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O varejo indica derretimento contínuo do PIB

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Outubro, o primeiro mês do último trimestre foi de queda do PIB e isso nos é antecipado pela produção industrial (-1,1%) divulgada na semana passada e pelo varejo (-0,8%), anunciado hoje. No varejo o destaque é a persistência da queda das vendas dos supermercados, -0,6% no mês e -3,2% no ano. Ela mostra que as famílias ainda estão cortando seus gastos no que há de mais importante, os bens de primeira necessidade, e isso reflete as condições do mercado de trabalho. Desde fevereiro de 2014 o Varejo nacional despencou 27,50%, veja o gráfico:

Como o consumo das famílias tem participação de mais de 60% no PIB, essa notícia é reveladora em relação ao que podemos esperar.

A estratégia dos economistas do governo é tentar segurar a queda do PIB produzindo um conjunto de boas notícias ao mercado, de sorte a melhorar a confiança na política econômica. Com a confiança em alta, os juros podem cair agressivamente e induzir à volta dos investimentos. Com Investimentos em alta, aumentam as vagas de trabalho, a renda das famílias vai melhorando, o consumo passa a subir novamente e, com ele, a economia passa a se expandir. O caminho começa na retomada da confiança pelos mercados, passa pela retomada dos investimentos por parte das empresas privadas, aumenta o nível de emprego e, por fim, expande os gastos das famílias.

Essa estratégia estaria certa se, de fato, a única questão relevante para reconquistar a confiança dos mercados fosse a vontade e o compromisso do governo em produzir sacrifícios enormes da população por meio dos cortes de gastos (em saúde, educação, assistência social, financiamento à habitação, etc) e das aposentadorias. Em grande medida se repete o ciclo de “cortar-na-carne + dever-de-casa” utilizados no varejo nos anos 1980, 1990 e 2000 nos países emergentes e há pouco na Zona do Euro. Todos os exemplos mostram que essa fórmula não funciona no sentido de produzir resultados em termos de crescimento e, tampouco, estabilidade política.

Os exemplos recentes da Zona do Euro mostram que as economias demoram muito tempo para estabilizar os indicadores fiscais, mesmo diante de violentos cortes de despesas, produzem uma enorme queda do PIB e resultam em taxas de crescimento incrivelmente baixas. Tudo indica que a confiança é apenas um requerimento para a estabilidade. Na sua ausência o mercado empareda os governos e produz enormes depressões (os exemplos são o Brasil de Dilma Roussef, Portugal, Espanha, Itália e Grécia). Mas a compra da credibilidade, por si mesma, por meio de agressivos pacotes de cortes de despesas, é incapaz de produzir a retomada do crescimento.

A contínua queda do varejo, importante indicador da situação econômica, mostra que a retomada da confiança pós impeachment, capturada pelos indicadores de confiança da FGV (consumidores e empresários) não tem sido transformada em decisões de gastos.

Tudo indica que a queda do PIB continuará por mais tempo, mesmo com a aprovação das reformas (ou talvez acelerada por elas).

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