A conversão das lojas do Pão de Açúcar (BOV:PCAR4) em Assaí é uma estratégia arriscada e que pode se tornar uma espécie de “fogo amigo” na operação dos franceses do Casino no Brasil, avalia o Bradesco em um relatório enviado a clientes. O preço-alvo foi elevado de R$ 76 para R$ 80, mas a recomendação neutra foi mantida.
Richard Cathcart e Flávia Meireles, que assinam a análise, calculam que, quando plano estiver completo, o número de lojas Assaí dentro de um raio de 5 km de outra aumentará de 31 para 46, cerca de 33% da rede. Em contraste, apenas 6% das lojas do Atacadão estão dentro de um raio de 5 km de outra, e para o Makro o número é de apenas 3%.
Ou seja, as lojas convertidas irão invadir as áreas de captação das existentes. “Então, embora elas possam chegar a vendas 2,5 vezes maiores que as do antigo hipermercado (em linha com o guidance transmitido ao mercado), outras lojas podem perder”, argumentam os analistas.
Além disso, o Bradesco alerta que o tráfego de clientes possa voltar do “atacarejo” para o varejo conforme a economia volte ao rumo.
“Se essa tendência for mesmo mais significativa do que esperamos, vemos o Assaí em maior risco do que o Atacadão. Isso ocorre porque nossa análise mostra que o Assaí provavelmente foi o principal beneficiário da perda de tráfego dos hipermercados Extra, e achamos que os consumidores provavelmente vão voltar atrás”, destacam.
O Bradesco prefere as ações do Carrefour (BOV:CRFB3) em relação às do Pão de Açúcar.