A Petrobras (BOV:PETR4) foi vítima de um escândalo de corrupção que entra para os anais da história, disse o presidente da estatal, Pedro Parente, durante o Fórum “Impulsionando o Crescimento do Brasil”, organizado pelo Financial Times e pelo escritório de advocacia norte-americano Paul Hastings.
“Agora, a Petrobras está virando uma chave, saindo das páginas de escândalo de corrupção para páginas de negócios”, acrescentou. De acordo com e executivo, a estatal está se tornando uma empresa normal, fazendo seus negócios levando em conta a racionalidade econômica e a responsabilidade financeira.
“Temos absoluta noção de que estamos apenas começando um processo”, disse. Parente disse também que, levando em conta o reconhecimento do mercado financeiro, há uma antecipação de um resultado que a companhia precisa entregar.
O executivo lembrou ainda que a dívida da Petrobras chegou a atingir o valor mais alto de toda a indústria de óleo e gás. Além disso, o endividamento chegou a superar o de todos os Estados da federação, com exceção de São Paulo. Parente comentou que o desejo é de que a alavancagem da companhia se reduza para menos de 2,5 vezes. Essa é a meta da empresa para 2018, mas, segundo o executivo, 2,5 vezes ainda é um patamar muito elevado. Ele destacou que a dívida da estatal vem caindo.
“Claro que parte da redução da dívida deve-se à valorização da moeda brasileira, mas também está relacionada a desinvestimento e geração de caixa”, afirmou. Parente também destacou que a Petrobras entregou aumentos importantes de produtividade e conseguiu economizar com custos de serviços e equipamentos. Ainda de acordo com o executivo, outro desejo é que a empresa volte a ser uma das maiores do setor de óleo e gás do mundo.
Desinvestimentos
Parente disse que será possível acelerar o desinvestimento da empresa na nova sistemática, alinhada às exigências do Tribunal de Contas da União (TCU). Isso porque há vários interessados que participarão na nova sistemática que já tomaram conhecimento do processo, disse. “O tema do TCU foi superado em março.
O problema é que temos de voltar à estaca zero, mas vamos tirar vantagem da curva de aprendizagem. Além disso, podemos acelerar o desinvestimento na nova sistemática”, relatou. Parente também lembrou que vendas e parcerias são uma forma de otimizar ativos. Ele citou como exemplo o campo de Carcará, que teve fatia vendida para a Statoil. “É um campo de ótima qualidade, mas com características diferentes das do pré-sal, além de ser mais afastado. Teríamos de investir muito dinheiro”, disse.
Estatuto
Parente relatou que a empresa vai submeter para aprovação regras mais rígidas no estatuto, em termos de governança corporativa. “Com lei das estatais, melhorou muito o tema da governança, mas queremos ir além da lei”, afirmou.
Preços
A Petrobras observa a dicotomia entre paridade internacional e participação de mercado (market share) para estabelecer preços, disse Parente. A empresa, contudo, não vai praticar preços abaixo da paridade internacional, garantiu. “A Petrobras não era normal em sua política de preços, agora está se tornando uma empresa normal”, relatou.
(Por Karin Sato, André Ítalo Rocha e Eduardo Laguna)