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Investidor vai buscar mais risco e prazos maiores para compensar juro menor; CRI e CRA devem crescer

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A queda no juro básico para 6,75% ou menos este ano traz uma tendência de crescimento das aplicações das pessoas físicas em investimentos com maiores níveis de risco, afirma José Rocha, presidente do comitê de varejo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Isso vale para fundos, com maior interesse por multimercados ou de ações, além de papéis ligados a empresas com isenção de imposto de renda, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou do Agronegócio e debêntures de infraestrutura, . “O cliente vai precisar mais do suporte dos consultores e especialistas de corretoras, pois papéis como CRI e CRA têm o risco de crédito da empresa emissora”, lembra. Mas, no varejo, a poupança vai continuar sendo destaque, mesmo com rentabilidade mais baixa pelas regras da nova poupança, que prevê um rendimento equivalente a 70% da taxa Selic.

Além disso, os clientes de maior renda, no segmento de private banking, vão precisar alongar os prazos de suas aplicações de renda fixa e abrir mão da liquidez a qualquer momento para compensar a queda dos juros e a tributação, afirma João Albino, presidente da Comissão de Private Banking da Anbima.

Rocha acredita que outros papéis isentos, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) devem ainda continuar com sua oferta em baixa, pelo desaquecimento da economia, que reduz os empréstimos que seriam usados pelos bancos como garantia para lançar esses papéis. A vantagem é que, como as LCI e LCA são emitidas pelos bancos, elas têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGV), de R$ 250 mil por CPF. “Com a expansão da economia, devemos ter uma expansão do crédito este ano, como mostram os primeiros indicadores dos balanços dos grandes bancos”, diz. “Se a retomada do crédito vier mesmo, pode haver uma maior oferta de lastro para as LCI e LCA, mas é cedo ainda para contar com isso pois este ano é ano de eleição presidencial e é preciso observar o desenrolar dos próximos meses para ver a criação desse lastro”, explica.

Já João Albino lembra que no segmento private as LCA e LCI são muito demandadas. “A reativação vai trazer algum lastro, mas se não tiver, o cliente vai se sentir atendido com CRA e CRI e debêntures”, diz. A questão, lembra, é que esses papéis têm um risco maior, mas a oferta será mais abundante. Outras opções serão os fundos imobiliários e os fundos de participação, os FIPs, ou de private equity, que investem em empresas fora da bolsa. “O grande desafio com juros de 6,75% ao ano é ter produtos que reflitam a economia real, por isso fundos imobiliários e de private equity devem ser destaque para 2018.”

Mais investimento no exterior

Outra tendência com o juro baixo é de aumento de investimento no exterior, afirma Albino. “Com juros de 6,75%, é lógico que deve haver maior procura por investimentos lá fora”, diz, acrescentando que o investidor que adota essa estratégia não está pensando em um ou dois anos. mas em décadas. “Para o cliente chamado de High (alta renda) ou Ultra High (Altíssima renda), é salutar ter alguma posição no exterior, e há alguns que têm investimentos fora há décadas”, explica Albino. “Mas agora deve ter um movimento natural de aumento de alocação, que já tem 30%, 40% deve manter, mas quem tem menos, 10% ou nada, deve iniciar a experiência de ter algo lá fora”.

O setor de fundos pode ajudar nessa internacionalização com carteiras que permitam a investidores com valores menores também aplicarem lá fora. “Há custos para manter uma aplicação no exterior, de conta, serviços, e é preciso ter estruturas que limitam a aplicação direta a valores mais altos’, explica Albino. Muitos bancos não fazem operações no exterior para clientes com menos de R$ 5 milhões. “Para o cliente da base da pirâmide é mais difícil, mas há instrumentos como fundos no exterior que permitem ter aplicações lá fora com valores menores”, diz.

Taxa de administração e gestão terão maior peso

Outra tendência do mercado com os juros menores é um cuidado maior com as taxas de administração cobradas pelos fundos. Rocha afirma que já vem ocorrendo uma queda dessas taxas nos últimos anos. “Mas o que deve ocorrer agora é uma separação mais clara dos fundos de gestão passiva, que acompanham os índices de mercado apenas, e os de gestão ativa, nos quais o gestor faz a diferença”, explica. Rocha acredita que os fundos passivos devem ser os que sofrerão mais com a questão das taxas de administração em um ambiente de juros menores.

Ele espera também que a poupança continue atraindo os investidores de varejo. “A caderneta é muito forte nesse público de varejo tradicional, e o porto seguro”, diz. Além disso, o pequeno investidor é muito conservador. “E  poupança está na cultura dele, mesmo com rendimento menor”, explica. Claro que alguns podem migrar para outras aplicações mais rentáveis, testar novos produtos e isso deve se ampliar. “Mas nossa visão é que a poupança vai ser atrativa para o varejo tradicional e manterá participação relevante nas carteiras”.

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