Xangai, 24 de Julho de 2013 – A indústria chinesa continua perdendo fôlego, e o mercado de trabalho – peça fundamental nos esforços do governo do país para sustentar o forte ritmo de crescimento – também vem dando sinais de fraqueza. Os dados preocupam as autoridades chinesas e, sobretudo, o mercado financeiro, pois o enfraquecimento desses indicadores colocam em xeque o estímulo ao consumo interno como nova mola-mestre do crescimento do gigante asiático.
A diminuição do ritmo de crescimento chinês também geram efeitos negativos fora do país. As exportações japonesas já estão crescendo menos, apesar da desvalorização do iene, enquanto a Apple lamentava a incomum redução na demanda chinesa por aparelhos eletrônicos de marcas mais valorizadas.
Atividade industrial da China perde força
O Índice dos Gerentes de Compra (PMI) preliminar do HSBC/Markit para a China caiu para 47,7 neste mês, ante a leitura final de junho de 48,2, marcando o terceiro mês seguido abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração.
O índice geral das condições empresariais caiu de 48,2 no final de junho para 47,7, no terceiro mês seguido abaixo do nível 50, que marca o limite entre a expansão e a contratação. Foi também o pior resultado desse indicador desde agosto de 2012.
O subíndice relativo ao emprego caiu para 47,3 em julho, pior resultado desde o começo de 2009.
Preocupações com uma rápida desaceleração na segunda maior economia do mundo, assim como expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, começará a reduzir seu estímulo mais adiante neste ano têm agitado os mercados globais nas últimas semanas.
Os dados foram um sinal preocupante de que a desaceleração da economia da China afetou a demanda internacional e pode ameaçar a recuperação econômica do Japão.
A economia chinesa cresceu 7,5 por cento no segundo trimestre, em comparação ao ano anterior. Foi o nono período de desaceleração nos últimos dez trimestres.
O que o governo chinês vem fazendo para conter a perda de ritmo da economia?
Desde que assumiram seus cargos, em março, os novos líderes chineses se dizem preparados para tolerar um crescimento mais modesto e para promover uma reestruturação da economia no sentido de valorizar o consumo interno.
Mas não está claro até que ponto o governo chinês irá tolerar uma redução do crescimento, e os dados sugerem que os esforços para alterar as bases econômicas ficarão cada vez mais difíceis.