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Com esse dólar, ainda vale a pena comprar no exterior?

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Imagine que o dinheiro que está na sua mão consegue comprar agora apenas a metade do que comprava há um ano. É mais ou menos isso que está acontecendo com os brasileiros que recebem suas rendas em reais, mas gastam em dólar quando vão ao exterior. Isso porque o real se desvalorizou quase 50% em relação à moeda americana no ano passado. Como a pressão cambial continua, resta a dúvida: será que ainda vale viajar com o objetivo único e exclusivo de comprar?

Desde o início do Plano Real (1994), quando R$ 1 valia US$ 1, as compras no exterior se tornaram um bom programa. A vocação de Miami foi ao extremo, e a cidade virou o paraíso verde e amarelo. Nova York não ficou de fora, tampouco os templos de consumo europeus.

Mesmo sem a paridade, o dólar foi mantido em uma faixa considerada vantajosa em boa parte desse período recente, favorecendo as viagens internacionais com foco no “shopping”. Não à toa, o povo brasileiro passou a ser um dos que mais gasta além de suas fronteiras.

É claro que a estabilidade do real e a alta da renda no Brasil também elevaram o consumo doméstico nesse período. Mas fatores como “custo Brasil” (como impostos) e “lucro Brasil” (como margens absurdas) acabavam por deixar determinados produtos estrangeiros imbatíveis no preço, sem chances para a indústria nacional.

Por exemplo, segundo um estudo do banco australiano Commonwealth Bank, de janeiro de 2007, um iPod custava o equivalente a cerca de R$ 650 no Brasil, ao passo que nos Estados Unidos, o dispositivo valia em torno de US$ 150. Nesta época, a cotação girava em torno de US$ 2. Ou seja, se comprado nos Estados Unidos, o aparelho da Apple sairia por menos da metade do preço. Assim era com muitos produtos, que compensavam o custo das idas ao exterior.

Agora, no entanto, o quadro mudou. A cotação em torno de R$ 4 faz toda a diferença nos preços dos produtos. Passagens aéreas e hospedagem acabam pesando mais no bolso. Além disso, em reais, o parcelamento em diversas vezes no cartão de crédito acaba sendo um benefício. A ausência de IOF, um peso adicional no cartão internacional, também faz a balança pender para compras domésticas.

De qualquer modo, pode ser que determinados produtos ainda valham a pena se comprados no exterior, não só pelo custo Brasil, mas também porque a alta de preços aqui está num ritmo forte, com a inflação anual na casa dos 10%. Se este for o caso de algum item que você deseje, resta aproveitar eventuais viagens a trabalho ou pedir a um conhecido que esteja embarcando para trazer o que lhe interessa.

Assim, a dica principal é ficar atento às oportunidades e sempre comparar preço e qualidade dos itens nacionais e estrangeiros. O fato é que os áureos tempos das compras lá fora parecem estar suspensos, pelo menos por um tempo. A nova realidade já se reflete nas contas externas do país. O gasto dos brasileiros no exterior caiu 62% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2015: despencaram de US$ 2,2 bilhões para US$ 840 milhões no intervalo de um ano.

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