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Queda dos juros fará Fundação Cesp aumentar investimento em ações este ano

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A Fundação Cesp, uma das maiores gestoras de fundos de pensão do mercado, deve ampliar suas aplicações em ações nos próximos 6 a 12 meses, afirma seu diretor de investimentos, Jorge Simino. “Nos próximos meses, teremos cerca de R$ 2,3 bilhões para reinvestir, relativos ao vencimento de NTN-Bs (papéis do Tesouro corrigidos pela inflação), no valor de R$ 1 bilhão, mais R$ 300 milhões de vencimento de papéis de crédito privado e mais R$ 450 milhões de venda de ações da CPFL que não faziam parte do bloco de controle, e mais R$ 700 milhões de outras aplicações”, disse Simino durante apresentação dos resultados do fundo relativos ao ano passado.

Ambiente de queda nos juros

SImino destaca que os investimentos ocorrerão em um cenário de queda dos juros para 8,5% a 9% nos próximos 12 a 18 meses  se tudo correr bem. A Fundação já vinha se preparando para essa queda dos juros desde o início deste ano, reduzindo as aplicações em papéis corrigidos por juros diários Selic e CDI e aplicando em NTN-B, que permitem travar os juros reais por prazos mais longos.  “De janeiro a março, a aplicação em NTN-B aumentou R$ 700 milhões, para R$ 1,9 bilhão, e aumentamos também a posição em fundos multimercados e de ações”, diz.

Ganhos com CPFL e Vale

O resultado foi um ganho de 5,97% dos fundos da Fundação Cesp no primeiro trimestre, comparado a 2,85% da meta atuarial. “Isso dá um resultado de R$ 661 milhões nominal”, diz Simino. Parte do ganho deste ano veio das ações do bloco de controle da CPFL, vendida para um grupo chinês, e de ações da Vale, que se beneficiaram da forte alta das commodities e do minério de ferro e do anúncio de reestruturação da empresa. Os fundos ainda têm ações que não faziam parte do grupo de controle da Cesp para serem vendidas. E espera as mudanças de governança na Vale para vender as do grupo de controle que possui na mineradora, apesar de a participação ser menor.

Carteira fundamentalista

Simino lembra que a gestão dos recursos precisa manter um volume de recursos de curto prazo, ou em caixa, elevado, já que precisa pagar R$ 2,2 bilhões por ano em benefícios. “Mas em nove meses reduzimos o caixa e deslocamos um volume significativo de recursos para NTN-B e multimercados, para garantir a rentabilidade mais alta”, diz.

Apesar do aumento da renda variável, porém, o gestor observa que, comparado a 2016, a parcela de ações do fundo deve chegar a R$ 1,5 bilhão, o que representa 7% a 8% do patrimônio total de R$ 27 bilhões. “E única e exclusivamente em um portfólio chamado de carteira fundamentalista, que tende a ter desempenho próximo ou acima do Índice Bovespa”. A opção é pelo conservadorismo, até pelo fato de muitos planos da Fundação Cesp já estarem em fase de desembolso, ou perto dela.

Plano de saúde para reduzir custos

A Fundação Cesp reúne várias empresas patrocinadoras, que têm seus fundos de pensão fechados administrados pela instituição. Para participar, é preciso ser funcionário de uma das empresas patrocinadoras, por isso são chamados fundos fechados de previdência. A Fundação cuida ainda de um plano de saúde, como forma de reduzir os custos para seus associados, explica Martin Glogowsky, presidente da fundação. São no total 10 planos, cada um com um conselho diferente, que reúnem R$ 26 bilhões, 18 mil investidores ativos e 31 mil aposentados. No total, são 100 mil vidas, incluindo famílias.

Novos planos

Os projetos para este ano incluem criar alternativas de planos de contribuição definida (CD, no qual o investidor sabe quanto aplica, não o valor a receber no futuro) para atrair mais usuários e montar alternativas de avaliação de performance dos fundos para despertar o interesse de mais empresas patrocinadoras. Vão também criar uma versão regional do plano de saúde, só para a capital, como forma de reduzir custos, que sobem na aposentadoria.

Reforma aumenta interesse

Uma das vantagens para aumentar o número de usuários é que nunca se falou tanto em previdência como agora, por conta da discussão da reforma do INSS no Congresso.

Mas a Fundação tem alguns “vilões” que dificultam o aumento de participantes. O primeiro, é uma “joia” cobrada dos que tem mais de 36 anos para entrar no plano, que busca compensar o tempo de contribuição menor. Outro é o tempo de acumulação, que afasta os jovens diante da expectativa de só poderem receber o dinheiro de volta após os 60 anos. E muitos não querem ficar na mesma empresa por toda a vida.

A Fundação Cesp trabalha na criação de um plano mais moderno, atual, atrativo para o jovem, no qual ele e a empresa contribuam e que ele possa levar com ele caso mude de emprego. E eliminaria a joia de entrada.

Rendimento acima da meta

Os planos tiveram um superávit em 2016 de R$ 2,2 bilhões, bem acima dos R$ 685 milhões de 2015. A rentabilidade média da carteira, de 18%, também ficou acima da meta, de 12%.

Com relação à reforma da Previdência, um dos efeitos será que os investidores terão de trabalhar mais tempo para obter o benefício do INSS e, com isso, vão contribuir por mais tempo para a fundação. No caso dos planos com benefício definido, que garante 70% do salário, não haverá mudança, pois o valor final já está definido. Já para os planos de contribuição definida, nos quais a pessoa recebe o que guardou, o valor pago na aposentadoria deverá ser maior pelo maior tempo de acumulação.

O benefício médio pago pela Fundação Cesp é de R$ 6.274,00 e, por invalidez, 3,3 mil. Por morte, o pagamento é de R$ 3,372 mil. No INSS, apenas como comparação, o benefício médio é de R$ 1,2 mil, sendo que 60% ganham o salário mínimo, de R$ 900.

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