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JBS pode ter perdas com queda forte do dólar

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A forte queda do dólar nas últimas semanas deve ter impacto nos resultados da JBS (BOV:JBSS3), empresa que costuma ter posições em derivativos de dólar. O papel já caiu 20% na bolsa de março para cá, justamente no período de maior valorização do real e de maior ganho do Ibovespa.

A JBS tinha no ano passado uma posição comprada em dólares de US$ 12 bilhões, justificada como operações de hedge para seu passivo em dólar. Neste ano, essa posição teria perdido 11% de seu valor considerando a cotação do dólar a R$ 3,95 no fim do ano passado e R$ 3,50 hoje. Um valor equivalente a R$ 5,4 bilhões se a posição tiver sido mantida até abril. A maior parte desse ajuste ocorreu a partir de março, quando o dólar saiu de R$ 4,00 para R$ 3,60, e se acentuou neste mês com a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff e com a queda da moeda americana nos mercados internacionais.

Mesa de derivativos

A JBS possui uma mesa de derivativos que costuma funcionar como as tesourarias de bancos, apostando nos mercados futuros e de derivativos, a exemplo de outras grandes companhias, como a Cargil, afirmam pessoas que conhecem a empresa. A mesa foi montada pelo dono da JBS, Joesley Batista, que gosta de atuar nos mercados. A JBS tem quase 70% do seu patrimônio nos Estados Unidos, portanto não teria grandes motivos para comprar dólar para hedge. Mas, mesmo assim, mantém posições consideradas especulativas, que deram elevados ganhos e reforçaram o lucro da companhia nos últimos anos.

Essa posição cambial, que tem impactos de caixa no curto prazo, já que é preciso pagar diariamente as perdas, é inclusive um dos riscos apontados por analistas que acompanham a empresa, como o BTG Pactual e Credit Suisse.

Em 2008, enquanto companhias como a Sadia quebravam por estarem vendidas em derivativos de dólar, a JBS lucrou centenas de milhões com posições compradas na moeda americana. De lá para cá, os lucros continuaram e atingiram o ápice no ano passado, quando o Brasil perdeu o grau de investimento e o dólar disparou de R$ 3,00 para R$ 4,00.  Neste ano, porém, o cenário se inverteu e os derivativos passaram a dar prejuízo. No último trimestre do ano passado, a perda registrada no balanço já foi de R$ 1,3 bilhão com uma variação bem menor do dólar.

Cobertura de posições cresce com impeachment

A expectativa do mercado, porém, é que a moeda americana poderá cair ainda mais caso o impeachment da presidente Dilma seja aprovado no domingo, o que deve estar levando a JBS e outras empresas e bancos a reduzir ou zerar suas posições no mercado de derivativos, ou seja, vendendo dólares. E todas estão se beneficiando da ajuda providencial do Banco Central (BC), que iniciou nesta semana uma bateria de vendas de contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de dólares no mercado, pela cotação de R$ 3,50. Só entre ontem e hoje o BC já vendeu US$ 13 bilhões em swaps cambiais reversos.

A ação, segundo o próprio BC, não visa garantir um preço para o dólar, mas sim oferecer liquidez para o mercado se equilibrar e para permitir que os bancos, que podem comprar os swaps, repassem o hedge para as empresas que necessitam sair de suas posições. Na prática, porém, o BC impede que o dólar acabe afundando muito abaixo de R$ 3,50, o que aumentaria os prejuízos de quem têm de se desfazer de suas posições compradas vendendo para o BC.

O desmonte das operações inclui o próprio BC, que vendeu US$ 108 bilhões em swaps cambiais ao mercado nos últimos anos para evitar uma alta maior do dólar. Agora, está reduzindo essa posição, o que trará ganhos elevados para o BC e para as contas públicas deste mês, dizem economistas. Analistas acreditam que o BC pode ter escolhido atuar a R$ 3,50 diante da possibilidade, ainda que pequena, de o impeachment não ser aprovado. “Há uma chance de 20% disso acontecer, e o BC teria então munição para vender dólar ao mercado na segunda-feira a R$ 4 depois de ter pago R$ 3,50 por ele, um bom ganho”, diz um gestor, que pediu para não ser citado.

Procurada, a JBS informou que “não comenta rumores ou especulações sobre sua posição de hedge”.

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