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Valor Econômico - 04/04/2012
Coteminas Lança Plano Para se Reinventar
Publicado por Textile Industry em 4 abril 2012 às 11:24 em OPERACIONAL
Enviar mensagem Exibir tópicos Autor(es): Por Graziella Valenti | De São Paulo
A Coteminas, de Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, colocará em marcha um plano de reestruturação para reinventar o negócio, tanto no mercado de capitais como no varejista. São diversas medidas a serem tomadas que envolvem a estratégia do negócio, a comunicação com os investidores e a governança. O primeiro passo será migrar para o Novo Mercado. Assim, a Coteminas ficará ao lado da controlada Springs no segmento diferenciado da BM&FBovespa. A adesão ao selo de governança ocorrerá sem prêmio para o controlador, já que as ações preferenciais serão trocadas por ordinárias na mesma proporção. Para completar a maioria do capital, o controlador Josué Gomes da Silva lançará uma oferta de compra por 14 milhões de ações na bolsa, a R$ 3,60. Atualmente, ele detém 30% do capital total da empresa. A companhia vale atualmente em bolsa R$ 474 milhões, ou 28% de seu valor patrimonial, de R$ 1,7 bilhão. A reorganização dos negócios e da estrutura societária foi negociada com acionistas minoritários, em especial os gestores da Leblon Equities, que assumiram a participação de 10% que os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef detêm na empresa. Foram cerca de quatro meses de conversas, que envolveram a contratação, pela Coteminas, do Credit Suisse como assessor financeiro, e da consultoria Bain Company - mesma empresa que desenvolveu o plano de negócios da varejista têxtil de moda Hering, modelo que serve de inspiração para as modificações na empresa. A reinvenção da Coteminas na BM&FBovespa passa ainda por um compromisso de melhorar a comunicação com os investidores, com a contratação de um profissional com experiência no setor financeiro e de relações com investidores. Também serão uniformizados os conselhos de administração de Coteminas e Springs. Por fim, será formado um conselho deliberativo para atuar na Springs, com a indicação de profissionais com experiência no varejo. A companhia também admite a possibilidade de vender ativos, uma vez que possui hoje capacidade ociosa, e adotar medidas sobre as operações nos Estados Unidos, que vem encolhendo em tamanho e também em rentabilidade. No resultado de 2011, em que os desafios da empresa ficam evidente, o prejuízo consolidado de R$ 374,7 milhões sofreu o impacto negativo de R$ 269,6 milhões com a descontinuação de algumas operações. A receita líquida caiu 14%, para R$ 1,7 bilhão. A companhia fechou dezembro com endividamento bancário líquido de aproximadamente R$ 800 milhões. A reorganização também terá um aumento de capital de R$ 169 milhões em Springs para capitalizar o negócio, visando fortalecer a atividade do varejo com as marcas Artex, M.Martan e Casa Moysés. As novas ações serão emitidas a R$ 3,00. Atualmente, o valor de mercado da companhia é de R$ 462 milhões. A empresa possui hoje 200 lojas e planeja dobrar esse volume nos próximos anos. Também como parte desse amplo processo, a administração da Coteminas quer se engajar na criação de uma companhia de denin e brim com a união da controlada Santanense com a Cedro Cachoeira, na qual detém 30%. Essa participação na Cedro, atualmente numa holding acima, migrará para Coteminas, visando facilitar a negociação. O plano ideal da empresa é criar uma companhia nesse ramo e levá-la ao Novo Mercado, para que tenha o controle pulverizado.