Os principais fundos de investimentos abertos do BTG Pactual perderam R$ 7,7 bilhões em aplicações em três dias por conta de saques de investidores após a prisão de seu presidente e principal executivo, André Esteves. Os resgates começaram na própria quarta-feira, dia da prisão de Esteves, quando saíram liquidamente R$ 4,3 bilhões, e continuaram na quinta-feira, com mais R$ 2,357 bilhões e na sexta-feira, com R$ 1,095 bilhão, conforme estudo elaborado com o sistema Economatica. O levantamento considera apenas 19 fundos com resgate acima de R$ 50 milhões no período, o que significa que a perda de depósitos deve ser ainda maior, aproximando-se de R$ 8 bilhões.

Analistas lembram também que esses números não incluem fundos que têm carência para resgate, o chamado “lockup”, que pode chegar a 30 dias. Nesse caso, o impacto da prisão vai aparecer somente ao longo do mês que vem. Eles lembram também que há um esforço dos sócios para compensar os resgates com aplicações, evitando uma queda muito grande de patrimônio. Mesmo assim, o patrimônio total desses 19 fundos recuou de R$ 22,732 bilhões no dia 24, véspera da prisão, para R$ 15 bilhões no dia 27, sexta-feira passada.

Segundo informações do mercado, há um movimento também de saída de clientes de alta renda do private bank, que também é um dos negócios principais do BTG, ao lado da asset, para outros bancos, especialmente para Itaú Unibanco. Analistas temem que o impacto negativo das denúncias continue afetando a imagem do banco.