Na manhã dessa quinta feira (27), a Polícia Federal cumpriu mandados judiciais que fazem parte da 42 ª fase da Lava Jato. Iniciando suas ações com a prisão temporária do ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
A operação denominada pela PF como ‘‘Operação Cobra’’, em referência ao codinome de Bendine nas planilhas da empreiteira, tem como principal objetivo o ex-presidente e pessoas associadas a ele pela prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros.
Em nota, a PF divulgou que “Segundo as investigações realizadas até este momento, o ex presidente das instituições mencionadas e as pessoas a ele relacionadas teriam solicitado vantagem indevida em razão dos cargos exercidos para que o Grupo Odebrecht não viesse a ser prejudicado em futuras contratações da Petrobras. Em troca, o grupo empresarial teria efetuado o pagamento em espécie de ao menos R$ 3 milhões. Aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão do então presidente do Grupo Odebrecht.’’
Segundo o MPF-PR, existem evidencias de que ele pediu propina à Odebrecht Agroindustrial.
Enquanto estava no comando do Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, mas não recebeu o valor, de acordo com os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, o pedido de propina foi negado porque eles entenderam que Bendine não tinha poder para influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil. Na véspera de assumir o cargo na Petrobras, pediu mais R$ 3 milhões para não prejudicar os contratos da estatal com a empreiteira. O valor foi pago em 2015.
Os indícios mostram que os pagamentos foram efetuados em três repasses de R$ 1 milhão, todos em 2015, feitos através de contratos fictícios de consultoria junto a uma empresa laranja, informou o MPF.
Bendine tentou pagar imposto sobre a propina recebida
Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, integrante da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Bendine estava tentando declarar os valores recebidos ilicitamente como provenientes de uma consultoria prestada à Odebrecht.
“Não houve contrato, não houve justificativa para a diminuição de uma consultoria no valor de R$ 17 milhões para R$ 3 milhões, valor que realmente foi pago. Tampouco fazia sentido o recolhimento de impostos já em 2017. Para o MPF, esse recolhimento de imposto significa uma tentativa de ocultar e dissimular a origem criminosa dos valores, ludibriar as investigações e obstruir a justiça’’, afirmou Costa.
Até o momento, a assessoria de Aldemir Bendine não se pronunciou.