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SulAmérica Investimentos vê exagero nos mercados e espera ganhos com bolsa e renda fixa

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O mercado está agitado pois esta tentando fazer uma leitura de como será o governo do polêmico Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, para surpresa de todos. Mas esse movimento não deve perdurar, é mais um nervosismo do que uma mudança estrutural, avalia Marcelo Mello, vice-presidente da SulAmérica Investimentos. Ele lembra que o Partido Republicano, do futuro presidente Trump, é mais expansionista, ou seja, gasta mais, e isso deve pressionar as contas públicas e levar o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a ter uma posição mais ortodoxa, com juros mais altos. E juro alto deve resultar em um dólar mais forte. “E aí podemos ter um impacto para os países emergentes”, acredita Mello. “Talvez no médio prazo o dólar pode consolidar um nível mais alto.”

Estrangeiros saindo e troca de governo

O problema é que o movimento atual dos mercados está muito forte, avalia o executivo. Os investidores estão tentando se antecipar, por isso houve uma saída grande de recursos estrangeiros de mercados emergentes, tanto na renda fixa quando variável. Na Bovespa, saíram R$ 3 bilhões em apenas 11 dias de novembro. “Mas é cedo para traçar um cenário estrutural frente a essa nova configuração política nos EUA”, afirma Mello, lembrando que a vitória de Trump encerra oito anos de governo democrata e coloca os republicanos no comando tanto da Câmara quanto do Senado.

Semelhanças com Brexit

Ele espera uma situação muito parecida com o evento do Brexit, quando o plebiscito no Reino Unido aprovou a saída do país da União Europeia. Primeiro houve um movimento acentuado dos mercados e depois os prêmios foram caindo, junto com a percepção de risco. Mas alguns países devem sofrer mais, como o México, pelos ataques diretos e pela maior dependência da economia americana. “Mas, para o Brasil e outros emergentes, ainda é cedo para avaliar”, afirma Mello.

Fundos sofrem com apostas em juros e câmbio

Ele lembra que, no Brasil, o mercado estava otimista com relação à taxa de juros, prevendo uma queda gradual, em resposta à volta da ortodoxia fiscal e à atuação rigorosa do Banco Central brasileiro no combate à inflação. Por isso, os grandes gestores estavam com grandes aplicações em juros futuros prefixados ou em juros reais, ou seja, em NTN-B, corrigidas pela inflação.

Com a alta dos juros por conta da turbulência externa após a eleição de Trump, esses papéis perderam valor. “Se formos pegar as cotas dos fundos multimercados ou de renda fixa longa, vamos ver que a instabilidade machucou bastante”, afirma Mello. Segundo ele, boa parte do mercado apresenta queda nas cotas, com depreciações relevantes. Em alguns fundos, a queda supera 5% em poucos dias. Agora, a tendência é que os gestores tomem menos risco. “O cenário é de manutenção ou ‘stop’ das posições, pelo limite atingido”, explica.

Expectativa de volta aos trilhos

Mello acredita que, se o cenário com que ele trabalha se concretizar, a tensão de curto prazo deve se dissipar. Com isso, voltará a expectativa de taxa básica Selic em queda, talvez até mais forte pela projeção de crescimento menor da economia brasileira no ano que vem, o que deve ajudar a conter a inflação. Ao mesmo tempo, as reformas fiscais, com o teto dos gastos públicos e as mudanças na Previdência, devem seguir caminhando no Congresso. “Com isso, os gestores que mantiveram suas posições serão beneficiados”, acredita.

Riscos locais e externos

Os riscos para esse cenário estão no cenário político. Por exemplo, Mello cita o risco de a delação premiada da Odebrecht provocar uma tensão política relevante,” mas é difícil colocar essa variável no cenário”, afirma. Outro risco é de as reformas estruturais e da Previdência não passarem ou serem muito alteradas no Congresso.

E há o risco real de o governo Trump, já de saída, ser igual ao discurso de campanha, de protecionismo, diminuindo impostos e mandando imigrantes embora. “Aí pode complicar, mas o cenário é que a prática será diferente do discurso nos EUA, a reforma da Previdência passará aqui e que haverá um ruído reduzido na delação da Odebrecht”, resume.

Mais locais na bolsa

Mello acredita que a Selic mais baixa nos próximos meses pode despertar um maior apetite por risco. “A apreciação da bolsa no Brasil neste ano foi muito por causa do investidor externo”, observa o executivo. Com a Selic caindo, o investidor local – tanto pessoas físicas quanto fundos de pensão e institucionais – vai ter de ir para renda variável para aumentar os ganhos. E, se o cenário de juro baixo nos próximos anos se confirmar, mesmo sem fluxo internacional para a bolsa, o investidor local pode servir de base para a alta do mercado, comprando ações.

Bolsa e renda fixa

Assim, a bolsa seria uma boa opção para o investidor com visão de longo prazo, assim como os juros nominais (prefixados como a LTN) e reais (as NTN-B) também. E os fundos multimercados também serão uma alternativa pois vão tentar capturar esses movimentos dos mercados. “Com menor ruído interno e uma prática diferente dos discursos de Trump nos EUA, podemos ter um prêmio para capturar nesses mercados”, avalia Mello.

Ele acredita que o dólar deve voltar a cair, mas, no médio e longo prazo, pode ter tendência diferente da esperada pelo mercado, pelo expansionismo republicano nos EUA e pela atuação do Fed. Segundo ele, a projeção para a Selic da SulAmérica Investimentos, que já era conservadora, foi mantida em 11,50% ao ano para o fim de 2017, acima do esperado pelo mercado, que chega a projetar até menos de 10% para o ano que vem. “Talvez agora as outras casas se aproximem da nossa projeção”, diz. Já a projeção para o fim deste ano foi alterada para cima, de 13,50% ao ano para 13,75%. O dólar deve ficar um pouco mais alto, mas tem chance de voltar para os R$ 3,40. “Não há racionalidade nesse preço do mercado”, afirma.

 

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