O volume de emissões de ações no mercado brasileiro atingiu nos nove primeiros meses de 2017 o maior patamar desde 2013, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima).
Foram emitidos R$ 26,9 bilhões em ações de janeiro a setembro deste ano, contra R$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2016. Em 2013, o volume de emissões chegou a R$ 23,8 bilhões.
O levantamento inclui a venda de ações de empresas estreantes na bolsa (IPO), de novas ações de empresas já listadas (oferta primária) e também de ações já existentes (oferta secundária).
Do volume emitido até setembro deste ano, R$ 18 bilhões (ou 67,1%) correspondem a novos recursos captados (emissão primária de ações), sendo R$ 14,2 bilhões em IPOs. As emissões de distribuição secundária (ações já existentes) somaram R$ 8,8 bilhões.
“O que ajuda muito [a retomada do mercado de ações] é isso: estabilidade e a taxa de juros e a inflação baixa”, disse José Eduardo Laloni, diretor da Anbima, em coletiva com jornalistas.
Há a expectativa de novas emissões primárias ainda em 2017, com Neonergia, Vulcabras Azaleia e Eneva Energia já com ofertas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais.
Segundo Laloni, o primeiro trimestre do ano que vem deve ser aquecido para o mercado de ações por conta das eleições em outubro.
“Nenhuma empresa vai querer deixar para fazer suas captações mais para frente porque sempre tem a possibilidade de ter um ambiente mais volátil [por conta do cenário político]”, disse, ponderando que a concentração das operações no início do ano não deve ser tão grande porque “o ambiente [macroeconômico] está muito bom”.
O volume total de ofertas no mercado de capitais, que inclui as captações em renda fixa (títulos de dívida e fundos) dentro e fora do país, atingiu R$ 176,3 bilhões de janeiro a setembro, número 32% maior do que o observado no mesmo período de 2016.
Fonte: G1