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Selic a 6,75% mantém poupança melhor que fundo com taxa acima de 1%; Anefac prevê repasse maior no crédito

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Com a redução da taxa Selic (juro básico da economia) de 7% para 6,75% ao ano — a mais baixa da história — a caderneta de poupança deve manter-se mais atrativa que os fundos de renda fixa, sobretudo nas aplicações de menor valor, em que as taxas de administração cobrada pelos bancos são maiores. O corte da Selic, isoladamente, ainda que positivo para a economia, terá efeito muito pequeno nos investimentos e na tomada de empréstimos. Mas é possível que os bancos decidam promover repasses maiores nos juros do crédito ao consumidor.

A avaliação é do diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira. Embora diversos bancos e instituições financeiras projetem novo corte da Selic em março, data da próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para casa dos 6,50% ao ano, ele não acredita em alteração da taxa básica antes do segundo semestre deste ano.

“A tendência é que o BC seja mais conservador e mantenha a Selic no mesmo patamar nos próximos meses, a não ser que ocorram mudanças que exijam sua elevação. Mas não acredito em outra redução em março, diante de um cenário externo com possibilidade de alta dos juros nos EUA e, internamente, fatores de incerteza como dificuldades na aprovação da reforma da Previdência, eleições presidenciais e volatilidade no dólar”, ressalta Oliveira.

Para a Anefac, bancos poderão fazer repasse maior que a queda da Selic no crédito ao consumidor

Mas o diretor da Anefac não descarta que os bancos, com a recuperação gradual da economia (melhora de emprego, consumo, inflação baixa e queda na inadimplência), e diante da gordura acumulada nas taxas de juros ao consumidor desde 2013, façam a partir de agora algum repasse um pouco superior à queda da Selic na ponta dos empréstimos.

“As taxas ao consumidor continuam muito elevadas e descoladas da Selic. Além disso, com o juro básico menor, os bancos têm menos espaço para ganhos de tesouraria, e precisam ampliar as carteiras de crédito para melhorar sua rentabilidade”, analisa Oliveira. A partir do segundo semestre, também em função do cenário internacional e do aquecimento esperado para a economia brasileira, ele acredita que a tendência passa a ser de alguma elevação da taxa Selic.

Juros para pessoa física recuam da média de 133,61% para 133,09% ao ano

Na ponta das operações de crédito, ressalta a Anefac, a redução da taxa básica de juros de 7,00% ao ano para 6,75% ao ano terá um efeito “muito pequeno”. Isso ocorre porque existe um grande descolamento entre Selic e juros cobrados do consumidor que, na média da pessoa física, atingem 133,61% ao ano, gerando variação de mais de 1.800% entre as duas pontas.

Com o repasse da nova queda da Selic, os juros médios cobrados da pessoa física, segundo estima a Anefac, passam de 133,61% para 133,09% ao ano, ou seja, na variação mensal, de 7,33% para 7,31%. Numa operação de R$ 3 mil no crédito rotativo do cartão, por exemplo, considerando utilização por 30 dias, a taxa média dos bancos cai de 12,74% para 12,72% — e o valor dos juros recua apenas R$ 0,60, de R$ 382,20 para R$ 381,60. Num CDC de veículos, a taxa média cai de 2,01% para 1,99% ao mês, e parcela num financiamento de R$ 40 mil (60 meses) passa de R$ 1.153,51 para R$ 1.147,93 — uma economia de apenas R$ 5,57 por parcela.

Isenção de IR e de taxa de administração mantêm poupança atraente

Nas aplicações, Oliveira destaca que o importante é, antes de decidir onde investir, ficar atento, principalmente em relação aos fundos com taxas de administração superiores a 1% ao ano.

“É preciso observar que a caderneta de poupança tem seu ganho garantido por lei (TR + 6,17% ao ano) e não sofre tributação, enquanto os fundos de renda fixa são tributados com imposto de renda sobre rendimentos”, explica. Além disso, lembra que quanto menor for o prazo de resgate, maior será a a incidência de imposto, e quanto menor o valor aplicado, mais elevada tende a ser a taxa de administração cobrada.

Investidor deve comparar opções, considerando custos e prazos de resgate

Com a nova Selic em 6,75% ao ano, o rendimento da poupança antiga e da poupança nova passam a ter rendimento alterado de TR + 6,17% ao ano para 70% da taxa básica, acrescido da variação da TR. Nas aplicações em fundos com prazo de resgate até 6 meses, a alíquota do IR é de 22,50%; naquelas com resgate entre 6 meses e 1 ano, o IR cai para 20,00%; nos prazos entre 1 ano e 2 anos, recua para 17,50%, e nos resgates mais longos, acima de dois anos, para 15,00%.

Considerando taxa de administração cobrada pelos bancos entre 0,50% ao ano e 3,00% ao ano (padrão utilizado no sistema financeiro), simulações feitas pela Anefac mostram que tanto a poupança antiga como a nova já ganham dos fundos na maioria das situações, perdendo apenas para aqueles com taxas de administração inferiores a 1% ao ano.

Exemplos mostram efeito em investimento de R$ 10 mil

Oliveira menciona alguns exemplos para deixar claro o efeito da nova queda da Selic nas aplicações, tendo como parâmetro um investimento no valor de R$ 10 mil, pelo prazo de 12 meses e considerando Selic estável em 6,75% ao ano.

Nessas condições, uma pessoa que tivesse aplicado na poupança antiga teria acumulado de rendimento R$ 617,00 (6,17% ao ano), totalizando valor aplicado de R$ 10.617,00; na poupança nova, acumularia rendimento de R$ 473,00 (4,73% ao ano), totalizando valor aplicado de R$ 10.473,00.

Já se a pessoa optasse por um fundo de investimentos com taxa de administração de 0,50% ao ano, teria acumulado de rendimento o valor de R$ 516,00 (5,16% ao ano) totalizando um valor aplicado de R$ 10.516,00. Em um fundo de investimentos com taxa de administração de 3,00% ao ano, este investidor teria acumulado rendimento de R$ 366,00 (3,66% ao ano), somando valor aplicado de R$ 10.366,00.

Confira simulações de investimento:

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Em amarelo – Poupança é melhor investimento
Em vermelho – Fundo é melhor investimento
Em cinza – Fundo e Poupança têm o mesmo rendimento
Fonte: Anefac,

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