Com a divulgação dos resultados do quarto trimestre e teleconferências das companhias, os analistas vão refazendo suas contas sobre o quanto as empresas devem pagar de dividendos e lucro sobre capital este ano. As ações de dividendos ganharam um atrativo extra com a queda dos juros, que torna os lucros distribuídos pelas empresas, isentos de imposto, mais atrativos. E a melhora da economia pode tornar esses lucros maiores, ampliando os dividendos e os juros sobre o capital distribuídos pelas companhias. Além disso, por sua remuneração mais estável, essas ações costumam sofrer menos em períodos de turbulência, como o atual.

Neste mês, o destaque das indicações das corretoras nas carteiras de dividendos é a Smiles, com cinco indicações entre oito corretoras. No total, sete ações receberam mais de três indicações. Já os retornos em dividendos estimados pelas corretoras chegam a 10% ou mais, casos de Taesa ON, AES Tietê e MRV. São, porém, estimativas feitas a partir dos lucros projetados.

Para o Santander, que incluiu a ação neste mês em sua carteira de dividendos, a Smiles aparece como preferência no setor de programas de fidelidade. A recomendação da corretora é comprar, com preço justo de R$ 104,00, com forte expectativa de crescimento do lucro entre 2017 e 2018, aumento do portfolio cartões co-branded, ganho de mercado além dos atuais 38% e na capacidade da companhia em expandir suas operações nos mercados internacionais.

O banco acredita que o projeto de lei 2.303/2015, que trata da regulamentação das moedas virtuais e programas de milhagem, tem limitado o desempenho das ações da Smiles nas últimas semanas. Para o banco, embora o tema mereça atenção, que prevê mudança no prazo e na forma de resgates de pontos acumulados, o objetivo maior do projeto devem ser as moedas virtuais, e menos milhagem. O banco espera um crescimento de 20% nas receitas em 2018 e um retorno sobre capital investido perto de 100%, com uma projeção de retorno em dividendos (dividend yield) de 6,16% para este ano.

Já a Planner Corretora incluiu em sua carteira de dividendos Banco do Brasil, Cielo e CPFL Energia, com proventos já divulgados e com expectativa de bom retorno para os acionistas.

Confira abaixo as indicações de cada corretora e as estimativas de retorno em dividendos por empresa:

Fonte: Corretoras

Dividend yield = retorno anual em dividendos em relação ao preço da ação de acordo com o lucro projetado para o ano.