De acordo com o Banco Central (BC), a saída de dólares na economia brasileira superou a entrada de recursos em US$ 2,647 bilhões no sétimo mês de 2017. Esse saldo é resultado de um ingresso total de US$ 47,242 bilhões e de uma retirada total de US$ 49,889 bilhões ao longo de vinte e um úteis no mês de Julho.

O cálculo do fluxo cambial brasileiro, saldo entre a entrada e a saída de dólares do país, possui dois tipos de contas: a conta comercial, na qual são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação, e a conta financeira, que inclui as demais operações de câmbio, como os investimentos estrangeiros diretos, os recursos para aplicações financeiras, as remessas de lucros e dividendos e os empréstimos tomados no exterior.

No sétimo mês do ano, a conta financeira apresentou um saldo negativo de US$ 5,707 bilhões, fruto de ingressos no valor de US$ 32,007 bilhões e de retiradas no valor de US$ 37,714 bilhões.

Por sua vez, a conta comercial encerrou o mês com um superávit de US$ 3,060 bilhões. As exportações no período somaram US$ 15,235 bilhões, enquanto que as importações totalizaram US$ 12,175 bilhões. As exportações foram compostas por US$ 2,491 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 4,519 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 8,225 bilhões referentes a outros tipos de entradas.

Julho de 2017 x Julho de 2016

O fluxo cambial negativo de US$ 2,647 bilhões registrado no Brasil no sétimo mês de 2017 foi 303,98% inferior ao registrado em Julho de 2016. No sétimo mês do ano anterior, o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 1,297 bilhão, resultado de um saldo comercial positivo de US$ 4,092 bilhões e de um saldo financeiro negativo de US$ 2,794 bilhões.

A piora no saldo comercial de 2017 (-25,22%) decorreu, principalmente, do aumento das importações (23,77%) entre Julho de 2016 (US$ 9,837 bilhões) e Julho de 2017 (US$ 12,175 bilhões). As exportações, por sua vez, também aumentaram (mas em um ritmo menor) de um ano para outro (9,38%), de US$ 13,929 bilhões em Julho de 2016 para US$ 15,235 bilhões em Julho de 2017, não sendo tão preponderantes para o resultado final.

Já o saldo financeiro apresentou uma considerável piora (-104,22%) entre o sétimo mês de 2016 e o de 2017. A entrada de recursos no país através da compra de ativos financeiros brasileiros subiu 5,58% entre Julho de 2016 (US$ 30,317 bilhões) e Julho de 2017 (US$ 32,007 bilhões). Já a saída de recursos em decorrência da venda de ativos financeiros nacionais subiu 13,90% entre o sétimo mês de 2016 (US$ 33,111 bilhões) e o sétimo mês de 2017 (US$ 37,714 bilhões).

Julho de 2017 x Junho de 2017

O fluxo cambial negativo de US$ 2,647 bilhões registrado no Brasil no sétimo mês de 2017 foi 38,47% melhor que o registrado no mês anterior. No sexto mês de 2017, o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 4,301 bilhões, resultado de um saldo comercial positivo de US$ 4,627 bilhões e de um saldo financeiro negativo de US$ 8,928 bilhões.

A piora no saldo comercial de Julho de 2017 (-33,87%) decorreu, principalmente, pela queda nas exportações (-6,75%) entre Maio (US$ 16,338 bilhões) e o mês atual (US$ 15,235 bilhões). As importações, por sua vez, subiram menos que a queda das exportações de um mês para o outro (3,97%), passando de US$ 11,710 bilhões em Junho para US$ 12,175 bilhões em Julho.

Já o saldo financeiro apresentou um resultado bem melhor (36,08%) entre Junho e Julho de 2017. A entrada de recursos no país através da compra de ativos financeiros brasileiros subiu 6,38% entre o sexto (US$ 30,087 bilhões) e o sétimo (US$ 32,007 bilhões) mês de 2017. Já a saída de recursos em decorrência da venda de ativos financeiros nacionais caiu (-3,33%): de US$ 39,015 bilhões em Junho para US$ 37,714 bilhões em Julho.

Fluxo Cambial Acumulado no Ano

No período acumulado entre os meses de Janeiro e Julho de 2017, a entrada de dólares na economia brasileira supera a saída de recursos em US$ 4,832 bilhões. Esse saldo é resultado de um ingresso total de US$ 274,048 bilhões e de uma retirada total de US$ 303,805 bilhões ao longo de cento e quarenta e cinco dias úteis. Saiba mais!