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Inflação acelera, mas o mercado vira a mão

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Os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos colocaram fim às expectativas de cenários macroeconômicos criadas nas últimas semanas.

Havia temor de mudança na estratégia de política monetária conduzida até então pelo FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos), saindo de uma postura extremamente cautelosa para um processo mais duro de aperto monetário e desalavancagem financeira. O ponto chave está na trajetória de inflação de médio e longo prazo. Uma aceleração do processo de retomada da inflação poderá forçar o FED rever sua estratégia de política monetária.

Os números informados pelo Departamento de Trabalho ratificam o temor criado nas últimas semanas. O Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,5% no mês de janeiro, bem superior a alta de 0,2% registrada em dezembro. Na base anual, entretanto, a inflação permaneceu inalterada em 2,1%.

Já o núcleo de inflação, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% em janeiro, frente a alta de 0,2% registrada em dezembro, ritmo mais forte desde janeiro de 2017. Na base anual, entretanto, o núcleo de inflação permaneceu inalterado em 1,8%.

Apesar do avanço mensal, o fato de a inflação e seu núcleo terem permanecidas inalteradas na base anual, em função dos efeitos do calendário, permitiu o fortalecimento de um viés menos pessimista por parte do mercado a curtíssimo prazo.

A inflação está ganhando força nos Estados Unidos, antes mesmo de o amplo pacote de reforma tributária começar a causar efeitos sobre a economia, o que não deixa de ser um ponto preocupante para o balanço de riscos para a inflação a médio e longo prazo.

Uma das principais fontes de preocupações que dominaram os pregões nas semanas anteriores foi confirmada nesta quarta-feira. O mercado, por sua vez, que vinha num clima muito pessimista, simplesmente virou a mão nesta semana, mesmo com o ambiente desfavorável dos indicadores econômicos.

Ao mesmo tempo em que correm notícias apontando que a inflação elevada é resultado de uma economia forte e saudável (portanto, motivo mais do que suficiente para se comprar ações), as vendas no varejo, que vieram bem piores do que o esperado, são justificativa no noticiário para o FED não alterar sua estratégia de política monetária (portanto, motivo mais do que suficiente para se comprar ações), pois a economia não estaria reagindo de forma tão forte e saudável como o esperado.

Ambas as justificativas estão longe de alcançar o sinal ideal para compra de ações. O fato é que Wall Street, até então vendida, virou a mão fortemente para a compra desde segunda-feira. O movimento é surpreendente, mas perfeitamente aceitável.  Na verdade a força compradora tem sido dominante desde o momento em que os preços tocaram ou se aproximaram de suas respectivas médias móveis simples de 200 períodos diária.

Investidores simplesmente abriram posições compradas após os preços se aproximarem rapidamente das médias, porém sem ameaçar rompimento descendente. Esse movimento se iniciou no final do pregão de sexta-feira e por enquanto, permanece dominante.

Brasil

Fechado na segunda e terça-feira, a reabertura do mercado local descontou o atraso dos últimos dois dias sobre as demais bolsas de valores do mundo inteiro, que acumulam ganhos significativos nesta semana. O Ibovespa saltou 3,27%, confirmando o piso formado na região psicológica dos 80k na tarde da última sexta-feira.

O dólar despencou 2,27%, para R$ 3,22, voltando para a média móvel simples de 200 períodos diária, ameaçando rompimento descendente. O recuo no câmbio arrastou os contratos de juros futuros, que fecharam em baixa. Os juros da ponta curta voltaram para mínimas recordes, enquanto os juros da ponta longa conseguiram se distanciar um pouco do patamar de dois dígitos.

A retomada dos preços das commodities também contribuiu para a forte virada de mão na praça brasileira. O índice CRB Jefferies Reuters saiu de 187,35 na mínima de sexta-feira passada para 192,39 pontos no pregão encerrado hoje. O preço do minério de ferro na bolsa de Dailan (China) subiu 2,57% nesta quarta-feira, ajudando impulsionar a alta de quase 6% nos papéis da Vale.

TOP 5 do Focus

O grupo de 5 profissionais que mais acertam projeções no boletim Focus revisou a expectativa para a taxa Selic a 6,75% neste ano, superior aos 6,50% projetados anteriormente. Para 2019, a expectativa se manteve inalterada em 8%.

A mudança na projeção para a taxa Selic deste ano pelo TOP 5 reforça o quadro de que o mercado local começa a entender o recado do Banco Central emitido no último comunicado. Ou seja, muito possivelmente a taxa básica de juros atingiu seu piso neste mês de fevereiro.

Treasury

A reação compradora observada na bolsa de Nova York também está atipicamente descorrelacionada com o movimento nas Treausyrs. A taxa de juros do título do tesouro norte-americano de 10 anos alcançou 2,91% nesta segunda-feira, novo recorde dos últimos três anos, mas, diferentemente das outras ocasiões, o mercado de ações reagiu para cima.

Pagando 2,91%, a Treasury de 10 anos segue revelando que o temor de uma mudança na política monetária do FED persiste no mercado de títulos da dívida soberana local, não por acaso os investidores estão vendendo Treasurys, na expectativa de que as taxas possam alcançar níveis ainda mais elevados.

Esse temor sumiu do mercado de ações nos últimos dias, o que pode ser uma sinalização de movimento temporário de descorrelação.

Japão

A economia japonesa cresceu 1,6% no ano calendário de 2017, registrando o aumento mais acelerado desde 2013. Além disso, a economia alcançou a mais longa trajetória contínua de crescimento desde a década de 1980, marcada pelo crash do Nikkei e início da deflação.

A manutenção da trajetória de crescimento no Japão poderia levar a nova especulação do mercado sobre redução do agressivo programa de estímulo monetário, porém, a inflação muito baixa e distante do centro da meta ampara a estratégia agressiva do primeiro-ministro, Shinzo Abe, e do presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda.

China

O Banco Popular (Banco Central da China) deu uma pausa em seu processo de desalavancagem financeira nesta quarta-feira ao afirmar que alcançou o resultado previamente esperado. A autoridade monetária local estava combatendo nos últimos meses potenciais riscos sistêmicos frente ao excesso de crédito na economia, onde parcela desconhecida possui qualidade duvidosa.

Apesar da pausa, o Banco Popular considera que o nível geral da alavancagem no sistema ainda é alto, especialmente sobre a dívida de empresas estatais. Possivelmente a desalavancagem ocorreu de forma inexpressiva nesses últimos meses, com a pausa na estratégia sendo um movimento tático frente ao aumento da volatilidade no mercado financeiro mundial.

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