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Carne brasileira leva xeque mate na China

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O presidente do Brasil, Michel Temer, afirmou nesta última quinta-feira que ligaria ainda neste mesmo dia ao presidente da China, Xi Jinping, na tentativa praticamente desesperada de fazer com que o gigante asiático volte atrás em sua decisão de suspender a importação de carne brasileira.

O impressionante e desnecessário escândalo provocado pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal se transformou num lamentável show de horror a nível internacional, prejudicando sensivelmente um dos setores mais robustos da economia brasileira. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de aves, e o quarto em carne suína. Já a China, é a maior compradora mundial de carne brasileira.

Tanto a posição de maior player global de carnes, quanto o acesso ao gigante mercado consumidor chinês, estão seriamente ameaçados, após longos anos de trabalho árduo. A conversa de Temer com Xi Jinping era de suma importância, mas aparentemente falhou. Talvez seja melhor montar uma equipe corporativa e pegar um avião com urgência rumo à China.

Corrobora para suspeita de falha na investida brasileira o anúncio feito na manhã desta sexta-feira pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Em visita a Austrália, Li Keqiang anunciou que a China eliminou todas as restrições sobre as importações de carne bovina australiana, o que mostra que o País está realmente fechando seu mercado de carnes para o Brasil e abrindo para a Austrália.

Anteriormente, apenas 11 vendedores australianos tinham autorização para exportar carne à China. Agora, a Austrália tem acesso expandido ao mercado consumidor chinês, se colocando como o primeiro grande País pronto para ocupar o espaço deixado pelo Brasil. Malcolm Turnbull, primeiro-ministro da Austrália, aproveitou o momento para jogar mais lenha na fogueira contra o Brasil, dizendo que sua produção, verde e de alta qualidade, garante a segurança alimentar da China.

Os australianos definitivamente conquistaram a confiança dos chineses e os benefícios não param por aí. O deslize do Brasil acelerou o movimento de aproximação entre as duas economias. Os chineses não só vão comprar mais carnes australianas, como também vão investir mais no País.

Durante a visita, o premiê chinês confirmou que a China State Construction Engineering vai construir um novo porto e uma linha ferroviária para uma mina a ser aprovada em Western Australia (um grande projeto de mineração de 6 bilhões de dólares autralianos), sinalizando um significativo aumento, no futuro, de fatia de mercado do minério de ferro australiano.

A China é o caso mais dramático para o Brasil neste momento, mas não é o único revés. No geral, estamos perdendo mercado em efeito dominó. Levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura mostra que subiu para 18 o número de países (ou blocos) que já adotaram alguma restrição à carne brasileira.

Já o presidente da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), estimou que 96 milhões de dólares em carne bovina e derivados estão parados somente no porto de Santos, impedidos de seguir viagem por conta das restrições adotadas pelos importadores.

A União Europeia ameaça impor mais barreiras contra a carne brasileira, pressionando o governo Temer tomar “medidas mais decisivas”. A estratégia do governo de minimizar o problema tem irritado os diplomatas europeus, o que pode agravar ainda mais a situação para os exportadores brasileiros. Os chineses também se mostram insatisfeitos, pedindo uma ação mais enérgica por parte do governo brasileiro, cobrando uma investigação mais profunda e punições rigorosas.

Como se não bastasse todo o prejuízo causado até o momento, a resposta do governo não tem sido adequada, o que contribui para agravar ainda mais a situação. A estratégia de minimizar o problema se tornou uma marca do governo Temer (presente desde o impeachment), mas só funcionou quando o assunto foi direcionado ao público interno.

No mercado de capitais, as atenções dos investidores/operadores continuaram voltadas à nova ofensiva de Trump para desmantelar o Obamacare. O presidente dos Estados Unidos deu um ultimato para que os parlamentares de seu partido aprovassem a lei da saúde nesta sexta-feira. O texto não seria mais alterado. Era tudo ou nada.

E deu nada. Sem conseguir apoio necessário, a votação foi retirada da pauta da Câmara dos Representantes. Agora, Trump vai deixar de lado a reforma da saúde e tocar o barco. O próximo alvo é a reforma tributária. Como Trump perdeu no Obamacare, a pressão para vitória na área tributária aumentou.

Desta vez, a batalha tende a ser menos difícil no Congresso, já que alguns parlamentares democratas são favoráveis às reduções de tributos. O S&P500 fechou a semana com a maior baixa do ano, vendido no curtíssimo prazo.

SPX

No Brasil, o índice Bovespa (BOV:IBOV) fechou a semana em leve baixa, mostrando candle de indecisão, apesar de se manter vendido no curto prazo. A LTA dos 37k foi testada e respeitada nesta semana, mas ainda segue ameaçada. Caso haja rompimento nesta respectiva linha de tendência, as regiões de suporte mais abaixo serão fragilizadas.

BVSP

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