A melhora das expectativas para a economia brasileira após a provação do limite de gastos do governo, o avanço da reforma da Previdência Social no Congresso e os sinais de inflação em baixa, que podem permitir uma redução maior dos juros, se juntaram a um cenário externo mais positivo, de valorização das commodities e otimismo nas bolsas com a eleição de Donald Trump nos EUA, o que fez o Índice Bovespa subir nos dois primeiros meses do ano, acumulando 10,68%. Em fevereiro, a alta foi de 3,08%, com o mercado já realizando um pouco dos lucros acumulados, o que levou o Ibovespa (BOV:IBOV) a fechar em 66.662 pontos, depois de ter atingido mais de 69 mil pontos.

Analistas discutem se há mais espaço para o Ibovespa subir, ou se o indicador já atingiu seu teto no médio prazo.

O mesmo cenário benigno para a bolsa fez o dólar recuar diante do real, fechando fevereiro com queda de 1,21% e acumulando 4,24% de perda no ano. A moeda americana fechou fevereiro vendida a R$ 3,114 no mercado comercial e R$ 3,24 no turismo. Para o economista do Banco Itaú, Mário Mesquita, essa queda do dólar é um movimento de curto prazo, fruto da valorização das commodities após as promessas de incentivos para a economia americana feitas por Trump, e que deve se inverter com a confirmação da alta dos juros nos Estados Unidos. O Boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado aposta em um dólar a R$ 3,30 no fim deste ano.

Já o ouro fechou fevereiro com alta de 2,06%, acumulando 4,55% no ano, compensando as perdas do dólar, uma vez que é cotado na moeda americana. A incerteza com as políticas do presidente americano Donald Trump incentivaram a compra do metal no exterior e puxaram as cotações.

Ao mesmo tempo, no Brasil, as projeções de queda da inflação fizeram os juros recuarem, com algumas estimativas para a taxa básica Selic em 8,5% no fim do ano que vem. Como consequência, os juros dos papéis do Tesouro recuaram, o que valorizou os papéis antigos em circulação no mercado, que pagam juros mais altos. Essa valorização se refletiu nas cotas dos fundos de renda fixa, especialmente os de duração alta, que acumularam ganho médio de 1,41%. Os juros dos  papéis do Tesouro também se valorizaram, especialmente os Tesouro IPCA 2035, corrigidos pela inflação, as chamadas NTN-B. Esses papéis mais longos subiram 6,24% no mês pela queda da inflação.

Abaixo, a rentabilidade no mês e no ano das principais aplicações. Os rendimentos dos fundos de investimentos são estimativas feitas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) até dia 22 de fevereiro.

Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, Lopes Filho, CMA, BM&FBovespa. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 22. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto. O ouro ativo financeiro é isento de IR para pessoas físicas.

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