O dólar parece ter abandonado de vez a recente tendência de alta, caindo consistentemente nesta segunda-feira, quando voltou a ser negociado no patamar de R$ 3,07. A perspectiva de ingresso de recursos no país em meio à sinalização de que os juros não devem subir além do esperado nos Estados Unidos favoreceram a queda da moeda norte-americana ante o real brasileiro.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,94% ante o real nesta segunda-feira, 20 de março de 2017, negociado a R$ 3,0707 para compra e a R$ 3,0717 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,0690 (valor mínimo) e R$ 3,1127 (valor máximo). Foi a segunda baixa seguida e o menor valor desde 23 de fevereiro (R$ 3,0570).

Dólar em Março

No mês de março, após catorze pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 1,34%. São sete pregões de baixa contra sete de alta, até o momento, no mês. No último pregão de fevereiro, o dólar fechou cotado a R$ 3,1118 para compra e a R$ 3,1133 para venda.

Dólar em 2017

Em 2017, após cinquenta e três pregões, o dólar acumula uma queda de 5,48% ante o real. São vinte e cinco pregões de alta contra vinte e oito de baixa, até o momento, no ano. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,2492 para compra e a R$ 3,2497 para venda.

Cenário Internacional

A trajetória de baixa da moeda norte-americana embasou-se na sinalização do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, de que deve elevar os juros mais duas vezes neste ano, como esperado. Juros maiores no país podem atrair capitais aplicados em outras praças, como a brasileira.

Além disso, também há a perspectiva de entrada de mais recursos no Brasil depois do leilão de aeroportos feito pelo governo brasileiro na semana passada, que levantou mais de R$ 3,5 bilhões.

No exterior, o dólar cedeu ante algumas divisas de países emergentes, como o peso mexicano e exibia leves oscilações ante uma cesta de moedas. O clima era de cautela depois da decisão do G20 de retirar a promessa para evitar o protecionismo comercial, concordando com o protecionismo cada vez maior dos Estados Unidos.

Cenário Nacional

Os investidores locais, no entanto, estavam bastante atentos ao noticiário sobre a Operação Carne Fraca, uma vez que poderá afetar as exportações do produto e impactar a balança comercial brasileira.

Ele referia-se à Coreia do Sul, Chile e China, que barraram temporariamente a importação de carne brasileira, enquanto a Comissão Europeia informou mais cedo que todas as empresas envolvidas no escândalo terão acesso negado ao mercado da União Europeia.

Na sexta-feira, a Polícia Federal lançou operação para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas, entre elas as gigantes JBS e BRF, com fraudes na fiscalização sanitária de carnes, escândalo que traz preocupação aos consumidores domésticos e ameaça o status do Brasil como grande exportador.

As exportações de carnes do Brasil (bovina, suína e de frango) subiram de cerca de US$ 2 bilhões em 2000 para aproximadamente US$ 14 bilhões no ano passado.

Banco Central (BC)

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais – equivalente à venda futura de dólares – ofertados para rolagem dos contratos de fevereiro. Com isso, reduziu a US$ 8,211 bilhões o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.

Cotação do Dólar Comercial em 20 de Março de 2017