Dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 3,60 nesta quarta-feira, dia em que foi divulgado o PIB referente ao primeiro trimestre do ano

O dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 3,60 nesta quarta-feira, primeiro pregão de junho, com o mercado financeiro avaliando que a fraqueza da economia brasileira deve perdurar mesmo após o Produto Interno Bruto (PIB) cair menos que o esperado no primeiro trimestre do ano. Nos primeiros três meses de 2016, a economia brasileira encolheu 0,3%. O cenário político turbulento no Brasil também continuou gerando cautela entre os investidores, em meio a escândalos envolvendo figuras importantes do governo.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,68% ante o real nesta quarta-feira, 01 de junho de 2016, negociado a R$ 3,5867 para compra e a R$ 3,5879 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,5867 (valor mínimo) e R$ 3,6287 (valor máximo).

Dólar em Junho

No mês junho, após apenas um pregão, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 0,68%. São um pregão de baixa contra nenhum de alta. No último pregão de maio, o dólar fechou cotado a R$ 3,6118 para compra e a R$ 3,6123 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e três pregões, o dólar acumula uma queda de 9,12% ante o real. São quarenta e sete pregões de alta contra cinqüenta e seis de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

No cenário externo, as principais bolsas de valores asiáticas e europeias encerraram o dia em queda. Por outro lado, as bolsas de valores norte-americanas encerraram o dia em alta, acompanhando a valorização dos preços das commodities.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram cautelosos em relação ao cenário político brasileiro.

O presidente em exercício, Michel Temer, propôs na semana passada limites de gastos públicos e vem afirmando que anunciará outras medidas para que a economia volte a crescer. Muitos operadores temem, porém, que o governo interino enfrente dificuldades para receber apoio no Congresso Nacional devido à instabilidade política.

Essa percepção ganhou força nas últimas semanas com a saída de dois ministros em meio a notícias sugerindo que eles se oporiam à operação Lava Jato, que investiga escândalo de corrupção centrado na Petrobras.

Pela manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A economia do país encolheu 0,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. A queda foi menor do que a esperada pelos investidores.

O mercado, no entanto, interpretou os dados do PIB com ceticismo, uma vez que o fator que mais influenciou a queda abaixo das expectativas do indicador foram os gastos do governo, que tendem a diminuir no futuro.

Banco Central 

Pela oitava vez em nove pregões, o Banco Central (BC) não anunciou qualquer intervenção sobre o mercado de câmbio brasileiro. A autoridade monetária tem aproveitado o recuo recente do dólar para reduzir seu estoque de swaps cambiais tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, especialmente quando a moeda norte-americana recua abaixo de R$ 3,50.

Utilizando leilões de swap reverso, que equivalem a compra futura de dólares, e deixando os swaps tradicionais vencerem, o BC reduziu o estoque a cerca de US$ 62 bilhões, segundo dados da instituição. Esse montante somou mais de US$ 100 bilhões durante boa parte do ano passado.

Esses instrumentos, que oferecem proteção contra a variação da moeda norte-americana, tendem a gerar custos para o BC quando o dólar sobe. De maneira geral, operadores esperam que o BC mantenha a estratégia de reduzir essa posição em ocasiões de alívio do câmbio.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 01 de Junho de 2016