As ações de empresas de menor valor de mercado, as small caps, costumam se sobressair em períodos após forte alta dos índices, que reúnem os papéis mais líquidos.Em geral, as small caps ficam em segundo plano na preferência dos estrangeiros por possuírem menor liquidez, e acabam demorando um pouco mais para subir. E, em geral, são influenciadas mais por fundamentos do que por movimentos de fluxo de recursos.

Entre as oito small caps mais indicadas em março por cinco corretoras, há muitas empresas ligadas ao consumo, por conta da recuperação da economia, como um banco de menor porte, o ABC Brasil (ABCB4), que deve acompanhar a retomada do crédito, a Ser Educacional (SEER3), do setor de educação, duas construtoras, EZTec e Tenda (TEND3), e uma empresa de restaurantes, a IMC (MEAL3), dona da rede Frango Assado. Já ligada ao setor industrial, a Iochpe Maxion (MYPK3) se beneficia da retomada das montadoras de veículos, que vão precisar de mais rodas e chassis. A locadora de carros Movida (MOVI3) também se beneficiará da retomada da atividade e do turismo e a Copasa (CSMG3) aparece como opção mais segura de desempenho.

No caso da EZtec, mesmo com o cenário econômico desafiador a empresa seguiu apresentando boas margens nos últimos anos e sólida posição de caixa, neste caso reforçado pela alienação da Torre B do empreendimento comercial EZ Towers a Brookfield, observa a Magliano Investimentos. “Com os sinais de retomada da atividade econômica, estabilidade e viés de melhora nas condições de crédito no país, acreditamos que a Cia. apresente melhoras de margens ao longo dos próximos trimestres”.

Já Iochpe-Maxion reflete a visão otimista de retomada da indústria automobilística no ano de 2018, segundo a Magliano. Indicadores econômicos mostram com mais clareza um padrão de retomada do consumo, indexado a uma gradual queda nos índices de desemprego. Os recentes cortes nas taxas de juros observados durante todo o ano de 2017 também tendem a colaborar para o reaquecimento econômico e incentivo ao consumo.

Neste contexto, o setor automobilístico tende a apresentar um bom desempenho ainda mais quando observado os elevados níveis de demanda reprimida pelos últimos três anos de recessão, o que tende a beneficiar ainda mais produtores de bens duráveis como automóveis.

No caso da Movida, a Magliano segue otimista com o setor, principalmente pela questão de ter flexibilidade em incrementar receita via aluguel ou venda de seminovos, o que cria uma condição estratégica de manter equilíbrio em sua geração de caixa ao longo do tempo.

Além disso, merece ser observada dentro do contexto de retomada no crescimento econômico e a chegada das eleições no próximo ano, período em que sazonalmente ocorre uma demanda adicional por locação de veículos durante as campanhas eleitorais, o que, na avaliação da Magliano, pode representar uma boa oportunidade para a companhia. Estreante na bolsa no ano de 2017, a Movida é a segunda maior locadora de carros do Brasil e segue com perspectivas de ganhos de margens para o ano de 2018.

Já o Bradesco indica a ação do ABC Brasil em sua carteira small caps citando o retorno sobre o patrimônio de 14% a 15% e a excelente posição de capital, que permite à instituição crescer a carteira de crédito.

Copasa deve se beneficiar do fluxo de caixa crescente e seu desconto em relação à Sabesp, avalia o Bradesco. Já a Tenda tem a plataforma mais ágil e eficiente na segunda faixa de renda entre as construtoras da baixa renda atuantes no programa Minha Casa Minha Vida, e está exposta apenas à maiores regiões metropolitanas do país., diz o banco. Em termos de avaliação, as ações da Tenda são as mais descontadas na cobertura do Bradesco, sendo inclusive negociadas abaixo do valor patrimonial.