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Bradesco vê retomada da economia começando agora e ganho menor com juros

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Os primeiros três meses deste ano representaram um momento de inflexão para a economia brasileira, indicando uma recuperação que deve levar o produto interno bruto (PIB, soma das riquezas do país) a voltar a ficar positivo. A avaliação é de Alexandre Gluher, vice-presidente do Bradesco (BOV:BBDC4), durante apresentação dos resultados do banco.

Segundo Gluher, a tendência de retomada do crescimento ainda é discreta, mas deve se consolidar no segundo semestre. “O mercado de trabalho está se estabilizando e o corte de juros vai consolidar essa recuperação, assim como a aprovação das reformas estruturais será importante para a retomada consistente da economia”, diz.

Segundo ele, um dos sinais de retomada no primeiro trimestre foi a redução da inadimplência, apesar de o crédito não ter crescido. “Não vimos crescimento no crédito, pois a demanda ainda está baixa, mas já vemos melhora na inadimplência e na originação de empréstimos, especialmente de pessoas físicas, e isso deve se acelerar com a melhora da confiança”, afirmou.

Perda de R$ 1 bi de grande empresa

Os atrasos acima de 90 dias subiram de 5,5% para 5,6% da carteira de crédito do banco por conta de uma perda de R$ 1,075 bilhão de uma grande empresa, que já estava provisionada e incluída nos atrasos entre 15 e 90 dias. Mesmo assim, a inadimplência de pequenas e médias empresas caiu de 8,62% para 8,26%, a de pessoas físicas, de 6,94% para 6,66%, enquanto a de grandes empresas passou de 1,24% para 2,29%. Sem essa provisão desse grande cliente, a inadimplência geral teria sido de 5,21% da carteira.

Provisões menores

Como o valor já havia sido provisionado, o banco reduziu as provisões gerais para devedores duvidosos (PDD), de 10,4% da carteira para 10,3%, o que ajudou a aumentar o lucro no primeiro trimestre. O lucro do Bradesco cresceu 25%, graças à redução de despesas com provisões e de custos em geral, que compensaram a queda dos ganhos com juros pela redução da Selic.

Queda dos juros impacta seguradora e margem

A queda dos juros afetou a margem financeira do banco, que caiu 5% no trimestre em relação ao quarto trimestre, mas especialmente a seguradora, que aplica suas reservas no mercado. A seguradora teve um lucro líquido de R$ 1,374 bilhão, 0,4% abaixo do obtido no mesmo período de 2016. O lucro da seguradora contribuiu com 30% do resultado total do banco no primeiro trimestre deste ano, menos que os 34% dos dois trimestres anteriores e do mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio da seguradora caiu de 24,9% para 20,2%.

Outro impacto para o resultado da seguradora foi o aumento da inadimplência na área de seguro saúde, afirmou Carlos Firetti, diretor de Relações com Investidores do banco. “Com a crise financeira, houve um aumento de demissões e cancelamentos de planos de saúde por empresas, e isso provocou um aumento de sinistros em seguro saúde por conta do maior uso”, disse.

Retomada do crédito no segundo semestre

A carteira de crédito do banco cresceu 8,5% sobre março do ano passado, mas recuou 2,4% neste ano em relação a dezembro. Segundo Firetti, a retomada do crédito deve vir somente no segundo semestre. “A acredito que ela virá principalmente no segundo semestre, a economia já se estabilizou e o PIB deve apresentar crescimento neste primeiro trimestre, e a tendência é que essa retomada se mantenha”, diz. Firetti diz que o banco já vê melhora em várias linhas melhoras na concessão de crédito, especialmente para pessoas físicas. “Caminhamos para uma estabilização da carteira de crédito e, no segundo semestre, a originação deve melhorar mais, mas temos uma visão mais favorável para 2018.”

Recuperação da confiança

Segundo Alexandre Gluhel, a retomada do crédito depende da recuperação da confiança e dos indicadores de emprego.” As duas coisas acontecendo em conjunto vão trazer investimentos maiores, mais necessidade de crédito e confiança e disposição para as pessoas voltarem a consumir”, afirma. Com isso, linhas ligadas a pessoa física vão ser estimuladas, o que aumentará o volume de recebíveis das empresas e o crédito com essas garantias. “Até lá, temos uma singela recuperação dos empréstimos para pessoas físicas, como no crédito consignado e no crédito imobiliário, que estão crescendo”, afirmou Gloher. “Sentimos uma recuperação da confiança das pessoas e isso deve movimentar o crédito.”

Novas provisões para grandes empresas

O banco provisionou no primeiro trimestre R$ 1,075 bilhão relativos a um papel de uma grande empresa. A provisão já havia sido feita no quarto trimestre, mas como o atraso superou 90 dias, ele foi reclassificado entre os vencimentos mais longos. Segundo Firetti, o banco não vê outros casos como esse na carteira. Mas outras provisões podem ocorrer. “Até o ano passado fazíamos esse tipo de provisão uma vez por ano, pois eram mais raras, mas este ano vamos fazer a cada trimestre”, diz.

Queda dos juros do crédito

Firetti diz que a tendência de queda dos juros dos empréstimos prossegue, mas depende de outros fatores além da redução do juro básido. “A tendência é de normalização do mercado e já temos visto normalização em algumas linhas”, afirma. Segundo ele, o banco tem repassado a queda da taxa Selic, tendência que  deve continuar, e os spreads devem se reduzir nos próximos trimestres. ”No processo de normalização do mercado, com a inadimplência caindo e o risco caindo, os juros tendem a se ajustar também”, explica Firetti. “O Banco Central tem essa mesma visão do mercado, que destaca a inadimplência como principal componente de do spread (diferença entre a taxa de captação e a do empréstimo), e havendo uma solução para a inadimplência, deve haver redução dos juros do crédito”.

Alexandre Gluher lembra que a mudança nos cartões de crédito, com o fim do crédito rotativo e a obrigatoriedade de refinanciamento parcelado das dívidas, ainda não se refletiram nos números do crédito, “mas houve redução significativa dos juros no novo parcelado, que substitui o rotativo.” Segundo Gluher, o BC leva em consideração que a inadimplência tem seu pedaço nos juros e, à medida que houver redução da inadimplência, ela vai influenciar a diminuição do spread, que é composto de vários fatores, além da Selic, como custos operacionais dos bancos, custos do negócio e da inadimplência.

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