285 bilhões e de retiradas no valor de US$ 50,719 bilhões. 

Por sua vez, a conta comercial encerrou o mês com um superávit de US$ 148 milhões. As exportações no período somaram US$ 14,437 bilhões, enquanto que as importações totalizaram US$ 14,289 bilhões. As exportações foram compostas por US$ 2,342 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 4,970 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 7,125 bilhões referentes a outros tipos de entradas.

Variação Anual do Fluxo Cambial

O fluxo cambial negativo de US$ 8,286 bilhões registrado no Brasil no sexto mês de 2019 foi bem pior que o registrado em Junho de 2018. No sexto mês do ano anterior, o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 3,710 bilhões, resultado de um saldo comercial positivo de US$ 2,810 bilhões e de um saldo financeiro positivo de US$ 890 milhões.

A piora no saldo comercial do sexto mês de 2019 (-94,75%) decorreu, principalmente, da redução das exportações (-21,41%) entre Junho de 2018 (US$ 18,370 bilhões) e Junho de 2019 (US$ 14,437 bilhões). As importações, por sua vez, também diminuíram (mas em um ritmo menor) de um ano para outro (-8,11%), de US$ 15,550 bilhões em Junho de 2018 para US$ 14,289 bilhões em Junho de 2019, não sendo tão preponderantes para o resultado final.

Já o saldo financeiro apresentou uma considerável piora entre o sexto mês de 2018 e o de 2019. A entrada de recursos no país através da compra de ativos financeiros brasileiros diminuiu 9,35% entre Junho de 2018 (US$ 46,647 bilhões) e Junho de 2019 (US$ 42,285 bilhões). Por sua vez, a saída de recursos em decorrência da venda de ativos financeiros nacionais aumentou: 10,84% entre o sexto mês de 2018 (US$ 45,758 bilhões) e o sexto mês de 2019 (US$ 50,719 bilhões). 

Variação Mensal do Fluxo Cambial

O fluxo cambial negativo de US$ 8,286 bilhões registrado no Brasil no sexto mês de 2019 foi bem pior que o resultado registrado no mês anterior. No quinto mês de 2019, o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 346 milhões, resultado de um saldo comercial positivo de US$ 1,495 bilhões e de um saldo financeiro negativo de US$ 1,149 bilhões. 

A grande piora no saldo comercial de Junho (-90,09%) decorreu, principalmente, pela queda nas exportações (-13,79%) entre maio (US$ 16,747 bilhões) e o mês atual (US$ 14,437 bilhões). As importações, por sua vez, caíram menos que a redução das exportações de um mês para o outro (-6,31%), passando de US$ 15,252 bilhões em Maio para US$ 14,289 bilhões em Junho. 

Já o saldo financeiro apresentou uma grande piora entre Maio e Junho de 2019. A entrada de recursos no país através da compra de ativos financeiros brasileiros diminuiu 4,01% entre o quinto (US$ 44,052 bilhões) e o sexto (US$ 42,285 bilhões) mês de 2019. Já a saída de recursos em decorrência da venda de ativos financeiros nacionais aumentou (12,21%): de US$ 45,201 bilhões em Maio para US$ 50,719 bilhões em Junho.

Fluxo Cambial Acumulado entre Janeiro e Junho de 2019

No período acumulado entre os meses de Janeiro e Junho de 2019, a saída de dólares na economia brasileira superou a entrada de recursos em US$ 5,121 bilhões. Esse saldo é resultado de um ingresso total de US$ 364,874 bilhões e de uma retirada total de US$ 369,995 bilhões ao longo de cento e vinte e três dias úteis.

Este fluxo cambial negativo de US$ 5,121 bilhões registrado no Brasil nos seis primeiros meses do ano foi bem pior que o resultado positivo registrado no mesmo período do ano anterior. Nos seis primeiros meses de 2018, o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 22,525 bilhões, resultado de um saldo comercial positivo de US$ 29,767 bilhões e de um saldo financeiro negativo de US$ 7,241 bilhões. Já no acumulado de 2019, o saldo comercial encontra-se positivo em US$ 10,205 bilhões, enquanto que o saldo financeiro está negativo em US$ 15,327 bilhões.

A piora no saldo comercial entre os dois períodos (-65,72%) decorreu, principalmente, da piora nas exportações (-15,56%) entre os seis primeiros meses de 2018 (US$ 109,538 bilhões) e o mesmo período de 2019 (US$ 92,492 bilhões). As importações, por sua vez, aumentaram na comparação entre os dois períodos (3,15%), de US$ 79,792 bilhões entre Janeiro e Junho de 2018 para US$ 82,287 bilhões entre Janeiro e Junho de 2019.

Já o saldo financeiro apresentou consistente piora entre Janeiro-Junho de 2018 e 2019. A entrada de recursos no país através da compra de ativos financeiros brasileiros melhorou 3,07% entre os seis meses iniciais de 2018 (US$ 264,278 bilhões) e os seis primeiros meses de 2019 (US$ 272,382 bilhões). Já a saída de recursos em decorrência da venda de ativos financeiros nacionais também subiu (5,96%): de US$ 271,519 bilhões em 2018 para US$ 287,708 bilhões em 2019.

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