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Copom reduz juros para 12,25% ao ano e abre espaço para corte de 1 ponto

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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros Selic de 13% para 12,25% ao ano, um corte de 0,75 ponto. Com isso, o Copom confirma as expectativas do mercado. A decisão foi unânime. No relatório, que acompanha a decisão, o BC deu a entender que pode acelerar corte dos juros básicos caso os cenários de inflação, atividade econômica e dólar surpreenderem positivamente. “O Copom ressalta que uma possível intensificação do ritmo de flexibilização monetária dependerá da estimativa da extensão do ciclo, mas, também, da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação”, diz o comunicado.

Para o investidor de renda fixa, o corte dentro do esperado não deve ter grande impacto nas aplicações, o que aconteceria se tivesse vindo o corte de 1 ponto que parte dos analistas passou a projetar nas últimas semanas. O juro nominal em queda reduz o ganho dos fundos DI e das aplicações atreladas ao CDI, mas o juro real segue alto. Com as projeções de uma Selic média de 10% neste ano, e uma inflação perto de 4,5%, o ganho real segue acima de 4% ao ano.

Santander vê novo corte de 0,75 ponto

Para Marcelo Molon, economista-chefe do Santander Brasil, o texto do comunicado teve um tom mais moderado (“dovish”, no jargão dos bancos centrais) e abre espaço para um corte maior nas próximas reuniões. “Ele não precisaria falar de intensificação se não quisesse indicar para o mercado essa possibilidade”, observa. Segundo ele, o corte não está garantido, como deixa claro o texto, e vai depender de surpresas positivas da inflação, dos juros e do câmbio. Mesmo assim, o economista não espera que a taxa termine o ano abaixo dos 9,75% esperados pelo banco. “O Copom deu a entender que está satisfeito com as projeções do mercado para inflação neste ano com as estimativas de juros de 9% a 9,5% atuais, então o que pode haver é uma aceleração dos cortes até esse número, ou seja, o orçamento final vai continuar o mesmo”, explica.

A aceleração também faria sentido, afirma Molon, para o Banco Central aproveitar o cenário benigno de inflação do primeiro semestre. “No segundo semestre, normalmente há fatores que podem pressionar mais a inflação e o câmbio, o que complicaria cortes maiores nos juros”, explica. O cenário externo pode ser um fator que pode pressionar a inflação por meio do câmbio, caso se confirme a subida dos juros nos Estados Unidos.

Apesar dos sinais do Copom, Molon diz que o Santander mantém a projeção de outro corte de 0,75 ponto nas próximas duas reuniões. “Só se vier alguma surpresa maior de inflação ou atividade para baixo ou se o dólar ficar nesses R$ 3,00 podemos aumentar essa projeção”, diz. Os riscos, porém, estão mais com os juros nos Estados Unidos e com a China.

Juros curtos devem cair mais

Amanhã, os mercados futuros de juros devem reagir ajustando principalmente as taxas mais curtas, diz Molon. “A expectativa de aceleração nos cortes deve reduzir a curva de juros de curto prazo, mais que a de longo prazo, mas não vai mudar o ponto de chegada no fim do ano”, diz. Já os demais mercados, como bolsa e dólar, devem reagir bem à decisão. “O corte e a indicação de possível aceleração devem ser benignos para os ativos de uma forma geral, pois o mercado está vendo a queda da inflação, que há espaço para reduzir os juros e está confiante que os juros mais baixos vão ajudar na recuperação da economia e nas contas públicas”, diz. O Santander mantém também a projeção de Selic a 8,5% para o fim de 2018. “Aí sim, vemos uma tendência de redução mais consiste dos juros no ano que vem.”

Abaixo, a íntegra do comunicado, informando os motivos que levaram o Copom a reduzir os juros:

“O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 12,25% a.a., sem viés.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra alguns sinais mistos, mas compatíveis com estabilização da economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017;

No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto, até o momento, a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de revisões de política econômica em algumas economias centrais;

O comportamento da inflação permanece favorável. O processo de desinflação é mais difundido e indica desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Houve ainda uma retomada na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta favorável;

As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 4,4% para 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e horizontes mais distantes; e

No cenário de mercado, as projeções do Copom recuaram para em torno de 4,2% em 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018. Esse cenário embute hipótese de trajetória de juros que alcança 9,5% e 9% ao final de 2017 e 2018, respectivamente.

O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções: (i) o alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação; (ii) o choque de oferta favorável nos preços de alimentos pode produzir efeitos secundários e, portanto, contribuir para quedas adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia; e (iii) a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.

O Comitê destaca a importância da aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira para a sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa de juros estrutural.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros para 12,25% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária.

O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo.

O Copom ressalta que uma possível intensificação do ritmo de flexibilização monetária dependerá da estimativa da extensão do ciclo, mas, também, da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.”

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