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Mulheres & Finanças: caminho da independência exige informação e planejamento

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Conquistar a independência financeira é fundamental para as mulheres, que cada vez mais assumem um papel de destaque na sociedade brasileira. O número de famílias chefiadas por elas chegava a 40% no ano passado, último dado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), sem contar as que ajudam no orçamento doméstico, em muitos casos controlando as contas do casal, ou as que assumem importantes cargos executivos em empresas. Não por acaso, as mulheres são vistas como mais equilibradas nas decisões financeiras, com uma visão de mais longo prazo de suas atitudes e suas consequências.

Essa independência envolve desde a capacidade de elaboração e controle do orçamento pessoal ou familiar até uma visão mais ampla que permita às brasileiras, de todas as camadas sociais, organizar melhor suas finanças e também investir de forma eficiente. Na visão da planejadora financeira certificada pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, Gisele Colombo de Andrade, entre as principais ferramentas nesse caminho estão a busca de informações, de conhecimento e a troca de experiências entre as próprias mulheres.

De olho na informação de qualidade

“Hoje há muito conteúdo de boa qualidade disponível gratuitamente na internet – seja em sites de escolas, órgãos reguladores, como a CVM (Comissão de Valores Imobiliários) e o Banco Central, entidades de proteção ao crédito, como o Procon, entre outras”, destaca a planejadora.

Dependência financeira pode levar à dependência emocional

Ela lembra que dependência financeira muitas vezes leva à dependência emocional. E que muitas mulheres que sofrem violência doméstica permanecem em relações abusivas porque não têm como sustentar a casa. “Violência patrimonial também é violência”, destaca.

Criando uma cultura de disseminação do conhecimento

Para Gisele, é preciso também criar uma cultura de disseminação do conhecimento de maneira informal. “Por que não organizarmos encontros entre amigas, procurando convidar pessoas que tenham conhecimento sobre finanças para uma troca de ideias?”, sugere.

Planejar orçamento, priorizar metas e não terceirizar decisões

Segundo a planejadora, aprender a fazer seu próprio orçamento, colocar seus projetos em ordem de prioridade, planejar o que fazer e cumprir são pontos fundamentais do caminho.”Em minha vida foi fundamental”, conta, acrescentando a importância de não se terceirizar decisões para quem quer que seja. “Temos capacidade de cuidar de nossas finanças, embora, às vezes, nos falte conhecimento – e isso a gente resolve estudando”, destaca.

Diferenças comportamentais entre os gêneros

Segundo a especialista, diversas pesquisas têm sido desenvolvidas tentando identificar diferença de comportamento entre gêneros no que diz respeito à forma de lidar com as finanças. “Estudos relevantes, como relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pesquisa feita há perto de três anos pela Universidade de Washington mostram que há algumas distinções”.

Dificuldade delas com conhecimento de finanças e investimentos

Em primeiro lugar, diz Gisele, as mulheres se declaram menos ‘letradas’ sobre finanças e têm até um certo preconceito de discutir o tema. “É muito comum, ainda, que as mulheres ‘terceirizem’os assuntos orçamentários, de planejamento financeiro e de investimentos para outras pessoas (irmãos, maridos, amigos, pais), o que acontece mesmo quando se trata de mulheres de elevado grau de formação e bem-sucedidas profissionalmente.”

Resultados médios de longo prazo mais positivos que o dos homens

Em contrapartida, a especialista lembra que um outro estudo, feito por uma grande gestora de fundos de investimento americana, com participação de quase cinco mil clientes, mostrou que, a princípio, as mulheres se declaravam pouco preparadas e até mesmo inseguras para gerenciar seus investimentos. Porém, ao analisar os resultados das carteiras após longo período de acompanhamento, a gestora identificou que as mulheres obtiveram resultados médios melhores que os homens.

Capacidade maior de suportar volatilidade

“A primeira conclusão dessa pesquisa, tentando entender o que fez a diferença a favor das mulheres no resultado da gestão das carteiras, foi o fato de elas serem dotadas de uma capacidade de suportar a volatilidade, porque pensam no futuro, nos objetivos mais concretos — e isso quer dizer que souberam tomar risco”, ressalta Gisele Andrade.

Aprimorando o orçamento em benefício do patrimônio no longo prazo

Com a quantidade cada vez maior de mulheres vivendo por conta própria ou sendo chefes de família, algo que já parecia intuitivo – como o orçamento doméstico – também vem sendo aprimorado em benefício do patrimônio no longo prazo, analisa a planejadora.

“Novamente, parece que as mulheres têm uma preocupação maior com a preservação de capital, por isso tomam riscos de forma mais planejada e se preparam para suportar as variações de mercado”, afirma, acrescentando que “isso evita o impulso tanto para investir em operações mais complexas, que elas julgam arriscadas ou pouco transparentes, como evita que realizem prejuízo”.

Segundo Gisele, é quase como dizer que as mulheres — lembrando sempre que pesquisas consideram os resultados mais marcantes, e que muitas pessoas não se enquadram no padrão — “têm uma paciência maior para esperar que o longo prazo as favoreça”.

Pesquisa mostra que mulheres investem 29% menos que homens

Segundo pesquisa do aplicativo de finanças pessoais GuiaBolso, baseada em dados de movimentação de contas, mesmo em faixas salariais semelhantes, as mulheres ainda costumam investir menos que os homens. O levantamento, realizado com 43.500 pessoas, mostra que elas economizam 29% a menos que eles.

Diferença de valor médio investido chega a 50% entre os que recebem salários maiores

As maiores diferenças ocorrem entre as faixas salariais mais altas. Entre as pessoas que ganham acima de R$ 10 mil até R$ 20 mil por mês, a diferença chega a 33%, e entre as que têm salários acima de R$ 20 mil até R$ 50 mil, alcança 50%. Já entre os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil mensais, foi verificada uma diferença de 17%.

Necessidade de empoderamento

Para os coordenadores da pesquisa, o fato de o investimento ser menor entre elas, mesmo quando se considera a mesma faixa salarial, levanta algumas questões, como o porquê de o assunto não ser tão difundido. “Pessoalmente, (creio que) é importante que as mulheres se empoderem para conquistar seu espaço”, lembra a diretora de marketing do GuiaBolso, Paula Crespi. “Quando se fala em ter uma boa saúde financeira, é preciso lembrar de não só olhar renda, gastos e dívidas, mas também atentar para se investir bem esta economia conquistada no dia a dia”, destaca.

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