ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for alerts Cadastre-se para alertas em tempo real, use o simulador personalizado e observe os movimentos do mercado.

Copom deve cortar juro em 1% em maio também, diz gestor; NTN-B e ações são opções

LinkedIn

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de acelerar o corte dos juros básicos de 0,75 para 1 ponto percentual na reunião deste mês era amplamente esperada pelo mercado, afirma Marco Bismarchi, sócio gestor da Tag Investimentos. O mercado deve aguardar a ata da reunião, que sai na semana que vem, mas no comunicado que acompanhou a redução dos juros o Copom já antecipou que voltará a cortar os juros em 1 ponto na próxima reunião, em 30 e 31 de maio, diz o gestor. “O comunicado deixa a pista que esse é o ritmo de corte adequado, e que pode ter mais um ponto na próxima reunião, o que reduziria o juro para 10,25%, se nada mudar”, explica.

Cenário ruim ou bom, juro vai cair

Para Bismarchi, mesmo as turbulências políticas, como a lista de denúncias do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin não vão impedir um novo corte forte dos juros. “Independentemente da reforma da Previdência, o ciclo de corte dos juros básicos vai acontecer, por bem ou por mal”, diz. Segundo ele, se não passar a reforma da Previdência ou se o texto aprovado for insuficiente para equilibrar as contas do governo, os juros e o dólar vão subir e a situação da economia brasileira vai se complicar ainda mais, exigindo do BC mais cortes dos juros. “O que acontecerá é que os juros longos vão subir mais, pois o risco-país vai subir, enquanto os curtos cairão porque a recessão vai aumentar”, explica.

Já se a reforma da Previdência passar com um ajuste razoável no déficit do INSS, os juros longos tendem a cair, acompanhando o risco-Brasil, assim como os curtos, com o dólar recuando. “E deve haver também impacto na bolsa, que deve melhorar se tiver uma reforma aceitável”, afirma.

Juro real deve ser menor em 2018

Com os juros longos caindo, o rendimento real dos papéis do Tesouro de maior prazo, corrigidos pela inflação também devem cair. “O nosso cenário base é que a Selic feche o ano em 8,5% e, no ano que vem, talvez menos, entre 7,5% e 8% ao ano”, afirma.

Para Bismarchi, o BC vai ter de trabalhar no ano que vem com um juro real abaixo do juro considerado neutro ou de equilíbrio da economia brasileira. Esse juro neutro seria o que garante o controle da inflação sem prejudicar o crescimento, leva em conta o risco-Brasil e está hoje em torno de 4% a 4,5%. “O juro real no ano que vem terá de ficar abaixo disso, pois a economia brasileira está muito machucada”, diz o gestor. Para ele, o juro real deverá cair para 3% a 3,5%, o que, com uma inflação de 4% a 4,5%, significará uma taxa Selic entre 7,5% e 8% ao ano.

Esses números ainda vão depender da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de mudar a meta de inflação, hoje de 4,5%. “O CMN pode reduzir a meta para 4,25% ou 4% ao ano, o que pode levar a Selic a ficar nesse nível mais baixo”, diz.

Mesmo uma retomada do crescimento no fim deste ano e no próximo não deve impedir a queda maior dos juros, acredita Bismarchi. “A pressão da inflação deve demorar um pouco”, afirma o gestor, que trabalha com um crescimento de 1,5% a 2% no último trimestre deste ano, com o Produto Interno Bruto (PIB) fechando este ano perto de zero. Já em 2018, o crescimento pode ser de 2% a 2,5%. “Nada que justifique subir o juro de novo”, afirma.

Prêmio nas NTN-B

Com esse cenário, Bismarchi acredita que ainda há prêmio nos papéis corrigidos pela inflação do Tesouro, as NTN-B. E, para quem tem um pouco mais de apetite por risco, seria o caso de começar a aplicar um pouco em bolsa de valores com visão de médio e longo prazo. “Com a retomada da atividade e as reformas estruturais, da Previdência, trabalhista, devemos ter bastante fluxo para a bolsa, seja de estrangeiros, seja de investidores institucionais, que vão precisar correr mais riscos para cumprir suas metas de rentabilidade. “Neste ano, muitos fundos já pegaram a rentabilidade semestral paga pelas NTN-B em suas carteiras e aplicaram em bolsa, pois o rendimento dos títulos está abaixo dos 6% ao ano das metas atuariais”, explica Bismarchi. “Não dá para bater a meta só com papel público”, diz.

Uma retomada da bolsa vai depender, porém, de uma reforma da Previdência minimamente suficiente para ajustar as contas do governo, alerta o gestor. “Precisa passar idade mínima, e uma transição que chegue num meio termo entre o que o governo propôs e o que querem os parlamentares, que permita ganhar uns 15, 20 anos de folga fiscal, e aí os mercados darão uma animada”, afirma.

Bismarchi diz que a escolha do prazo das NTN-B vai depender também do apetite de risco do investidor. “As mais longas vão refletir mais o risco-país e as incertezas políticas e com as reformas”, explica. Já as mais curtas terão menos risco, mas menos retorno, e vão pegar o movimento específico de ajuste dos juros básicos. “Olhamos mais para papéis com vencimento em 2022, 2024, que estão com juros ainda interessantes e não são tão influenciadas pelo risco-país e têm menor oscilação que as mais longas”, diz.

Sobre a bolsa, Bismarchi acha que as empresas mais líquidas já subiram bastante e talvez seja o momento de empresas de menor porte ou fora do radar começarem a andar. “O dinheiro dos estrangeiros vai mais para papéis mais líquidos, como Petrobras, que subiu 100% no ano passado, Vale e bancos”, observa. “Depois dessa alta toda, pode ser papéis menos líquidos tenham mais potencial de ganho, e isso deve favorecer fundos de ações mais ativos, que busquem valor no mercado”, diz.

Deixe um comentário