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Câmara impõe derrota ao governo

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A trégua no noticiário político nesta reta final do ano foi interrompida ontem, após a Câmara aprovar o projeto de renegociação da dívida do Estados, com modificações. A retirada do texto de quase todas as contrapartidas impostas pela União  para garantir o socorro financeiro – entre elas, a que fixa os cortes de gastos – impôs uma dura derrota ao governo e à equipe econômica. Mais que isso, é preocupante a união de deputados da base aliada à oposição para quebrar o acordo com o Palácio do Planalto.

 Em um vídeo divulgado ainda na noite de terça-feira, o presidente Michel Temer não escondeu o descontentamento com a flexibilização do texto que alonga a dívida dos Estados até 2018 e garantiu que as contrapartidas aos Estados são indispensáveis e serão cobradas. Os deputados mantiveram no projeto de lei o teto dos gastos, impedindo que as despesas cresçam acima da inflação no mesmo período.

 Porém, os parlamentares retiraram trechos que traziam condicionantes pesadas, como o congelamento de salários dos servidores e a elevação da contribuição previdenciária do funcionalismo público, além de outras medidas de responsabilidade fiscal, como a privatização. Enquanto Temer adotou um tom mais duro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tratou de minimizar as críticas, dizendo que exigirá dos Estados medidas eficazes de ajuste fiscal na busca pelo reequilíbrio das contas.

 A questão é que a votação pouco antes de fechar as cortinas de 2016 realça a perda de apoio político do governo no Congresso, o que pode dificultar a pauta de medidas mais impopulares a serem apreciadas em 2017, como as reformas da Previdência e a trabalhista. O fato evidencia que a briga entre Poderes não envolve apenas Legislativo e Judiciário, em meio aos avanços das investigações na Operação Lava Jato.

 De qualquer forma, os mercados domésticos seguem operando de modo mais leve nesses últimos pregões do ano, com os investidores aproveitando o giro financeiro mais fraco para ajustar posições, já de olho no ano que vem, sem se abalar com o noticiário. O mesmo ritmo é observado nos negócios no exterior, onde o sinal positivo predomina.

 Um dia após o índice Dow Jones cravar mais um recorde de alta, o índice europeu Stoxx 600 segue o embalo e é negociado no nível mais alto do ano. A perspectiva de que os Estados Unidos irão crescer de modo mais acelerado durante o governo Trump alimenta o apetite por risco, o que também impulsiona as commodities. O petróleo também é beneficiado pela queda nos estoques semanais norte-americanos.

 Na agenda econômica doméstica, as informações a serem publicadas hoje e amanhã tendem a reforçar a perspectiva de continuidade do ciclo de cortes na taxa básica de juros em 2017 – inclusive, em um ritmo mais intenso que o observado até agora. A prévia da inflação oficial no país em dezembro deve ser mais um argumento para o Banco Central acelerar o ritmo de queda da Selic já em janeiro.

 A estimativa é de que o IPCA-15 acelera a 0,30% em dezembro, vindo de alta de 0,26% em novembro. Ainda assim, será a menor taxa para o mês desde 2008, quando subiu 0,29%. Com o resultado, a taxa acumulada no ano deve perder força e subir 6,7%, situando-se apenas um pouco acima do teto da meta de inflação, de 6,5%.

 O resultado preliminar deste mês mostra que há, de fato, chances para o índice oficial (IPCA) encerrar 2016 dentro da banda de tolerância estipulada para o ano, vindo de um patamar de dois dígitos em 2015. Se confirmado, o movimento realça o rápido processo de desinflação, com um desempenho igualmente importante nos preços de serviços e administrados.

 O indicador será divulgado às 9h pelo IBGE. Antes, às 8h, sai a prévia da sondagem da indústria em dezembro. À tarde, é a vez dos números semanais do fluxo cambial (12h30) e do relatório da dívida pública em novembro (14h30). Entre os eventos de relevo, o ministro Meirelles toma café com jornalistas e almoça com o presidente do BC, Ilan Goldfajn.

 No exterior, pela manhã, sai a leitura preliminar do índice de confiança do consumidor na zona do euro neste mês (8h). No início da tarde, as atenções se voltam para os Estados Unidos, onde saem as vendas de imóveis existentes em novembro (13h) e os números oficiais sobre os estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (13h30).

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