O principal índice acionário brasileiro conseguiu mostrar algum poder de reação nesta sexta-feira, acompanhando o bom humor reinante nas bolsas de valores internacionais, influenciado pela forte alta na cotação do barril de petróleo. Foi a primeira alta do Ibovespa na semana, interrompendo uma sequencia de três pregões de consideráveis perdas.

Em 2016, após vinte e sete sessões de negociações, o Ibovespa acumula uma desvalorização de 8,17%. Já no segundo mês do ano, após oito pregões, o índice de ações acumula perda de 1,48%.

Ibovespa Hoje

O Ibovespa subiu 1,25% nesta sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2016, fechando cotado em 39.808,05 pontos. Ao longo do dia, o principal índice de ações do Brasil oscilou entre 39.324,24 pontos (valor mínimo) e 39.900,58 pontos (valor máximo). No pregão anterior, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo perdeu 2,62%, encerrando o dia cotado a 39.318,30 pontos.

O volume financeiro total movimentado durante o dia pelos ativos componentes do Ibovespa foi de R$ 3,430744 bilhões.

Cenário Externo

No exterior, o clima ainda é de muitas incertezas.

Ninguém sabe como as bolsas de valores chinesas reagirão após ficarem fechadas, durante toda semana, em virtude do feriado de Ano Novo Lunar.

Foi uma semana bem difícil para o mercado financeiro global. Isso fará com que os investidores locais ajustem suas posições na próxima segunda-feira, impondo fortes perdas aos ativos chineses. Uma forte desvalorização das ações na China pressionará, mais uma vez, as ações das demais bolsas de valores internacionais.

Outro ponto de interrogação é o comportamento do preço do barril de petróleo. A recente queda da cotação internacional da matéria-prima vem contaminando a economia global, reduzindo o apetite dos investidores por ativos de maior risco e pressionando os ativos de países emergentes, como o Brasil.

Nesta sexta-feira, entretanto, o preço do barril de petróleo subiu forte. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova Iorque (NYMEX), o petróleo encerrou o dia negociado a US$ 32,77 – uma valorização de 5,71%.

O motivo? Declarações do ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazrouei, alimentaram expectativas de um corte coordenado na produção de petróleo global. A perspectiva de diminuição da oferta da commodity fez seu preço subir nesta sessão.

As principais bolsas de valores asiáticas voltaram a abrir nesta sexta-feira. As exceções foram as bolsas de valores da China e Taiwan, ainda fechadas em virtude das celebrações do feriado do Ano Novo Lunar.

– China: não registrou negócios hoje

– Hong Kong: -1,22%

– Cingapura: +0,07%

– Austrália: -1,16%

– Coreia do Sul: -1,41%

– Taiwan: não registrou negócios hoje

– Japão: -4,84%

Na Europa, as principais bolsas de valores fecharam o dia em forte alta.

– França: +2,52%

– Inglaterra: +3,08%

– Alemanha: +2,45%

– Itália: +4,70%

– Espanha: +2,25%

– Portugal: +1,66%

O Dow Jones, principal índice de ações dos Estados Unidos fechou em forte alta de 2,00%, cotado a 15.973,84 pontos.

Cenário Interno

No âmbito nacional, os investidores continuam bastante preocupados com as contas públicas do país.

O governo federal decidiu adiar para março o anúncio dos cortes que serão realizados no Orçamento de 2016. O adiamento é resultado da indecisão do governo sobre o que cortar e, principalmente, sobre quanto cortar. Há fortes sinais de que o corte orçamentário será bem menor do que o promovido nos últimos anos.

Nos últimos dois anos fiscais, o Brasil registrou déficit primário, ou seja, suas despesas foram maiores que suas receitas. Para 2016, o governo federal planejava obter um superávit primário equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor percentual, apesar de positivo, já seria insuficiente para pagar os juros da dívida pública federal. Mesmo assim, o governo tem sinalizado que pretende alterar a lei que o obriga a cumprir com a meta orçamentária – estabelecida no ano anterior pelo próprio governo – já aprovada pelo Congresso Nacional. A intenção é adotar uma meta variável, que oscile conforme a variação da arrecadação do governo.

As incertezas sobre o ajuste fiscal, que deveria ser promovido pelo governo, vem provocando forte instabilidade no mercado de ações brasileiro. A dívida pública federal vem crescendo exponencialmente e o governo vem tendo muita dificuldade em honrar seus compromissos e equilibrar suas contas. Há grande receio de que, em algum momento, o governo não tenha mais dinheiro para garantir o pagamento dos juros relativos à sua dívida. Isso assusta, e muito, os investidores – principalmente os estrangeiros.

A diminuição do investimento estrangeiro provoca queda no volume de negócios do mercado de acionário brasileiro, fazendo com que a cotação das ações tenda a cair.

Petrobras

A Petrobras foi a principal força-motriz para o crescimento do principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo nesta sessão. As ações da companhia petrolífera foram influenciadas pela forte alta dos preços internacionais do petróleo.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que fornecem a seus detentores o direito a voto em assembléia da companhia, tiveram alta de 6,77%, fechando cotadas a R$ 6,77. Já as ações preferenciais (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, subiram 5,20%, cotadas a R$ 5,20.

Outro fator  que contribuiu para a alta das ações da companhia foi o artigo do jornal Valor Econômico  sobre empresas interessadas em determinados ativos de gás colocados à venda pela Petrobras.

Vale

As ações da Vale também favoreceram a nova alta do Ibovespa.

As ações preferenciais da mineradora (VALE5) subiram 2,02%, cotadas a R$ 7,56. Já as ações ordinárias da companhia (VALE3) ganharam 3,85%, encerrando o dia valendo R$ 10,25.

Composição o Ibovespa em 12 de Fevereiro de 2016