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- 03/12/2007
MARCOS ELIAS: SUSPENSO POR 12 MESES
RODOLFO E ROBERTO: MULTADOS
http://www.arenadopavini.com.br/artigos/noticias-do-dia/apimec-pune-analistas-da-empiricus-com-suspensao-e-multa-por-ataques-a-marfrig
Apimec pune analistas da Empíricus com suspensão e multa por ataques à Marfrig
A Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec) divulgou hoje decisão do Conselho de Supervisão da entidade punindo os analistas Marcos Eduardo Elias, Rodolfo Cirne Armstalden e Roberto Altenhofen, sócios da Empíricus, consultoria especializada em análise de empresas, pelos ataques à Marfrig Alimentos. Elias teve suspenso seu credenciamento de analista por 12 meses. Já Armstalden e Altenhofen terão de pagar multa equivalente a três vezes a taxa de registro da entidade. A decisão foi unânime. Segundo o processo, a Apimec recusou celebrar termo de compromisso com os acusados pela gravidade das acusações.
No processo, a Marfrig acusou a Empiricus Gestão de Carteiras de Valores Mobiliários e a Empiricus Consultoria e Negócios e seus sócios de, no fim do ano passado e início deste ano, publicar cartas abertas e relatórios de análise ofendendo a empresa e apostando na baixa das suas ações pois, segundo a companhia, “os fundos geridos pela Empíricus teriam efetuado venda a descoberto das ações da Marfrig no período em que foi deflagrada a campanha difamatória a seu desfavor”.
A empresa alegou que havia ligação entre a consultoria e a gestora, e que as ofensas foram pessoais e incompatíveis com os padrões de conduta de um analista de valores mobiliários.
A Empiricus alegou que apenas Marcos Elias deveria ser alvo do processo, uma vez que ele seria o único responsável pelos relatórios. Além disso, alegou que a Empiricus Gestão e a Empiricus Consultoria eram empresas distintas, cada uma com um objeto social, e portanto a gestora não deveria também ser acusada, assim como Altenhofen e Armstalden.
A Empiricus negou as acusações da Marfrig e alegou que foi ridicularizada durante reunião de analistas para discutir os “problemas” da companhia no Hotel Caesar Park, e teve sua reputação maculada perante os auditores da KPMG que estavam presentes.
Por isso, e “por uma questão de sobrevivência no mercado, dado as jocosas colocações da Marfrig”, iniciou a divulgação dos relatórios a fim de demonstrar “inconsistências” “com respaldo no direito constitucional de liberdade de imprensa e direito à informação”.
A Apimec recusou as alegações da Empiricus, lembrando que Armstalden e Altenhofen apareciam nos relatórios como analistas responsáveis. Além disso, durante interrogatório, Altenhofen afirmou que ele e Armstalden eram mais “mão na massa”, “a gente escreve mais, porém passa sempre pelo crivo do Marcos”.
Segundo a Apimec, “causa estranheza a leitura dos relatórios da Empíricus sobre a Marfrig, emitidos a partir de novembro de 2011 por parte de quem está acostumado com relatórios de análise de valores mobiliários”. A entidade destaca um trecho do relatório da Empíricus de 13 de dezembro, que diz “não sou santo. Meu preço é: despeça o Ricardo Florence (diretor de Relações com Investidores da Marfrig)!”… “Não confie em executivo metido a besta da capital, enólogo de araque. Livre-se dessa gente medrosa e republique seus balanços”.
A Apimec informou também que, pela análise dos documentos e depoimentos recolhidos, “não se pode concluir pela ocorrência de uma tentativa de manipulação dos valores mobiliários de emissão da Marfrig pelos analistas”, como acusou a empresa. “Todavia, a impossibilidade de chegar a essa conclusão não significa que ela não possa ter havido”, acrescenta a Apimec, para afirmar depois que, “caso tenha havido manipulação, ela não passará despercebida no âmbito do procedimento administrativo em trâmite na CVM”.
Segundo relatório da Apimec, após não receberem informações pedidas à Marfrig, que se referiu à Empiricus como um “blog”, a consultoria e os analistas “deflagraram uma evidente campanha contra a Marfrig junto à comunidade de investidores do mercado de capitais.”
A Apimec ressalta que entre 28 de novembro e 23 de dezembro do ano passado, “não houve um dia útil sequer em que a Empíricus não divulgasse relatório de análise onde constasse, a par de questionamentos sobre as demonstrações contábeis e financeiras, graves ofensas a diretores e controladores da Marfrig”. Além disso, segundo a Apimec, “em paralelo aos ataques pessoais, os analistas passaram a conclamar os invesidores a participar de verdadeiro ataque especulativo aos papéis da Marfrig”. Em outro trecho de relatório, de 6 de dezembro, destacado pela Apimec, há o texto: “Short, short, short em Marfrig”.
A Apimec observa que os ataques ocorreram antes da citada reunião com analistas no Caesar como motivo da desavença. E afirma que a Empiricus não pode invocar a liberdade de imprensa para os ataques, uma vez que “relatório de análise de valores mobiliários não é veículo de imprensa, não é jornal nem revista”.
O relatório da comissão da Apimec conclui que os analistas “descumpriram o disposto nos artigos 2, 19, 20, 21 e 22 do Código de Conduta para Analista de Valores Mobiliários, descumprimento esse agravado pela ocorrência de múltiplos incidentes por períodos prolongados”.
O blog tentou contato por e-mail com Marcos Elias, mas não obteve resposta.