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Alta do dólar em 2015 é a 3ª maior desde o Plano Real; na Era Dilma, moeda subiu 133%

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O dólar comercial médio calculado pelo Banco Central (BC), o chamado PTax, fechou 30 de dezembro, vendido a R$ 3,90, acumulando uma alta de 47,01% no ano, segundo dados da Economática. Foi a terceira maior alta da moeda americana desde a criação do Plano Real, em 1994, que estabilizou a moeda brasileira e criou o real. No fim de 2014, a moeda valia R$ 2,66. Desde 2010, início do governo Dilma Rousseff, quando o dólar custava R$ 1,67, a moeda subiu 133,5%.

A forte alta do dólar neste ano reflete problemas internos, mas também o ajuste das moedas dos países emergentes à queda na atividade na China, que derrubou os preços das commodities exportadas por esses países, e também o fortalecimento do dólar, que culminou com o aumento dos juros nos EUA em dezembro, após sete anos perto de zero. O real foi a moeda que mais se desvalorizou em 2015 entre os emergentes.

O PTax é usado como dólar oficial nos contratos que preveem correção cambial e nas contas públicas nacionais, além de cálculos de impostos e balanços.

Receio de renegociação de dívida

A maior valorização do dólar no real ocorreu em 2002, em meio ao receio de que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva cumpriria as diretrizes de seu partido, o PT, que previam a renegociação das dívidas interna e externa e o fim da Lei de Responsabilidade Fiscal. A Carta aos Brasileiros acalmou os investidores, assim como a indicação do então tucano Henrique Meirelles para a presidência do Banco Central. Apesar disso, o dólar encerrou o ano de 2002 com alta de 52,27, negociado perto de R$ 4,00.

Fim da paridade cambial e flutuação do dólar

A segunda maior alta ocorreu em 1999, e foi a primeira grande desvalorização do real, marcando o fim da âncora cambial que deu sustentação à moeda nos primeiros anos, e que mantinha o dólar tabelado perto de R$ 1,00 graças a juros elevados e intervenções do Banco Central (BC). A desvalorização, que atingiu 48,01% no ano, veio acompanhada da flutuação da moeda e do fim do controle do câmbio pelo BC, que passou a intervir indiretamente no mercado.

Com isso, o modelo do Plano Real mudou e passou a incorporar três eixos principais: as metas de inflação, pela qual o BC assumia o compromisso de manter os preços e portanto o valor da moeda sob controle, o câmbio flutuante, para absorver choques externos e proteger as reservas do país, e o superávit primário das contas públicas, que garantia que o governo não emitiria moeda ou se endividaria demais a ponto de ameaçar a moeda.

Nova Matriz Econômica e o dólar

Boa parte da desvalorização brasileira este ano e nos anos recentes é um reflexo da tentativa do governo Dilma de acabar com esse tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e controle da inflação. A chamada “Nova Matriz Econômica” considerava possível manter o crescimento aumentando o gasto público, driblando a Lei de Responsabilidade Fiscal usando banco públicos para financiar irregularmente o governo. Também recorreu à intervenção no mercado de câmbio, para segurar a alta do dólar e evitar seu impacto na inflação. E reduziu o combate à inflação permitindo juros menores, usando ainda o congelamento artificial de preços administrados como gasolina e energia para manter a inflação. A manutenção do dólar artificialmente baixo favoreceu as importações e prejudicou as exportações, levando a um aumento do déficit externo de contas correntes, elevando a dependência do país de capitais internacionais.

O resultado foi o aumento descontrolado do déficit fiscal, a desconfiança dos agentes econômicos nas contas públicas e um forte aumento da inflação por conta do ajuste dos preços públicos. E o dólar foi um dos preços que se ajustou, pressionado ainda pela saída de investidores estrangeiros que previram que a piora das contas públicas levaria a um forte aumento da dívida do governo e a perda do grau de investimento, o que ocorreu em setembro, com a Standard & Poor’s, e com a Fitch, em dezembro.

Expectativa de alta

A expectativa é de que o dólar continue pressionado pelo receio com a incapacidade do governo em ajustar as contas públicas. A melhora das contas externas, por sua vez, tende a reduzir a pressão sobre o dólar, assim como as reservas de US$ 370 bilhões. Mas as previsões são de nova alta da moeda em 2016, para R$ 4,10 a R$ 4,20.

Abaixo os gráficos com a variação do dólar no real, por ano e por trimestre, segundo a Economática.

 

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