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Falta de governabilidade: Cenários

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Independente da torcida para que o impeachment venha logo ou para que não haja golpe, o fato é que, com ou sem Dilma, estamos enrascados. O problema é mais embaixo: a falta de governabilidade. Sem o apoio do PMDB, as chances de que Dilma caia aumentam, porém, enquanto não há um desfecho para a novela, ficamos em completa paralisia econômica e os índices de confiança de consumidores e empresários continuarão a despencar. Além do enrosco atual, não há uma visão clara de que com o vice no poder todos os nossos problemas estarão resolvidos. Até porque grande parte dos envolvidos nas investigações da Lava-Jato são de outros partidos, inclusive o de Temer e os da oposição.
Sendo extremamente otimista, a saída de Dilma geraria uma união entre os oposicionistas, uma espécie de pacto para um novo plano de desenvolvimento do Brasil. A boa notícia influenciaria os mercados, com dólar em queda, melhora da confiança e até possivelmente a entrada de investidores. Porém, as impopulares reformas necessárias, como a da previdência, não seriam feitas em um governo Temer, que não poderia, de entrada, atribuir a urgência das medidas ao governo, por tê-lo integrado, e, depois, às vésperas de uma eleição… Sendo mais otimista ainda, as reformas poderiam ocorrer em 2017.
Também não seria leviano pensar que com a Dilma fora a situação pode ficar pior, com o PIB despencando ainda mais, inflação bem acima da meta e dólar em alta. Tudo depende da governabilidade. E se as investigações da Lava-Jato colocarem o vice-presidente também na berlinda? Haverá realmente credibilidade no novo governo que pertencerá a um partido que esteve ao lado do governo atual, participando de ministérios e outros cargos? Você apostaria todas as suas fichas? Não dá para esquecer que importantes nomes do PMDB fazem parte das investigações da Lava-Jato. É nessas mãos que estaremos.
E se Dilma fica? Como governar sem apoio dos parlamentares? Mesmo terminando o segundo mandato, a presidente não terá condições de fazer reforma alguma, tampouco terá a chance de tentar reverter os erros do primeiro mandato que levaram o país a tal situação fiscal. Serão anos arrastados, que lembrarão a política feijão com arroz da década de 80. Os gastos públicos, como sinalizou o ministro Nelson Barbosa, serão elevados. A tentativa é de dar gás à economia. Mas, mesmo assim, dificilmente sairemos do quadro recessivo. Neste sentido, a dívida pública estoura, novos rebaixamentos virão, o dólar irá disparar e a bolsa despenca. A inflação, nem se fala. Só faltará aumentar a oferta de moeda, imprimindo mais reais, o que mais uma vez lembra a década perdida do Brasil. Neste quadro, salve-se quem puder.
Otimista ou pessimista ao extremo, trabalha-se com cenários e, os todos têm grande chance de ocorrer. Claro que com um meio termo no caminho. Mas, olhando para o dia de hoje, não há nem como comemorar nem como lamentar a queda da presidente. A falta de segurança que leva o brasileiro a segurar os gastos e manter o pé no freio. O consumo, carro chefe do crescimento econômico dos anos anteriores à crise, tende a continuar em queda, assim como outros indicadores, como produção industrial. O primeiro trimestre do ano já morreu e, ao que tudo indica, o segundo também vai para o buraco, a depender da demora da definição.
O vai e vem do mercado financeiro demonstra que a nuvem nebulosa permanecerá por algum tempo. Ficamos à mercê do noticiário político, enquanto lamentamos as mazelas econômicas.

Ana Borges é diretora da Compliance Comunicação

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