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Taxa Selic: Banco Central eleva taxa básica de juros para 8,50% ao ano

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Brasília, 10 de Julho de 2013 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu nesta quarta-feira e decidiu elevar a taxa básica de juros brasileira de 8,0% para 8,5% ao ano – uma alta de 0,50 ponto percentual.

Este foi o terceiro aumento consecutivo da taxa Selic, indicando que o Banco Central continuará com o ciclo de aperto monetário – apesar da economia ainda emitir sinais de fraqueza – na tentativa de adequar a inflação à meta estipulada pelo governo.

“Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 8,50% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.

A decisão do Comitê de Política Monetária foi unânime e veio em linha com o esperado pelo mercado. Os analistas projetam ainda mais duas elevações neste ano para a taxa de juros, que, segundo suas estimativas, deverá fechar 2013 em 9,25% ao ano.

Brasil ocupa atualmente a vice-liderança no ranking mundial de juros reais 

Após esta última elevação, a taxa Selic alcançou o maior nível desde abril de 2012, quando estava estipulada a 9,0% ao ano.

Atualmente, o Brasil ocupa a vice-liderança no ranking mundial de juros reais, com taxa de 2,5% ao ano, perdendo apenas para a China (2,9% ao ano). A taxa de juros reais é calculada após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses. No fim de maio, na reunião anterior do Copom, o país ocupava a quarta colocação mundial entre os países com maiores juros reais.

Entenda por que o Banco Central elevou a taxa básica de juros

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o Banco Central tem que calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas pelo governo, tendo por base o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

Ao subir os juros, o Banco Central atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

O problema é que a inflação não está mais sob controle. A mesma vem batendo no teto da meta sistematicamente nos últimos meses. Nos últimos doze meses, de julho de 2012 à junho de 2013, o IPCA somou 6,7%. O próprio Banco Central prevê, de acordo com o relatório de inflação divulgado no fim de junho, um IPCA próximo de 6% no final deste ano.

Os dados mostram que a instituição manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica, em 7,25% ao ano desde outubro do ano passado, elevando-a somente em abril, mesmo com a deterioração do cenário de inflação registrado no primeiro trimestre deste ano.

Mesmo com o Banco Central apertando a política de juros, a inflação tende a continuar próxima de 6,0%, tanto neste ano quanto em 2014. O problema é que se não apertar, a inflação tende a piorar. Tudo indica que o Banco Central, depois de ter promovido uma queda muito acentuada nos juros, tentando estimular a economia, mas sem ter a garantia de que a inflação estava sob controle, demorou muito para começar a subir a taxa básica.

Entenda como a alta da taxa básica de juros afeta o crescimento da economia

A elevação da taxa de juros também pode impactar no crescimento da economia brasileira. Juros altos tendem a desestimular o consumo e o investimento em produção.

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem sido constantemente revisado para baixo. No fim de 2012, o mercado financeiro estimava que o PIB do país avançaria 3,30% neste ano. Na semana passada, a previsão já havia recuado para um crescimento de 2,34%.

Entenda como a alta do dólar influenciou o aumento da taxa de juros

A recente disparada do dólar ante o real, que acompanha o movimento de valorização da moeda norte-americana no mercado internacional, é fator de grande preocupação com a inflação futura. Desde maio, a divisa acumula alta de quase quinze por cento, e encerrou o pregão desta quarta-feira cotada a 2,2729 reais – valor máximo dos últimos quatro anos.

O BC tem atuado no mercado de câmbio para segurar altas mais expressivas do dólar, sobretudo por meio de leilões de swap cambial tradicional – equivalentes a venda de dólares no mercado futuro. Mas o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, deixou claro que usaria a política monetária para segurar os preços, não a taxa de câmbio.

“O regime de câmbio flexível e uma adequada condução da política monetária reduzem o eventual repasse da depreciação cambial para a inflação”.

Dentro da equipe econômica, há a avaliação de que o dólar vai se estabilizar no patamar de 2,20 reais diante das indicações de que a economia norte-americana está de fato se recuperando e que o Federal Reserve, banco central norte-americano, começará a reduzir seu programa de compra de ativos e, assim, diminuir a liquidez mundial.

Não podemos desconsiderar, entretanto, que quase 25% dos produtos consumidos no Brasil são importados, o que faz com que a inflação oscile toda vez que a cotação do dólar oscila.

Analistas do mercado estimam que uma alta de R$ 0,10 no preço do dólar poderia ter um impacto de, no máximo, 0,2 ponto no IPCA deste ano. Deste modo, se o dólar estava cotado em cerca de R$ 2,00 antes da sinalização do BC norte-americano e passou, atualmente, para um valor próximo de R$ 2,30, o impacto seria de até 0,6 ponto percentual no IPCA. Entretanto, o dólar teria de permanecer neste patamar.

Antes da alta recente do dólar, a expectativa dos economistas dos bancos era de que o aumento dos juros total previsto para este ano seria de um ponto percentual, passando de 7,25% para 8,25% ao ano no fim de 2013. Após a disparada do câmbio, os economistas passaram a prever um ciclo bem maior de alta dos juros: para 9,25% ao ano no fim de 2013.

Entenda como a elevação dos juros pode contribuir para o fluxo cambial

Além de combater os efeitos do dólar alto nos preços, a alta de juros, teoricamente, contribuiria para evitar uma pressão maior de alta na cotação da moeda norte-americana. Isso porque, com juros maiores, poderia haver uma maior atração por capitais em busca de uma remuneração também mais alta, sendo que o Brasil tem, agora, a segunda taxa de juros real mais alta do planeta.

O único vies contra esse movimento seria o desgaste de imagem do Brasil perante o investidor estrangeiro. A credibilidade na política econômica em geral, incluindo o BC, é muito baixa, e as perspectivas de atividade econômica são cadentes, refletindo diretamente na perspectiva de crescimento do PIB, que vem sendo vigorosamente revisto para pior por analistas econômicos e pelo mercado financeiro.

A balança comercial fragilizada (com o pior resultado em dezoito anos no primeiro semestre), o nível de investimentos externos insuficientes e de uma política fiscal (contas públicas) severamente criticada pelo uso de manobras contábeis)em um ambiente de crescente déficit em transações correntes (nas operações do Brasil com o exterior) fomentam e dão sustentabilidade à tendência de alta do preço da moeda americana.

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