O recente anúncio de reestruturação da gigante brasileira de alimentos JBS e a criação de uma companhia no exterior listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) cria uma grande oportunidade de valorização da empresa, avalia a Bradesco Corretora. De acordo com a casa, o preço-alvo da ação da fabricante agora é de R$ 16,00, com um potencial de valorização de 60% até o fim deste ano.

O grupo passará a ter uma relação de 7 vezes o Valor do Negócio (Enterprise Value, que equivale ao valor de mercado da companhia mais sua dívida) em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). A relação EV/Ebitda anterior era de 5 vezes.

O surgimento da JBS Internacional, que concentrará as operações de carne bovina, frangos e suínos nos Estados Unidos, levou uma avaliação positiva dos analistas com as expectativas positivas de governança corporativa, o fim das políticas de operações de proteção cambial, além de uma melhora da liquidez dos papéis e da visibilidade da empresa. A estrangeira representará 80% do Ebtida da JBS, enquanto os 20% restantes corresponderão as atividades de carne bovina no Brasil.

Atualmente, a JBS (BOV:JBSS3) negocia cerca de US$ 30 milhões por dia. A estimativa do banco é de que esse volume seja equilibrado em US$ 80 milhões por dia pela JBS Internacional e US$ 3 milhões em negócios da JBS Brasil.

Em relatório assinado por José Cataldo e Flávia Andrade Meirelles, a JBS brasileira também contará com uma melhora no custo da sua dívida por fazer parte do grupo global, o que também acabará simplificando a estrutura geral da companhia, facilitando sinergias locais.