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Estagflação, uma palavra difícil de aceitar

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A realidade brasileira está cada vez mais difícil de engolir. Se as estimativas para o PIB brasileiro só caem, o contrário é verdadeiro quando se trata da inflação. Uma palavra define o cenário atual do Brasil, mas é difícil pronunciá-la: a estagflação une estagnação econômica ou queda do nível de atividade com inflação crescente.

O fenômeno é raro e só foi definido assim em meados da década de 60, quando o  político britânico Iain Macleod, em 1965, durante seu discurso no Parlamento alertava para as condições econômicas do período no Reino Unido. O contexto era de aumento da inflação e ausência de uma política monetária por parte do governo britânico para controlar a situação.

Segundo o Novíssimo Dicionário de Economia, de Paulo Sandroni, o fenômeno, típico do pós-guerra, se acentuou em quase todas as economias capitalistas desenvolvidas depois da chamada crise do petróleo (1973-1979). Este é o pior dos mundos para uma economia e contraria totalmente a teoria clássica, segundo a qual a inflação tenderia a recuar com o aumento do desemprego.

O fato é que o desemprego no país atingiu 7,6% em setembro, a mesma taxa de agosto, mas a maior para o mês desde 2009, quando bateu 7,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e continua em tendência crescente. No mês passado, o índice atingiu 7,9% – o índice mais elevado para outubro desde 2007, quando a desocupação chegou a 8,7%.

Neste meio tempo, a inflação não deu trégua e tampouco suas projeções. A mediana das expectativas dos especialistas ouvidos pelo Relatório Focus do Banco Central é de que o índice oficial de inflação supere os 10% neste ano. Para 2016, a projeção ficou em 6,5%. Confirma o quadro negativo, a divulgação do IPCA-15 nesta semana. O indicador, tido como uma prévia do IPCA, acelerou em novembro e ultrapassou o patamar de 10% no acumulado em 12 meses pela primeira em 12 anos. No período, a inflação acumulada ficou em 10,28%. A alta no período foi a mais elevada desde novembro de 2003 (12,69%).

A situação atual mostra o retrocesso causado pela política econômica adotada pelo governo Dilma, marcado pela irresponsabilidade fiscal. A última vez que o Brasil esteve nesse imbróglio foi durante o Regime Militar, tido por muitos brasileiros como o “salvador da pátria” neste momento. Vivemos o primeiro período de estagflação no Brasil durante a década de 60. Depois voltamos a experimentá-lo a partir de 1981, quando o fenômeno reapareceu com força até o primeiro semestre de 1984. Depois de 1986, a estagflação voltou a nos assombrar e foi, somente a partir de 1994, com a introdução do Plano Real e da reforma monetária que a inflação baixou e o PIB voltou a crescer, mas há o risco da perda desta conquista agora.

O problema é que o quadro fica cada vez mais grave e não há perspectiva de que se reverta em um curto espaço de tempo. As tentativas de reverter o agravamento das contas públicas ainda se mostram pouco eficazes, contaminando as perspectivas futuras. Infelizmente, a deterioração das expectativas semana após semana no relatório Focus dá poucas esperanças em desejar um Feliz 2016.

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