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Gestores de fortunas discutem mudanças de tributação

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Os gestores de fortunas analisam as propostas do governo de mudar a tributação das aplicações financeiras, em especial o fim dos papéis isentos de imposto de renda, explica João Albino, presidente da comissão de private banking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). “A discussão do fim da isenção é antiga, mas tomou corpo há uma semana, quando entrou em discussão com profundidade”, afirmou, durante teleconferência realizada hoje. Albino acredita que haverá alguma regra de transição até que as mudanças entrem em vigor. A informação de que o governo prepara uma ampla mudança na tributação dos investimentos foi antecipada pelo Portal do Pavini na terça-feira.

Segundo Albino, a Anbima deve se pronunciar oficialmente. A entidade defende o fim do benefício para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), dos certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA). Já as debêntures de infraestrutura e seus respectivos fundos, também isentos, estão sendo objeto de discussão, pois o setor precisa de maiores investimentos. “Mas ainda estamos em fase de discussão do governo com o mercado”, explicou.

De qualquer maneira, o volume de LCI e LCA nas carteiras dos clientes já vinha diminuindo pela falta de lastro, ou seja, de operações de empréstimo dos bancos nos segmentos imobiliário e do agronegócio, explica Albino. Tanto que os ativos de renda fixa, entre os quais se destacam as LCI e LCA, caíram de R$ 280 bilhões em dezembro para R$ 272 bilhões em junho, um recuo de 8,4%.

Por isso, também, o executivo não espera que haja uma corrida a esses papéis. “As emissões dependem de lastro, e do interesse das empresas em captar, não depende só da procura dos clientes”, explica. Além disso, segundo ele, não se sabe ainda se as novas regras não vão valer também para as emissões já feitas. “Não se sabe se vai haver preservação do estoque ou não”, afirma. “Mas não adianta ter corrida se não houver lastro, e essas operações, especialmente de CRI ou CRI, não se montam em poucos dias”, afirma.

Sobre a anistia para recursos mantidos no exterior, que teve baixa adesão em sua segunda versão neste ano, Albino diz que a redução já era esperada, pois o imposto era mais alto e muita gente já havia aderido ao primeiro, que terminou em outubro do ano passado. “Foram 25 mil pessoas no primeiro e pouco mais de mil agora, talvez algumas que perderam o prazo na repatriação anterior”, afirma. Para ele, se houver um terceiro programa, ele será ainda menos procurado. “A menos que mudem alguma regra, liberem para parentes de políticos, a adesão tende a ser menor ainda”, diz.

Perfil do investidor muda com juro menor

Para Albino, a queda dos juros da economia para perto de 7%, um dos menores da história, tende a reduzir o ganho líquido dos investidores para 1% ou 2% descontada a inflação. “Então o investidor costuma se dispor a correr mais risco, e faz um novo perfil, mais arrojado, para tentar ganhar um pouco mais”, explica o executivo, lembrando que o inverso também é verdadeiro, com os investidores ficando mais conservadores quando o juro sobe e não é preciso correr muito risco para ganhar. “O perfil de risco modifica com o nível da taxa de juros”, diz.

A expectativa é que parte dos recursos continue indo para os fundos multimercados, que correm mais riscos ao aplicar em diversos ativos e usar derivativos e outros instrumentos para ganhar mais. No ano, o total aplicado pelos clientes private em fundos cresceu 13,3%, para R$ 416 bilhões, ou 46,6% das carteiras. Em dezembro, o valor em fundos era de R$ 367,3 bilhões. Também as aplicações em renda variável cresceram, 7,4%, passando de R$ 104,7 bilhões para R$ 112,5 bilhões em junho.

A queda nos papéis de bancos, como LCI e LCA e CDB, também reflete a queda nas concessões de crédito, que reduzem a demanda de captação das instituições. Há também um fator especial, que é o fim das operações compromissadas feitas pelos fundos usando debêntures de empresas de leasing. O Banco Central determinou o fim dessas operações no próximos meses e, à medida que os títulos antigos vencem, não são renovados e o cliente procura outra coisa para investir. O mais comum é o dinheiro ir para fundos multimercados e Previdência.

 

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