Em fevereiro de 2016, a variação acumulada no ano do Índice de Preços ao Produtor (IPP) atingiu 0,09%, contra 0,68% em janeiro. De acordo com o Instituto de Pesquisa de Geografia e Estatística (IBGE) os preços coletados nas indústrias de transformação variaram -0,58% na comparação mensal. Nos últimos doze meses, o índice variou 8,57%.
Entre as atividades que no acumulado de 2016 obtiveram as maiores variações percentuais na perspectiva sobressaíram: indústrias extrativas (-15,40%), produtos de metal (5,34%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,32%) e bebidas (-3,66%).
Os setores que exerceram as maiores influências sobre a oscilação do Índice de Preços ao Produtor no ano foram: indústrias extrativas (-0,42 ponto porcentual), alimentos (0,39 ponto porcentual), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,38 ponto porcentual) e veículos automotores (0,22 ponto porcentual).
A seguir, estão as análises detalhadas esses sete setores que, no mês de fevereiro de 2016, exerceram grande influência percentual na composição da variação acumulada no ano:
Produtos de metal
Nos dois primeiros meses de 2016, os preços do setor acumularam variação de 5,34%. Esta é a maior variação positiva de preços observada no acumulado do ano, entre todas as atividades pesquisadas. Os produtos com maior influência sobre a variação positiva acumulada no ano foram: “ferramentas intercambiáveis para máquinas manuais ou máquinas – ferramenta”, “lâminas de barbear”, “latas de alumínio para embalagem” e “rolhas, tampas ou cápsulas metálicas”.
Refino de petróleo e produtos de álcool
O resultado de -3,06%, observado na comparação de preços entre fevereiro e janeiro de 2016, é a maior variação negativa observada. Com ela, o acumulado no ano chegou a -3,63%, maior valor negativo já observado no mesmo mês ao longo da série. Em 2015, o acumulado em fevereiro também fora negativo (-2,44%), o segundo maior negativo. Em termos de comparação anualizada, a variação é positiva, 4,02%. Entre os produtos de maior influência na comparação fevereiro de janeiro de 2016, três são derivados de petróleo e todos (“óleo diesel e outros óleos combustíveis”, “naftas” e “querosene de aviação”) com influência negativa. A influência positiva de “álcool etílico (anidro ou hidratado)” é compatível com o período de entressafra da cana-de-açúcar.
Indústrias extrativas
No mês de fevereiro, as indústrias extrativas mantiveram a tendência de queda em seus preços pelo quarto mês seguido, registrando uma variação de -1,13%, em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2015 observou-se queda de 24,15% nos preços da atividade extrativas, sendo a maior variação negativa para a indústria como um todo. A influência da variação dos preços da atividade sobre este indicador (comparação com fevereiro de 2015) da indústria geral foi de -0,81 ponto porcentual. Todos os produtos analisados na comparação com fevereiro de 2015, exceto “Gás natural”, tiveram influência negativa.
Confecção de artigos do vestuário e acessórios
As variações de preços observadas nos produtos do setor o colocam em destaque, pois 2,05% foi a maior variação positiva, em termos mensais, entre todas as atividades acompanhadas pela pesquisa e 4,32% foi a segunda maior positiva na perspectiva do acumulado no ano (atrás de Produtos de metal, 5,34%). Esses aumentos são justificados pela entrada de uma nova coleção e, em alguns casos, como reportado pelas empresas, o fato de importarem algumas matérias-primas têm tido impacto de custo.
Alimentos
A variação de preços observada entre janeiro e fevereiro foi de 0,33%, menor taxa desde junho de 2015 (0,13%). Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados: Mensal (0,07 ponto porcentual); Acumulado em 2016 (0,39 ponto porcentual); e no Anualizado (3,00 ponto porcentual). Os produtos em destaque em termos de influência são “resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”.
Bebidas
Em fevereiro de 2016 o setor teve uma queda média de preços ao produtor da ordem de 2,02%, acumulando 3,66% de queda desde janeiro de 2016. O índice do setor, entretanto, acumula um aumento de 5,29% com relação a fevereiro de 2015. Esta é a quarta queda seguida dos preços ao produtor do setor, que teve uma alta de 9,57% em outubro de 2015. A variação negativa nos preços ao produtor deve-se, em parte, a uma redução de consumo (menor demanda interna).
Veículos automotores
Na comparação com o mês anterior, os preços dos produtos do setor, depois de terem tido a maior variação da série (2,13%, em janeiro de 2016), recuaram em 0,04%. Com isso, o acumulado recuou de 2,13% para 2,09% e, na comparação com o mesmo mês de 2015, a variação saiu de 7,14% para 6,24%.
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Entenda o Índice de Preços ao Produtor (IPP)
Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.
O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.
Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.
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