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Trégua entre mercado e política está com os dias contados

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A tese de descolamento entre economia e política está com os dias contados. As incertezas em torno do desenrolar da agenda de reformas, alimentadas pela proximidade das eleições de 2018, impedem fôlego adicional dos mercados. Na visão de analistas, pronunciam um cenário tumultuado para os ativos brasileiros no ano que vem.

Em meio às dificuldades de quórum para votar a segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara e a notícia de internação do presidente no Hospital do Exército, o dólar chegou a subir ao longo do dia antes de fechar a quarta-feira (25) em baixa de 0,07%, cotado em R$ 3,2451 na venda – também sensível à sucessão do Federal Reserve que pode culminar em nome favorável a uma subida mais firme do juro básico americano.

Na visão de Natalia Kornela Setlak, analista do banco sueco Nordea, o câmbio está fora do lugar: “A economia está se recuperando lentamente, mas as finanças públicas permanecerão vulneráveis por mais tempo, os riscos políticos geralmente são elevados e o câmbio está muito forte em relação ao seu valor justo em torno de R$ 3,50, o que, em geral, indica que a história de apreciação do real de 2016 e 2017 é improvável que se repita em 2018.”

“A conjunção de encargo fiscal e de dívidas continuam a aumentar. Acreditamos que é hora de começar a avaliar o risco político de a reforma da Previdência não ser aprovada pelo Congresso em 2017 ou 2018”, avalia Dev Ashish, economista do Société Générale. Para ele, esta situação trará  “severas consequências” para o real, inflação e juros.

Atento aos riscos do calendário eleitoral, o mercado já precifica um diferencial de taxas de juros de curto e longo prazo na BM&F. Nesta quarta-feira, os juros futuros recuaram antes da decisão do Copom, que reduziu a Selic de 8,25% ao ano para 7,50% ao ano. Ao fim do dia, o contrato de juros futuros para janeiro de 2019 mostrava taxa de 7,24%, enquanto aquele para janeiro de 2023 mostrava taxa de 9,59%.

Outro termômetro é o risco Brasil medido pelo contrato de swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos. Depois de tocar em mínimas de 2017 (perto de 170 pontos), se  aproximou de 175 pontos nesta quarta-feira. O Credit Default Swap é uma espécie de seguro contra o calote de dívidas públicas ou privadas. Quanto maior a pontuação, maior é o risco atribuído ao tomador de recursos.

A consultoria do economista Nouriel Roubini concorda com Henrique Meirelles: se a reforma da Previdência não sair agora, dificilmente passará em 2018. Indo além, caso o plano do governo de votá-la em novembro fracasse, a Roubini Global Economics vê chances de medidas paliativas elevaram o risco de populismo nas eleições de 2018.

O ministro da Fazenda declarou que outras iniciativas terão de ser adotadas caso a reforma não seja aprovada, como cortes de gastos e até a suspensão do pagamento do abono salarial do PIS/Pasep. “Isso teria um efeito imediato no crescimento e certamente seria recebido negativamente pelos mercados”, diz relatório da RGE assinado por Pedro Tuesta e obtido pelo Money Times.

Day after

De acordo com cálculos, da consultoria política Pulso Público, Temer deverá sobreviver à votação da denúncia, mas com um saldo de votos inferior ao da primeira vez. O somatório de votos “sim” entre os partidos da base, com ausências e abstenções, deverá se situar perto de 230. Por trás da piora do desempenho, a Pulso cita a “toxicidade eleitoral de Temer” com a proximidade de 2018, o desgaste no relacionamento com partidos da base (Democratas) e o maior desequilíbrio na composição dos ministérios.

“Com o governo limitado em sua capacidade de dominar a agenda legislativa e o fim do processo de reforma política, há mais espaço para a aprovação de propostas que atendam a grupos de interesse específicos e com temas que ficam, costumeiramente, à margem da agenda prioritária”, diz análise macro assinada por Vitor Oliveira, cientista político e diretor da Pulso Público.

Fonte: Money Times

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