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Bye bye juro real

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A Selic mal se aproximou da mínima histórica atingida forçadamente em 7,25% durante o governo Dilma, em 2013, e o mercado já prepara o champanhe não só para celebrar o retorno da taxa básica de juros ao piso histórico, como também o rompimento da mínima.

Na reunião de dois dias encerrada nesta quarta-feira, na qual o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu cortar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 8,25% ao ano, a rota ficou mais clara para uma renovação da mínima histórica na taxa básica de juros.

No comunicado divulgado na noite desta quarta-feira, o Comitê deixou claro que a atual conjuntura econômica reforça expectativa de taxa básica de juros abaixo da taxa estrutural. A taxa de juros neutra (ou estrutural, como se refere o Banco Central), é aquela que permite o crescimento econômico sustentável sem provocar pressão inflacionária ou mesmo desinflacionaria. Ou seja, é o nível de juros que matem o crescimento equilibrado, com a inflação ancorada na meta.

Apesar de não ser possível identificar com clareza o atual patamar de juros neutro no Brasil (necessário teste real para confirmar os cálculos), estima-se que esse ponto esteja oscilando entre 6% a 7%. Considerando uma estimativa pessimista para a taxa de juros neutra em 7%, está praticamente sacramentado o rompimento da mínima histórica da taxa Selic no médio prazo.

Por quê? O Banco Central ressaltou em seu comunicado que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, taxa de juros (Selic) abaixo da taxa estrutural. Além disso, a autoridade monetária vê como adequada, para as próximas reuniões, uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária, antevendo encerramento gradual do ciclo.

Atenção para o uso das expressões “moderada” e “gradual”, palavras-chave de orientação dovish de política monetária adotadas por banqueiros centrais do mundo inteiro. Na primeira parte, a expressão moderada revela intenção de redução do atual ritmo de flexibilização de 1 p.p. para 0,75 p.p. no próximo encontro a ser realizado nos dias 24 e 25 de outubro e possível nova redução de 0,75 p.p. para 0,50 p.p. no encontro dos dias 5 e 6 de dezembro. A Selic, portanto, fecharia 2017 aos 7,00%.

Na segunda parte, o Banco Central usa o gradualismo para antever o encerramento do atual ciclo de cortes da taxa Selic, ou seja, apesar de ser possível enxergar o fim da linha, ainda não estamos perto de alcançá-la. Essa passagem do comunicado transmite a ideia de pelo menos mais uma nova rodada de corte no início de 2018, o que jogaria a taxa Selic abaixo do então patamar de juro neutro.

Em outras palavras, o cenário traçado pelo comunicado do Copom divulgado nesta quarta-feira cria expectativa de uma taxa básica de juros entre 6,50%/6,75% ao ano já no início de 2018. Considerando a expectativa de inflação suavizada nos próximos 12 meses do Boletim Focus (4,19%), a taxa de juro real no Brasil tende a oscilar em torno de míseros 2,50% baixo no próximo ano.

Para a economia, a queda do juro nominal e do juro real será positiva para impulsionar a retomada do crescimento. Por outro lado, para os investidores conservadores brasileiros, mal acostumados com o longo período de juros elevados, o novo panorama será uma tremenda dor de cabeça.

Empurrados pelo Banco Central, muitos investidores deverão abandonar posições em pós-fixados para buscar ativos de risco no mercado de capitais, ou mesmo na economia real. Quando a taxa Selic caiu para mínima em 7,25% na gestão anterior, muitos seguraram posições em função da nítida insustentabilidade do movimento. O tombo no passado foi forçado, o mercado estava mal humorado e as expectativas de inflação estavam altas.

Desta vez o quadro é diferente. Não há expectativa de inflação acima do centro da meta (pelo contrário), o que sustenta a política de afrouxamento monetário. O câmbio está comportado e não há represamento de preços administrados. É praticamente um outro mundo do ponto de vista exclusivo da política monetária.

O tombo da Selic é sustentado sobretudo pelo clima extremamente positivo no mercado de capitais a nível global, que tem feito investidores e gestores de fundos devorarem ativos de risco nas praças emergentes. O prêmio da LTN, que encostou nos 17% no final de 2015, afunda cada vez mais no terreno de 1 dígito. Hoje, o título mais curto, com vencimento em 2020, está pagando 8,35% ao ano.

O contrato de juros futuros com vencimento em 2019 está pagando 7,62%, apresentando um prêmio relativamente pequeno frente a expectativa para a taxa Selic no curto/médio prazo. O contrato de 2019 conseguiu romper, inclusive, o piso registrado em 2013 quando a Selic caiu para os 7,25%, revelando o quão está otimista o mercado.

DI2019

Nas pontas mais longas, as mínimas de 2013 já estão sendo alcançadas. O contrato de juros futuros com vencimento em 2022 está pagando 9,35%, pouco acima dos 9,16% registrados em 2013.

Mesmo diante do gravíssimo quadro fiscal (o que coloca em dúvida a estabilidade de juro real muito baixo no Brasil em longo prazo) os investidores continuam eufóricos na ponta longa dos juros futuros. O risco dos contratos longos pode ser considerado elevado em relação ao prêmio praticado hoje, mas o foco do fluxo parece estar no ganho de curto/médio prazo a favor da tendência e não no carregamento da posição.

Na bolsa de valores (BOV:IBOV) o clima de otimismo prevalece sobre os negócios, retardando cada vez mais um necessário movimento natural de realização de lucros. A estrela cadente de terça-feira, seguida por o marubozu desta quarta-feira, colada na bollinger superior, em sobrecompra elevada, numa pernada consolidada, sinaliza excesso de euforia a curtíssimo prazo, esticando preços de forma atípica.

BVSP

Apesar do risco de realizações naturais no curtíssimo prazo, o mercado segue dentro de um ciclo bullish identificado há cerca de um ano e meio atrás.

Comentários

  1. Christian diz:

    Por favor, postem um dolarizado do IBOV

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