O preço do dólar encerrou o pregão desta terça-feira em forte queda após Ilan Goldfajn ser aprovado pelo Senado como presidente do Banco Central. Foi a quinta queda consecutiva da moeda norte-americana ante o real brasileiro. Durante a sabatina no Senado, o novo presidente do BC defendeu a variação flutuante do câmbio, ou seja, a diminuição da interferência da autoridade monetária na cotação da divisa dos Estados Unidos. Isso fez os investidores entenderem que Ilan Goldfajn estaria confortável com o dólar negociado abaixo de R$ 3,50.

Dólar Hoje

O dólar caiu 1,20% ante o real nesta terça-feira, 07 de junho de 2016, negociado a R$ 3,4479 para compra e a R$ 3,4486 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,4463 (valor mínimo) e R$ 3,5114 (valor máximo).

Dólar em Junho

No mês junho, após apenas cinco pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 4,53%. São cinco pregões de baixa contra nenhum de alta. No último pregão de maio, o dólar fechou cotado a R$ 3,6118 para compra e a R$ 3,6123 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e sete pregões, o dólar acumula uma queda de 12,65% ante o real. São quarenta e sete pregões de alta contra sessenta de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

No cenário externo, o mercado de câmbio foi influenciado pela alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

Além disso, investidores ainda estavam otimistas com discurso da véspera da presidente do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, Janet Yellen.

Ontem, Janet Yellen evitou cravar quando o Fed pretende subir os juros, o que levou muitos investidores a apostar que isso deve acontecer apenas em setembro ou depois.

A alta dos juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde as taxas são maiores, como é o caso do Brasil.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram cautelosos em relação ao cenário político brasileiro.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de políticos de alto escalão sob a acusação de terem tentado obstruir a operação Lava Jato.

Na lista de Rodrigo Janot estão o presidente suspenso da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).

Os investidores temem que a instabilidade política possa dificultar a aprovação de medidas para ajustar as contas públicas no Congresso e prejudicar a credibilidade do país.

No entanto, o mercado de câmbio nesta terça-feira foi primordialmente influenciado pela sabatina de Ilan Goldfajn. A leitura dos investidores é que haverá pouca interferência no mercado de câmbio enquanto Ilan Goldfajn estiver no comando do BC.

Banco Central 

Pela décima segunda vez nos últimos treze pregões, o Banco Central (BC) não anunciou qualquer intervenção sobre o mercado de câmbio brasileiro. A autoridade monetária tem aproveitado o recuo recente do dólar para reduzir seu estoque de swaps cambiais tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, especialmente quando a moeda norte-americana recua abaixo de R$ 3,50.

Utilizando leilões de swap reverso, que equivalem a compra futura de dólares, e deixando os swaps tradicionais vencerem, o BC reduziu o estoque a cerca de US$ 62 bilhões, segundo dados da instituição. Esse montante somou mais de US$ 100 bilhões durante boa parte do ano passado.

Esses instrumentos, que oferecem proteção contra a variação da moeda norte-americana, tendem a gerar custos para o BC quando o dólar sobe. De maneira geral, operadores esperam que o BC mantenha a estratégia de reduzir essa posição em ocasiões de alívio do câmbio.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 07 de Junho de 2016