ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for discussion Cadastre-se para interagir em nossos fóruns de ativos e discutir com investidores ideias semelhantes.

Hoje é dia de Petrobras

LinkedIn

Rio de Janeiro, 25 de Fevereiro de 2014 – Logo após o encerramento do pregão desta terça-feira, a Petrobras (PETR3 e PETR4) divulgará o resultado de suas operações relativas ao último ano fiscal.

O dia da divulgação do balanço financeiro da principal empresa estatal do país é sempre um evento de grande importância para o mercado de ações brasileiro, dada a relevância das ações da empresa na composição da carteira teórica do Ibovespa e nos rankings de ativos mais negociados da BM&FBovespa.

Nos últimos anos, contudo, a empresa tem sido encarada com bastante desconfiança pelo investidor, por conta da produção estagnada, das importações em alta e das dívidas bilionárias.

A produção de óleo e gás caiu 2,5% em 2013, para 1,93 milhão de barris por dia – foi a segunda queda anual consecutiva e o pior resultado operacional da empresa desde 2008.

Desde o fim de 2010, logo após a super capitalização de R$ 120 bilhões, o endividamento da gigante brasileira de petróleo praticamente quadruplicou, com um aumento médio de mais de R$ 40 bilhões por ano. No terceiro trimestre de 2013, as dividas da Petrobras chegaram a R$ 193 bilhões, o que fez com que as agências de risco reduzissem a nota de investimento da empresa.

Parte dessa dívida tem origem no desequilíbrio entre o crescimento da produção da Petrobras e do consumo de combustíveis no Brasil, que fará com que os gastos com importações de gasolina e diesel da estatal aumentem 140% até 2020, passando dos US$ 12,68 bilhões de 2013 para um gasto anual de US$ 30,42 bilhões.

Pesa nessa conta, a recente (e crescente) alta do dólar, a falta de reajustes maiores nos preços dos combustíveis e a interferência do governo, que não abre mão de ter a Petrobras como arma contra a inflação. Um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) aponta que a companhia deixou de ganhar cerca de R$ 47 bilhões nos últimos 3 anos em função da defasagem dos preços da gasolina e do diesel vendidos no Brasil em relação aos valores internacionais.

A Petrobras tem sido obrigada a tomar empréstimos no Brasil e no exterior para equilibrar as contas e garantir os investimentos em novas plataformas e campos de exploração. Para o período entre 2013 e 2017, a empresa planeja investir US$ 236,7 bilhões – um valor estrondoso até mesmo para os padrões chineses.

A grande questão sobre a Petrobras no momento é: como uma empresa com um presente tão ruim pode cativar os investidores a voltarem a apostar em seu futuro? O que a empresa pode fazer para tentar mudar o cenário atual?

O dólar tem tudo para continuar valorizando-se em relação ao real, o que pressionará ainda mais a discrepante relação preço de compra x preços de venda de combustível.

Dificilmente o governo deixará de interferir na gestão da empresa, uma vez que o cenário macroeconômico de curto e médio prazo continuará pressionando a inflação.

Com o governo enfrentando dificuldades para controlar a inflação, um novo reajuste nos preços dos combustíveis seria impensável, principalmente em ano eleitoral.

Assim, a expectativa do mercado recai única e exclusivamente para o aumento da produção já em 2014, com a inauguração e início das atividades de projetos atrasados e de plataformas previstas no cronograma deste ano.

Para tentar sanar as dúvidas dos investidores e tentar injetar uma dose de ânimo do mercado, a empresa corre contra o tempo para aprovar e divulgar ainda nesta terça-feira o seu novo plano estratégico, referente ao período entre 2014 e 2018, onde serão detalhados as novas metas e o plano de investimentos para os próximos 5 anos.

A expectativa é que o documento também traga a previsão de crescimento da produção para 2014.

Embora o pré-sal aponte para um futuro promissor, permanece a dúvida se a empresa terá condições de chegar à expectativa de 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e atingir 4,2 milhões de barris em 2020.

Pela manhã, a Petrobras informou que a produção de petróleo no pré-sal, nas bacias de Santos e de Campos, alcançaram a marca de 407 mil barris por dia. Esse resultado é um recorde para a área e só pode ser alcançado após a entrada em operação de um novo poço em fevereiro, no campo de Sapinhoá, em São Paulo – um dos 21 poços atualmente em produção.

Entre 2015 e 2016, a Petrobras informa que outras oito novas plataformas entrarão em operação para a produção do pré-sal na Bacia de Santos, permitindo que a produção de petróleo da empresa supere 1 milhão de barris por dia.

 

Expresso do Oriente

 

O humor dos investidores chineses está cada dia pior. Nesta terça-feira, o principal índice da bolsa de valores de Xangai (SSI) fechou com forte desvalorização de -2,0%, cotado a 2.034,22 pontos. Os investidores continuam ressabiados com as medidas de redução de crédito adotadas pelo governo. Atualmente, quem mais sofre são as ações do setor imobiliário.

Em Hong Kong, o movimento também foi de ceticismo e muita preocupação em relação à economia chinesa, fazendo com que o Hang Seng (HSI.X) recuasse -0,4%, para 22.319,84 pontos.

 

Prestação de Contas

 

Antes do balanço da Petrobras, tivemos a divulgação dos resultados de 2013 de outras empresas bem conhecidas do investidor brasileiro: Marcopolo (POMO3 e POMO4), Even (EVEN3) e Multiplan (MULT3).

Logo após o fechamento do pregão de segunda-feira, a administradora de shopping centers Multiplan informou que obteve um lucro líquido de R$ 284,5 milhões em 2013 – valor 26,7% inferior aos R$ 388,1 milhões obtidos em 2012. No quarto trimestre, o lucro líquido da companhia ficou em R$ 57,2 milhões, uma queda de 55,8% frente aos R$ 129,3 milhões de um ano antes. A companhia também informou que as vendas nos 18 shoppings centers do grupo atingiram R$ 11,4 bilhões – crescimento de 16,3% ante o total de 2012. No quarto trimestre, foram R$ 3,7 bilhões (alta de 14% ante o mesmo período de 2012). Segundo a empresa, os resultados sofreram o impacto das despesas operacionais não recorrentes.

Também na noite de ontem, a construtora e incorporadora Even divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 86,5 milhões em suas operações no quarto trimestre – um recuo de 11% na comparação com o mesmo período de 2012. A empresa, que passou a integrar a carteira teórica do Ibovespa em janeiro, obteve, no acumulado do ano, um lucro líquido ajustado de R$ 282,9 milhões, um valor 10,1% maior em relação a 2012.

Já pela manhã, foi a vez da fabricante de ônibus Marcopolo divulgar seu balanço financeiro anual. A empresa encerrou o ano de 2013 com queda de 3,4% no lucro líquido, a R$ 292,1 milhões, em função de menor resultado financeiro no exercício. A companhia informou que o impacto foi decorrente principalmente do custo de captações de recursos para o investimento na canadense New Flyer Industries, que fabrica ônibus urbanos. A Marcopolo assinou um contrato de investimento estratégico com a empresa em janeiro do ano passado, no valor de 116,4 milhões de dólares canadenses (o equivalente a cerca de R$ 245,87 milhões). Segundo a companhia, as manifestações populares que culminaram com o congelamento das tarifas de ônibus prejudicaram a demanda pelos veículos a partir do quarto trimestre.

A Marcopolo também afirmou que publicação pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) do edital de licitação das linhas afetou a entrada de novos pedidos de ônibus rodoviários. A demanda no mercado interno atingiu 28.827 unidades no ano, avanço de 0,7% sobre 2012. Já a produção destinada ao mercado externo somou 4.282 unidades, recuo de 3,9% em relação a 2012. A companhia reiterou as expectativas de desempenho para 2014 divulgadas em dezembro, que contemplam investimentos programados de R$ 160 milhões, receita líquida de R$ 3,8 bilhões, e produção de 20.850 ônibus (33.000 unidades no padrão contábil anterior).

 

O Copom e o Tesouro

 

Nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) inicia mais uma reunião para definir o novo valor da taxa básica de juros da economia brasileira. Todo o mercado aposta em uma alta mínima, de 0.25 ponto percentual, elevando a taxa selic para 10.75% ao ano. O governo espera que um novo aumento seja suficiente para domar a inflação no país, que teima em não ceder, permancendo mais próxima do teto (6,5%) do que no centro (4,5%) da meta estabelecida pelo Bacen.

Diante da possibilidade de um novo aumento na selic, os investidores anteciparam-se e diminuíram (um pouco) as apostas nos títulos públicos indexados por índices inflacionários. Mesmo assim, o Tesouro Direto registrou um novo avanço no preço desses títulos, assim como um aumento no preço de compra das Letras Financeiras do Tesouro, indexadas pela taxa selic.

 

Real faz a quina

 

 

Nesta terça-feira, o dólar fechou em queda pelo quinto dia consecutivo, aproveitando-se da onda de otimismo que tomou conta do mercado de câmbio brasileiro depois que o governo federal divulgou a nova meta fiscal do país para 2014: 1,9%.

O mercado agora crê que o governo será capaz de cumprí-la, garantindo um saldo suficiente para o pagamento dos juros que incidem sobre os títulos da dívida soberana do país. Mostrando ao mercado que será capaz de honrar com suas obrigações, o governo mantém o país atraente para novos investimentos que, fatalmente, manteriam a liquidez da moeda norte-americana por aqui.

Com o restabelecimento da cofiança no país (pelo menos temporariamente), os investidores começaram a desmontar posições cambiais compradas, que vinham impulsionando a valorização do dólar.

O mercado cambial também reagiu a mais uma intervenção do Banco Central (Bacen), que ofertou 4 mil swaps cambiais tradicionais, que equivalem à venda futura de dólares. Os contratos com vencimento em 01 de dezembro deste ano foram todos vendidos e movimentaram US$ 197,4 milhões. O Bacen também concluiu a rolagem de todos os contratos cambiais que venceriam no dia 05 de março.

 

Petrobras e Vale derrubam a bolsa

 

Nesta terça-feira, o Ibovespa não resistiu à forte pressão exercida por seus dois motores propulsores (Petrobras e Vale) e fechou em baixa. O índice terminou a sessão cotado em 46.715,91, registrando uma perda de 1,43%.

Tanto a Petrobras quanto a Vale terão seus resultados de 2013 divulgados esta semana. No caso da mineradora, apesar do mercado contar com um bom resultado operacional em função da alta do dólar e do minério de ferro, algumas despesas financeiras ameaçam o lucro líquido da empresa. As preocupações com a desaceleração da economia chinesa por conta da retirada gradual da cessão de crédito também ajudaram a derrubar os valores da VALE5 e da VALE3.

Já a Petrobras continua o seu calvário de produção (em) baixa, falta de confiança do investidor e gastos cada vez mais altos comprando combustível no mercado internacional (dólar) para abastecer o mercado interno (real). A divulgação do balanço anual de 2013 apenas confirmará o que os preços das ações da companhia ja apontam. A preocupação dos investidores agora recai sobre a melhora na produção de 2014 em diante.

Deixe um comentário