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Fintechs, sites de crédito online, crescem e organizam associação

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Depois de ganharem espaço no exterior, as empresas online (fintechs) de crédito estão crescendo no Brasil e já preparam a criação de uma associação do setor. Segundo Guilherme Muller, diretor da Trigg, associada à financeira Omni, várias fintechs de crédito estão conversando para criar uma entidade que possa representar o setor e discutir com o Banco Central (BC) avanços na regulamentação dessas empresas, que usam sistemas automatizados de análise e aprovação dos empréstimos. “Ainda estamos nos organizando, mas talvez em um mês, um mês e pouco devemos ir ao BC com alguma proposta”, diz.

Segundo Muller, a iniciativa reúne apenas empresas de crédito, mas outras de outros serviços também devem se organizar. Há iniciativas, por exemplo, em gestão de recursos, pagamentos e seguros, dentro de um conceito de modelos automatizados e online, que prometem revolucionar o modelo atual desses segmentos.“O BC está atento, pois há muitas oportunidades em muitas áreas do mercado financeiro para as fintechs, que acabam trazendo mudanças importantes no modo de trabalhar que existe hoje”, explica.  “Estamos bastante otimistas pois, apesar de ser apenas o princípio, começamos a fazer ‘marola’”, diz, acrescentando que, com o tempo, o cliente vai perceber as vantagens de uma empresa mais rápida, com atendimento online, sem as burocracias do mercado atual. O escritório de advocacia Pinheiro Neto está cuidando da parte legal da associação.

Parcerias com financeiras

A Trigg é um exemplo do crescimento do segmento das fintechs de crédito no Brasil. A empresa tem uma parceria com a Omni – para operar com crédito, as fintechs têm se ser associadas a uma instituição financeira – há um ano e meio para atuar em crédito pessoal. “Fazemos crédito pessoal 100% online, com anúncios também na mídia digital”, diz. Por conta disso, a clientela também é formado em sua maioria por participantes de rede social e internet.

Na Trigg, o cliente pode fazer simulações de empréstimos que vão de R$ 300 a R$ 10 mil, e em prazos que variam de 4 a 18 meses. Ele coloca os dados e informações pessoais e simula as operações, que ter seu prazo, juros e valor das prestações ajustados pelo sistema de acordo com a qualidade de crédito do interessado, sua capacidade de pagamento e seu nível de risco.

“O grande desafio do projeto é esse, fazer essa avaliação online e entender quem é o cliente, usando um monte de algoritmos para definir a capacidade de pagamento dele”, diz Muller. “O sistema pode fazer uma contraproposta dentro das condições que considerar adequadas e, se o cliente aceitar, já imprime o contrato, assina online e envia fotos dos documentos pela internet e finaliza o empréstimo”, diz.

Segundo Muller, é isso que esse público quer, velocidade, agilidade e precisão, sem precisar falar com ninguém, o que evita o constrangimento de admitir a um gerente ou consultor que errou nas contas ou que não conseguiu pagar o que havia pedido emprestado. Nos bancos, explica Muller, a concessão de crédito também é mais rígida, demorada e as taxas têm poucos níveis padronizados. “Nós já tentamos entender o cliente e oferecer uma taxa de acordo com o risco que ele apresenta”, afirma. A única ação humana no processo é na conferência dos documentos do cliente, antes da formalização do contrato e do depósito do dinheiro na conta. “Aí às vezes mandamos e-mail ou telefonamos”.

Modelos com 20 faixas de juros

O executivo diz que a empresa consegue crescer mesmo em meio à queda do crédito no mercado pelo diferencial de conhecer melhor o cliente e conseguir definir classes de risco e juros diferentes. “É uma coisa difícil para um banco tradicional fazer no balcão”, diz. A Trigg chega a ter 20 faixas de risco diferentes, que não interferem só nos juros, mas no valor máximo e no prazo máximo do empréstimo. “É o grande diferencial, fora a agilidade e a falta de constrangimento”, explica.

Analise em 30 segundos

Para isso, a empresa investiu muito em estatísticos, que criaram o que Muller chama de “motor”, totalmente informatizado, que consegue trabalhar com muito mais variáveis. “Um gerente de banco vai levar duas horas para tomar uma decisão de crédito analisando os documentos, e nós analisamos 100 variáveis em 30 segundos”, explica. E o sistema vem evoluindo, com um novo modelo de analise a cada mês, corrigindo os erros.

Cadastros chegam a 100 mil

Em sete meses de operação, a Trigg já acumula 100 mil cadastros de potenciais clientes, pessoas que efetivamente entraram no site e preencheram parte das informações. Dese total, 20 mil fizeram uso do crédito. O perfil do tomador varia de 25 a 45 anos, com presença maior de mulheres, mas acima de tudo é um público que vive conectado na internet e do WhatsApp. “Temos até dificuldade em contatar esse povo pelo telefone”, diz. E, mesmo quem não tem muito traquejo na internet, acaba sendo influenciado pelos filhos e entra nas comunidades. E isso aumenta as oportunidades para as fintechs.

Segundo Muller, o desafio é entender quem é o cliente que pede dinheiro para oferecer condições que ele possa pagar. Se estiver já endividado, não adianta apenas dar crédito, explica, acrescentando porém que o sistema autoriza empréstimos mesmo que o cliente estiver negativado, mas em condições especiais. E o algoritmo tem de entender qual prestação cabe no orçamento do tomador. “O crescimento das operações depende desse aprendizado”, afirma.

Cartão de crédito no segundo semestre

Hoje, a Trigg concede em média R$ 1 milhão em empréstimos por mês e pretende, no segundo semestre, oferecer um cartão de crédito para os  clientes, com a bandeira Visa. “O cartão é um mecanismo social que permite pulverização e ao mesmo tempo saber o comportamento financeiro do cliente e aprender, colaborando com dinheiro quando ele precisar”, diz.

Piora no crédito e orientação

Muller admite que, nos últimos quatro meses, a  qualidade do crédito piorou. Por isso, a empresa está fazendo um trabalho com os clientes em atraso para que eles continuem pagando. “Tem de ver o que acontece com cada indivíduo para ser mais assertivo, estamos em um momento ruim da economia, mas quanto a economia melhorar, vamos estar em uma situação melhor para atender a esse crescimento”, diz.

A empresa tem um blog com orientação financeira para os clientes que explica a importância do crédito consciente. E os motores de crédito analisam o histórico do potencial cliente e buscam uma cobrança diferenciada nos casos de atraso, buscando entender o que aconteceu e o que pode ser feito. “Tentamos ajudar para que o indivíduo não tome a decisão errada ao tomar crédito, mas se ele ficar inadimplente, continuamos ajudando”, diz.

Para a análise de crédito, a Trigg usa dados que pesquisa no BC, Serasa, Boavista, para verificar se o cliente tem mais empréstimos e seu histórico, tentando descobrir a situação real do cliente e sua capacidade de pagamento. A intenção da empresa no futuro é ser como banco online para o cliente, com cartão de crédito este ano e, no ano que vem, opções para aplicar dinheiro.

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