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Mercado entra em ritmo de recesso

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A segunda-feira abre a semana que antecede o início das festas de fim de ano e os mercados já reduzem a marcha, adotando um ritmo mais lento e um volume financeiro mais reduzido. Se nem uma nova citação do presidente Michel Temer em outra delação da Odebrecht preocupou os investidores, será preciso algo mais contundente para abalar os negócios locais nesta reta final do ano.

 O Palácio do Planalto acredita que o pior das delações dos 77 executivos da empreiteira já passou, mas teme possíveis revelações de Eduardo Cunha. A aposta do governo é de que o ex-deputado, há dois meses preso, não ficará em silêncio por muito mais tempo. Ainda assim, os depoimentos de Marcelo Odebrecht e de seu pai, Emílio, ainda podem abalar o cenário em Brasília.

 Os mercados domésticos sabem que 2016 só vai acabar no fim de 2017, quando se sentirá os efeitos das medidas fiscais já aprovadas, endereçando outras, e se conhecerá o desfecho das investigações da Operação Lava Jato. É, então, um ano que não acaba aqui, deixando todos de olho.

 No Congresso, a Câmara ainda tenta votar a ajuda aos Estados neste ano, mas será difícil ter quórum antes do início do recesso parlamentar. Na volta das atividades, em fevereiro do ano que vem, a pauta de votação só voltará à mesa após as eleições para presidentes das duas Casas, o que deve movimentar a cena política.

 Definido quem assume o comando, deputados e senadores começam a apreciar medidas impopulares, como a Reforma da Previdência e a trabalhista. No fim da semana passada, o governo voltou a falar da flexibilização da jornada de trabalho, como forma de combater o desemprego.

 A proposta de jornada intermitente desagrada a centrais sindicais, pois tende a precarizar as relações de trabalho, com o empregador podendo escalar o funcionário em diferentes horários e dias da semana, pagando os direitos de forma proporcional. Para alguns líderes sindicais, a proposta cria uma situação análoga à escravidão e que cria soluções paliativas.

 Trata-se de mais uma crítica de que o governo Temer só tem pesado a mão sobre o “andar de baixo” e continua sem mostrar na manga nenhuma medida para o “andar de cima”. Enquanto isso, a economia brasileira segue titubeando, ainda sem sinais firmes de recuperação – algo que só deve aparecer no horizonte na virada do primeiro para o segundo semestre de 2017.

 No exterior, as duas maiores economias do mundo estão se estranhando. O presidente eleito dos Estados Unidos ainda nem assumiu o cargo, mas já está arranhando as relações diplomáticas com diversos países, entre eles, a China. Nem adiantou o ministério da Defesa chinês afirmar que irá devolver o drone subaquático norte-americano, capturado no fim da semana passada por um navio de guerra do país, para amenizar a situação.

 No Twitter, Trump acusou a China de roubo, em um ato sem precedentes, e Pequim acha que os EUA exageraram o caso. Afinal, o que o equipamento não identificado estava fazendo nas águas internacionais do Mar do Sul da China, perto da base naval norte-americana? O governo chinês disse que retaliar, se Trump ameaçar os interesses do país.

 Essa tensão atingiu as bolsas de Wall Street na última sexta-feira, mas hoje o sinal positivo predomina entre os índices futuros em Nova York. A queda do dólar e a valorização do petróleo ajudam no movimento, mas a tensão geopolítica continua no radar. Os mercados emergentes também exibem ganhos.

 Na agenda da semana, o destaque fica com a fala dos presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos, Janet Yellen, hoje (16h30), e do Brasil, Ilan Goldfajn, amanhã. Enquanto o tema da palestra dela é sobre o mercado de trabalho norte-americano, a coletiva dele deve apresentar a agenda de medidas estruturais, voltadas à cidadania financeira e à eficiência do sistema, ao arcabouço legal e à redução do custo de crédito.

 Um dia depois, na quarta-feira, sai a prévia da inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA-15. O resultado de dezembro fechará também a taxa no acumulando do ano, devendo ficar ainda um pouco acima do teto da meta, em 6,7%. De qualquer forma, com os preços nessa faixa na leitura preliminar do mês, o índice oficial (IPCA) deve ficar abaixo dos 6,5% em 2016.

 Se confirmado, será mais um motivo para o Banco Central comemorar e reforçar o argumento de que o ritmo de queda da taxa básica de juros deve acelerar em 2017, agora que a autoridade monetária mostrou-se mais sensível à atividade econômica – e menos preocupada com a questão política. Se o BC for esperar um cenário confortável em Brasília, a Selic fica onde está até 2018.

 Essa perspectiva, aliás, tende a ser corroborado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a ser divulgado na quinta-feira. No mesmo dia, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reúne-se e decide sobre a atualização da taxa de juros de longo prazo (TJLP). Ainda na quinta-feira, mas no exterior, sai a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA.

 A maior economia do mundo deve ter melhorado o desempenho no terceiro trimestre deste ano em relação ao período anterior. Na versão anterior, o PIB norte-americano cresceu 3,2% na taxa anualizada. Também na quinta-feira, saem a renda pessoal e os gastos com consumo, sinalizando o comportamento da demanda doméstica e da inflação nos EUA. Na sexta-feira, sai o índice de confiança do consumidor neste mês.

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