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Meu nome é Temer, Michel Temer

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Olivia

Olivia Bulla é jornalista e escreve diariamente sobre os mercados financeiros no blog A Bula do Mercado

A semana encurtada pelo feriado nacional na quinta-feira, esvaziando a sessão no dia seguinte, começa novamente sob grande tensão. Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de absolver a chapa eleita em 2014 por 4 votos a 3, resta saber como fica a situação do presidente Michel Temer e o apoio para aprovar as reformas, o que mantém as atenções dos mercados domésticos nos desdobramentos políticos.

Além da polêmica repercussão sobre a decisão do TSE, também deve pegar mal nos negócios locais o noticiário do fim de semana, que revelou uma “Operação Abafa” do governo contra a Lava Jato. A tentativa põe em segundo plano a votação das novas leis trabalhista e previdenciária no Congresso e mostra o interesse de Temer em acabar com as investigações da Polícia Federal, salvando a própria pele (e a dos demais políticos).

Segundo uma revista semanal, o Palácio do Planalto teria acionado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A reportagem revela que a investigação em curso há alguns dias teria encontrado indícios de que Fachin voo no jatinho da JBS nos dias que antecederam a sabatina dele no Senado, em 2015, e teria tido um jantar sigiloso com o senador Renan Calheiros, em um encontro intermediado pelo então diretor da empresa, Ricardo Saud.

A estratégia do governo, com base nessas informações, seria de constranger o relator da Lava Jato e insinuar que ele homologou a delação dos empresários da JBS com termos favoráveis porque deve favores à empresa. A defesa de Temer pediria, então, a destituição de Fachin da relatoria do caso no Supremo.

Para a presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia, essa devassa contra Fachin é “própria de ditaduras”, “voltada para constranger a Justiça”, em mais um “infeliz episódio” da grave crise institucional do país. Mais que isso, trata-se de uma ação que reacende suspeitas sobre o acidente trágico que matou o ex-relator Teori Zavascki.

Em meio ao agravamento da situação do governo, que coleciona métodos comparáveis à máfia, a executiva nacional do PSDB reúne-se hoje para definir se mantém o apoio a Temer e segue como o principal aliado. Parte dos tucanos defende o desembarque da base aliada antes que a permanência do presidente torna-se insustentável, visando descolar a imagem do partido da figura de Temer.

Em contrapartida, o PMDB promete revidar e ficar neutro em 2018. O grande temor da ala pró-rompimento é a formalização de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer. Até a próxima segunda-feira (dia 19), o procurador Rodrigo Janot deve denunciar o presidente e seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures por crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Mas quem decide o futuro de Temer é a Câmara e bastam 172 votos para o presidente escapar do processo. A questão é que os governistas já mostram receio em assegurar o apoio de um terço dos deputados na denúncia. Logo, não dá para mostrar confiança de que haverá apoio de dois terços da Casa para passar a reforma da Previdência.

Por ora, a proposta saiu da pauta da Câmara. A trabalhista, por sua vez, tem grande chance de passar no Senado e o governo tenta acelerar o ritmo de análise nas comissões para que o texto seja aprovado antes que surjam “fatos novos” contra Temer.

A leitura do texto da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais ficou para amanhã, sendo que a votação deve acontecer uma semana depois. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a votação está prevista para o dia 28. Aprovado em ambas comissões, a pauta fica liberada para o plenário da Casa.

No calendário econômico, destaque para as vendas do comércio, amanhã, e para o desempenho do setor de serviços, no dia seguinte. Ambos os indicadores são referentes ao mês de abril e, juntamente, com os dados da indústria no período, já conhecidos, tendem a sinalizar como se comportou a atividade doméstica no início do segundo trimestre, o que deve ser apontado pelo índice do Banco Central (IBC-Br).

Ainda não há previsão para divulgação do indicador. Hoje, o BC publica a tradicional pesquisa semanal Focus (8h25). À tarde (15h), saem os números da balança comercial em junho até ontem.

No exterior, após os sinais suaves (“dovish”) emitidos pelo Banco Central Europeu (BCE) na semana passada, os mercados se preparam para a postura mais dura (“hawkish”) do Federal Reserve. O Fed deve promover uma nova alta na taxa de juros norte-americana na quarta-feira, o que se configuraria no quarto aperto monetário do atual ciclo e o segundo aumento neste ano.

As atenções dos investidores estarão concentradas no comunicado que acompanhará a decisão e na coletiva de imprensa da presidente do BC dos Estados Unidos, Janet Yellen, a fim de encontrar pistas sobre a possibilidade de novas altas nos juros até o fim do ano. Nesta segunda-feira, porém, o calendário externo está esvaziado.

Ao longo da semana, nos EUA, saem os índices de preços ao produtor e ao consumidor, além das vendas no varejo e da produção industrial. Também são esperados dados da atividade no varejo e na indústria da China. Na zona do euro, destaques para a produção industrial, a taxa de desemprego e a inflação ao consumidor. Fora da região da moeda única, destaque para a decisão de juros na Inglaterra (BoE).

À espera desses eventos, os índices futuros das bolsas de Nova York estão em queda, diante do menor otimismo dos investidores com a agenda pró-crescimento do presidente dos EUA, Donald Trump. A ausência de medidas que colocam em prática as promessas de campanha do republicano reduz o apetite por ativos de risco e eleva as incertezas com a turbulência política também no exterior.

A libra esterlina segue pressionada pelo resultado das eleições antecipadas no Reino Unido, que reduziu o total de assentos do partido conservador no Parlamento e dificultou as negociações em relação ao Brexit. As principais bolsas europeias também estão no vermelho nesta manhã, com destaque para as ações de tecnologia, após um alerta do Goldman Sachs. O setor também liderou as perdas na Ásia.

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