Em 2015, as três maiores instituições financeiras de capital aberto do país registraram o maior nível de provisionamento de crédito de liquidação duvidosa, o chamado PDD, em 29 anos, aponta levantamento da Economatica.
Juntos, o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco e o Bradesco somaram R$ 68,8 bilhões no ano passado, a cifra mais alta para provisões desde 1986, quando teve início o acompanhamento da consultoria de dados.
O estudo considerou dados históricos ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até 31 de dezembro do ano passado.
O PDD dos três bancos totalizou R$ 22,5 bilhões em 2002, passando para R$ 41,2 bilhões em dezembro de 2010. Já entre 2010 e 2015, o avanço dos gastos com devedores duvidosos foi de R$ 27,5 bilhões, ou 66,65%, elevando o total no fim do ano passado para R$ 68,8 bilhões.
Em 2010, no Bradesco, os valores de provisões bateram R$ 12,7 bilhões ou 30,8% do total, seguido por Itaú, com 34,3%, ou R$ 14,1 bilhões, e Banco do Brasil, com 34,9%, ou R$ 14,4 bilhões. Cinco anos depois, dos atuais R$ 68,8 bilhões, 37,3%, ou R$ 25,7 bilhões, são do BB, 32,5%, ou R$ 22,4 bilhões, do Itaú Unibanco, e 30%, ou R$ 20,6 bilhões, do Bradesco. O Itaú, em especial, teve seu pior momento com a incorporação do Unibanco em 2008, com provisões de R$ 26,5 bilhões.
Na comparação entre os gastos com provisionamento das três instituições e seus lucros em 2015, os bancos ganharam R$ 54,9 bilhões, contra um PDD de R$ 68,8 bilhões. Ou seja, as provisões representaram 125% do lucro no ano. No fim de 2010, o PDD representava 83,8% do lucro dos bancos, R$ 41,2 bilhões contra R$ 49,2 bilhões em ganhos.
Acompanhe abaixo a trajetória dos gastos dos bancos com PDD de 1995 a 2015: