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Dólar dispara após aprovação de orçamento nos EUA e puxa juros; moeda sobe para R$ 3,28

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O dólar disparou no mercado brasileiro após a aprovação no Congresso dos Estados Unidos da proposta de orçamento fiscal para o país para 2018, que abre espaço para a proposta de redução de impostos do presidente Donald Trump. O receio do mercado é que o corte de impostos incentive o consumo nos EUA e, com ele, a inflação, e obrigue o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a subir mais e mais depressa os juros.

No mercado à vista, o dólar comercial subiu 1,22%, para R$ 3,284 para venda e, no turismo, 1,79%, para R$ 3,42. No mês, o dólar comercial acumula alta de 3,5%. Os juros futuros também subiram, com a expectativa de que a alta do dólar provoque mais inflação pela elevação dos preços dos produtos importados ou mesmo dos exportados, que têm seu preço referenciado na moeda americana. Inflação mais alta limitaria o espaço para cortes de juros ou mesmo a manutenção das taxas mais baixas. O contrato para janeiro de 2019 projetando 7,38%, 0,14 ponto percentual mais que ontem, e o para janeiro de 2021, 9,2%, ou 0,3 pontos mais.

A vitória do presidente americano, por 216 votos a 212, indica um cenário ainda difícil para a aprovação das mudanças, mas já preocupou os mercados, que veem a mudança como um risco para a inflação e para os juros americanos. A expectativa dos líderes republicanos é aprovar a reforma tributária até o Dia de Ação de Graças, em 23 de novembro.

O receio do mercado mundial é uma aceleração da alta dos juros americanos, explica Bruno Foresti, gerente de câmbio do Grupo Ourinvest. “Entra a lógica de menos impostos, mais consumo, mais juros e dólar mais forte”, diz. O corte dos impostos é estimado em US$ 1,3 trilhão nos próximos 10 anos, dinheiro que poderá ir para o consumo, observa o executivo.

O movimento, porém, não é apenas no Brasil, mas no mundo todo, já que a alta dos juros valoriza o dólar em relação a todas as demais moedas, em especial às de países de economia mais fraca, como os emergentes. “É um movimento global”, afirma Foresti. O euro perdeu 1,3% diante do dólar, a libra, 0,80%, o franco suíço 0,7% e o dólar canadense 1,3%. Entre os emergentes, a lira turca e o rand da África do Sul, referências para o real, caem 1,5%. “Nesse ponto, nossa queda é ate menor, pois já vínhamos desvalorizando o real há mais tempos por fatores internos, como incerteza com as reformas e queda dos juros”, explica.

Há fatores positivos que poderiam fortalecer o real, como o resultado das contas externas de setembro, que veio com superávit, e a vitória do governo no Congresso, que pode abrir espaço para uma tentativa de aprovação da reforma da Previdência. Ocorreram também algumas captações grandes de empresas brasileiras no exterior que indicariam a entrada de recursos no país, além do bom desempenho das exportações e a expectativa com os leilões do pré-sal, que devem atrair estrangeiros. “Mas hoje esses fatores não contam, é só o cenário externo”, explica.

A alta do dólar deve ser vista, porém, com cuidado, afirma Foresti. As reações iniciais podem estar sendo exageradas e a moeda americana tem espaço para voltar um pouco no médio prazo. E, se a alta se consolidar, aí sim haverá impactos maiores sobre a inflação e talvez sobre os juros. Foresti diz que o Ourinvest trabalhava com uma taxa Selic de 6,75%, com mais um corte, de 0,25 ponto em fevereiro. “Mas vamos ter de acompanhar, há muito tempo até lá e precisamos ver os desdobramentos aqui e lá fora desses eventos, inclusive a substituição de Janet Yellen no comando do Fed”, lembra. Trump prometeu escolher um novo nome para o banco central americano nos próximos meses e a preocupação dos mercados é que o escolhido seja mais duro com a inflação e suba mais os juros.

Na bolsa, o Índice Bovespa fechou o dia em baixa de 1%, aos 75.896 pontos, com volume de R$ 8,460 bilhões.

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