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Caixa prepara empresas de seguros, cartões, loteria e habitação; banco busca ampliar capital

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Depois de registrar uma queda de 43% no lucro do ano passado e um retorno de 6,1% sobre o patrimônio, bem abaixo dos 11,4% do ano anterior e da média dos bancos brasileiros, a Caixa Econômica Federal deverá apresentar uma melhora em seus resultados este ano, afirmou hoje a jornalistas o presidente do banco, Gilberto Occhi. “Se pudesse antecipar os resultados de 2016, pelos dados destes primeiros meses de 2017, poderia dizer que eles serão melhores que em 2016”, afirmou.

Segundo ele, a prioridade do banco é melhorar os resultados com ganhos na prestação de serviços e no aumento e na melhora da qualidade de crédito. “Essa será a busca de 2017 e 2018”, disse. Para isso, porém, o banco terá de cuidar mais do capital da instituição, que já está limitando o crescimento das operações de crédito, como explica o diretor financeiro da Caixa, Arno Meyer. Hoje, o Índice de Basileia, que mostra o patrimônio líquido em relação aos ativos do banco poderados por seu risco, está em 13,5%, apenas 3,5 pontos percentuais acima do mínimo necessário. “O crescimento do crédito nos próximos anos está condicionado a esse adicional”, afirmou.

Em busca de mais capital

Segundo Meyer, o banco terá de buscar aumentar o capital por meio de um crescimento dos lucros, já que a empresa não deverá contar com recursos do governo federal para se capitalizar. “”A Caixa não trabalha com a hipótese de recorrer a um eventual aporte de capital de seu controlador”, deixou claro Occhi. “Não está no escopo, trabalhamos com o cenário de que todas as ações de redução de despesa, toda reestruturação que o banco fará em todas áreas, permitirá reduzir despesas de pessoal e administrativas e vão melhorar nosso índice de eficiência”, disse. Ele também afirmou que não trabalha com a hipótese de venda de ativos, como a da seguradora, para reforçar o patrimônio, apesar de o processo de estruturação da empresa continuar.

Ganho extraordinário

Meyer destacou que a queda no lucro no ano passado em relação a 2015 foi provocada pela saída de um ganho extraordinário de R$ 1,992 bilhão registrado em 2015 relativo ao aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que não se repetiu em 2016. No ano passado, houve uma perda extraordinária de R$ 830 milhões, reduzindo ainda mais o lucro.

Além disso, houve o impacto da forte retração da economia brasileira, que reduziu a carteira de crédito de pessoas físicas e jurídicas. Como o crédito representa 52% das receitas do banco, a instituição sofreu, mas teve parte das perdas compensadas pelo crédito imobiliário, carro-chefe da Caixa, e que cresceu juntamente com financiamentos para governos.

Com isso, a carteira total do banco aumentou 4,4% em 2016, enquanto outros bancos apresentaram queda no ano passado. “E os indicadores que temos de 2017 mostram que a melhora continua”, afirma Meyer. Ele destaca ainda o crescimento das receitas de prestação de serviços, que juntamente com o resultado dos empréstimos garantiu um resultado recorrente de R$ 5 bilhões, dentro da média dos anos anteriores.

Carteira de baixo risco

Meyer lembrou que a Caixa é um banco essencialmente habitacional e, na pessoa física, trabalha majoritariamente com crédito consignado, ambas operações de baixo risco. Tanto que a inadimplência caiu no ano passado na carteira em geral, de 3,5% para 2,88%, e a provisão ficou estável em 5% da carteira, equivalentes a 175% dos créditos em atraso, ou seja, 75% a mais. Além do crédito, a carteira de títulos e derivativos representa com 23,1% das receitas da instituição e a prestação de serviços, 12% das receitas.

Por isso a preocupação do banco em aumentar seu patrimônio e seu índice de Basileia para ampliar a carteira de crédito. Para Meyer, “há espaço para ajustes, especialmente na eficiência, e a melhor forma de melhorar a capitalização do banco é o lucro, por isso aumentar a rentabilidade da Caixa e um dos nossos desafios”, disse. Outra alternativa é ampliar as receitas com tarifas, já que elas não exigem capital do banco.

A necessidade de capital é um reflexo do forte crescimento da Caixa nos últimos anos, afirma Occhi. O banco aproveitou a retração da concorrência durante a crise internacional e ganhou mercado, expandindo suas operações de crédito imobiliário, consignado e infraestrutura e aumentando sua rede de agências de 2,3 mil para 4 mil. “Agora é preciso aumentar a eficiência de suas operações, não só de crédito”, diz o presidente da Caixa. Esse movimento inclui o programa de demissões voluntárias, que ficou abaixo do esperado, com 5 mil adesões, e o fechamento de 100 a 120 agências deficitárias. O fechamento será efetivado após o processo de demissões e as reestruturações em outras áreas da instituição.

Seguridade em preparação

Uma das alternativas para reforçar o patrimônio e melhorar o Índice de Basileia seria vender ativos, mas Occhi afirma que não faz parte dos planos da Caixa a venda de qualquer ativo este ano. “Até porque uma venda depende mais das condições de mercado do que da vontade da Caixa”, disse. Ou seja, se as condições de mercado melhorarem, o banco pode aproveitar a oportunidade, afirma Occhi, deixando aberta a possibilidade de uma venda. “Não falamos mais em IPO (abertura de capital), mas estamos com os assessores contratados, tanto na Lotex (empresa de loterias) quanto da seguradora, e vamos aguardar o parecer dos consultores”, disse Occhi.

Além disso, segundo ele, a Caixa trabalha para a criação de uma empresa de cartões, que ampliará as atividades da área aproveitando a grande clientela do banco. Foi criada também uma empresa de habitação, a Habitar, com um parceiro privado, que cuidará dos processos de contratação e controle do crédito imobiliário, dando maior agilidade para a instituição. “Ela está em fase pré-operacional e deve entrar em funcionamento este ano”, diz. “Eu tenho quase 4 milhões de contratos imobiliários, cada um diferente, e internalizei cerca de 200 mil, então uma empresa especializada, com um parceiro privado, ajudaria nesse processo”, explica.

No caso da seguradora, Occhi diz que é preciso primeiro resolver a questão do balcão, ou seja, dos corretores que hoje trabalham com a Caixa e que seriam afetados pela criação de uma empresa independente. “Estamos negociando com eles e encaminhando uma solução boa para todos”, diz. Depois disso, o processo de criação da empresa pode avançar, mas uma venda dependerá das condições de mercado, destaca o presidente da Caixa.

No caso dos cartões, Occhi lembra que a Caixa é a única das grandes instituições que não tem uma empresa própria para explorar todas as oportunidades oferecidas pelo serviço, como adquirência e crédito para empresas.”Lotex, seguridade, Habitar, cartões, são prioridades para desenvolver este ano e que darão uma maior sustentabilidade para a Caixa”, afirma Occhi.

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