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Morte de Fidel encerra ciclo histórico e pode abrir espaço para avanços em Cuba e na AL

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A morte do ex-presidente e ditador Fidel Castro, líder da revolução cubana, encerra um ciclo histórico, o da romântica luta armada contra o imperialismo para construção do sonho socialista na América Latina. Fidel foi o mais bem-sucedido dos líderes desse movimento, que ele fez questão de exportar para a juventude dos demais países pobres, não só da América Latina, como da África, onde Cuba participou de movimentos de libertação das antigas colônias europeias Os resultados desse processo são polêmicos, com nações divididas, em constante guerra civil, ditaduras hereditárias e controladas por grupos partidários que não conseguiram levar adiante o sonho do socialismo, mas acabaram criando países ainda mais pobres e com populações mais necessitadas e reprimidas politicamente.

O fim da guerra fria e da União Soviética, que sustentou Cuba e apoiou seus arroubos internacionais, jogou a ilha também num limbo econômico e social, tornando-a quase um museu do socialismo estatista e repressor, que ganhou sobrevida com a ajuda da Venezuela por alguns anos. A derrocada dos preços do petróleo e do novo socialismo bolivariano de Hugo Chávez e de seu sucessor, Nicolás Maduro, porém, voltaram a deixar Cuba órfã. A economia cubana ainda vive uma forte estagnação, com sua indústria açucareira sucateada e a de tabaco, além de ultrapassada, vítima de campanhas antifumo. O país vive uma crise habitacional sem tamanho, com várias gerações de uma mesma família tendo de dividir o mesmo espaço.

Espaço para mudanças

Mas sua morte pode abrir espaço para Cuba avançar em seu processo de abertura política e comercial para tentar sair desse limbo. Mesmo afastado do poder há quase  três anos, Fidel, que acabou com uma primeira tentativa de abertura da economia cubana nos anos 1980, proibindo restaurantes populares e aumentando a repressão a homossexuais, ainda interferia nas questões políticas do governo de seu irmão, Raúl Castro, e tinha forte influência política no Partido Comunista Cubano com seus artigos no único jornal autorizado do país, o Granma.

Foi o que ocorreu quando Raúl acertou a retomada das relações com os arqui-inimigos Estados Unidos, em meio ao esforço do presidente Barack Obama. Fidel, que passou a vida atacando os Estados Unidos e combatendo os interesses americanos, a quem atribuía as desgraças da América Latina, reclamou do acordo e afirmou que Cuba não precisava de conselhos, numa resposta às cobranças de Obama de maior respeito aos direitos humanos na ilha.

Sem Fidel, e com Cuba caminhando para uma maior abertura econômica, outros movimentos radicais e guerrilheiros da América Latina devem perder um pouco de força, já que seu principal modelo inspirador está fazendo sua autocrítica. Cuba tem desempenhado papel importante nas negociações de conflitos da região, como na Colômbia. Apesar de enfraquecido, Fidel era ainda uma figura inspiradora desses movimentos radicais e do antiamericanismo em diversos países.

Fidel Castro morreu ontem, aos 90 anos, conforme anunciou seu irmão e sucessor, Raúl Castro, na madrugada de sábado no Brasil. Em um anúncio na televisão, Raúl disse que era “com profunda dor” que confirmava a “morte do comandante Fidel Castro Ruz”, falecido às 22h29 de Havana do dia 25 de novembro de 2016. “Em cumprimento da expressa vontade do companheiro Fidel, seus restos mortais serão cremados”, afirmou Raúl, demonstrando emoção ao ler o breve comunicado.

Partido organiza homenagens

Em Cuba, o Partido Comunista convocou o povo para homenagear Fidel Castro, a partir de segunda-feira até o dia do funeral do líder cubano, no dia 4 de dezembro. Na quarta-feira (30), as cinzas de Fidel serão levadas em caravana, passando por várias partes da ilha, para lembrar a caravana da Liberdade de janeiro de 1959, liderada por Fidel para comemorar a vitória da revolução e a queda do ditador Fulgêncio Batista. As cinzas serão colocadas em um cemitério na cidade cubana de Santiago.

O partido organizou atos na segunda e terça-feiras da próxima semana, no Memorial Jose Marti. De acordo com o ritual previsto, todos os que comparecerem às homenagens deverão assinar um livro em que prometem fidelidade à Revolução Cubana. Haverá também uma missa na Praça Havana, onde Fidel costumava se dirigir às multidões.

Enquanto o governo cubano organiza manifestações de pesar, mais de uma centena de pessoas, a maioria cubanos exilados, saíram às ruas de Miami, nos Estados Unidos, para festejar a morte de Fidel Castro. “Liberdade, liberdade” e “Olé, Olé, se foi, se foi” foram algumas das frases ditas pela multidão nas proximidades do Café Versailles, um dos locais preferidos da comunidade cubana em Miami.

“Não está se festejando a morte de um ser humano, está se festejando a morte de um ditador. Assim como se celebrou a morte de Hitler, estamos comemorando a de uma pessoa que causou muitos danos a quatro gerações de cubanos”, disse o prefeito de Miami, Tomás Regalado. “Esses jovens que nasceram nos Estados Unidos refletem a dor que seus pais e avós sofreram, tirados de sua pátria. Creio que isso é o mais importante que o mundo deve ver. Não é uma falta de respeito, ao contrário, uma genuína celebração de liberdade de um ditador”, acrescentou.

Os três parlamentares cubano-estadunidenses da Flórida também comemoraram a morte do “tirano” Fidel Castro e fizeram votos para que a Cuba se torne livre e democrática.

Líder da Revolução Cubana em 1959, Fidel Castro governou Cuba até 2013, quando renunciou a presidência em nome do irmão, Raúl Castro, atual presidente do país.

Fidel Castro foi o herói histórico da esquerda moderna, o homem que mais desafiou os Estados Unidos. Mas, na opinião de opositores, foi também um ditador sanguinário e o culpado por isolar a ilha de Cuba por quase 60 anos de todo o mundo. Ao mesmo tempo em que é reconhecido por criar uma Cuba independente, com vários avanços nas áreas de saúde, educação e mortalidade infantil, seu legado é um país estagnado, com uma indústria sucateada e um Estado repressor, com milhares de presos políticos e pouca liberdade de expressão e perseguições a opositores e homossexuais.

Conhecido como “Comandante” pelos cubanos, Fidel era personagem de várias histórias e boatos. “Ele não dorme”, “ele não esquece de nada”, “é capaz de te penetrar com o olhar e descobrir quem você é”. Ele dormia em lugares diferentes a cada noite, para evitar atentados, que volta e meia eram organizados pelos radicais anticastristas, às vezes com o apoio da CIA, agência de inteligência dos EUA.

Fidel sempre teve uma saúde de ferro, até quando enfrentou uma hemorragia intestinal durante uma viagem à Argentina aos 80 anos de idade. Em 31 de julho de 2006, os problemas de saúde provocados pelo avanço da idade o fizeram delegar temporariamente o poder a seu irmão Raúl.

Em fevereiro de 2008, Fidel renunciou oficialmente ao cargo de presidente cubano e, desde então, era o principal conselheiro do Partido Comunista e do novo governo.

A era Fidel Castro vem se dissolvendo pouco a pouco, enquanto uma nova Cuba surge devido a uma série de reformas econômicas e da retomada das relações bilaterais com os Estados Unidos, rompidas há mais de meio século.

Fidel assistia a tudo isso de longe, mas não deixava de fazer suas análises em artigos publicados no jornal oficial cubano Granma. A fragilidade da sua saúde já tinha provocado boatos sobre sua morte várias vezes nas redes sociais.

Com informações da Agência Brasil e Agência Ansa.

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