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Portugal: importante polo turístico em crescimento

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Por: Carlos Silveira*

A balança de serviços portuguesa tem tido importante colaboração do setor de turismo do país, que apresenta entusiasmante crescimento nos últimos oito anos. O ano passado, por exemplo, foi excepcionalmente positivo. Os turistas deixaram no país, por dia em média, 41 milhões de euros e um total no ano da ordem de 15,1 bilhões de euros. Conforme dados do Banco de Portugal, a receita com turismo passou de 7,6 bilhões de euros em 2010, para 15,1 bilhões em 2017, praticamente duplicando no período. Outra constatação positiva é a de que o crescimento anual da receita, nos últimos quatro anos, foi superior a 10%, destacando-se o de 2017 de 19,5%, só superado pelo crescimento do ano da Expo, em 1998, de 20,7%.

A importância deste setor da economia portuguesa pode ser mais bem avaliada pelos seguintes dados relativos ao ano passado: Turistas que mais aumentaram os gastos: os brasileiros, com 45%; os americanos com 37% e angolanos, com 25%. O gasto dos chineses, que tem se revelado um caso à parte, cresceu 80%. O saldo da balança de turismo em 2017 aumentou em relação a 2016, 10,9 bilhões de euros. O crescimento da receita deste setor no ano foi da ordem de 19,5% e o da despesa de 11,5%. O setor hoteleiro registrou 57,5 milhões de diárias; 20,6 milhões de hóspedes, sendo 72,4% deles estrangeiros. O crescimento de diárias contratadas por brasileiros foi de 35,6% do total, seguido pelos americanos, com 33,4%. Os aeroportos nacionais receberam em 2017, 25,7 milhões de passageiros, com crescimento anual de 16,7%. Menor foi o número de passageiros nos cruzeiros, que cresceu moderados 1,7%.

A evolução que se percebe no setor de turismo português, país que sempre atraiu um relativo fluxo turístico em razão do tradicional custo/benefício que oferece ao visitante, hoje é muito estimulado pela visão empresarial do governo. Entrevista recente do ministro da economia, Manuel de Herédia Caldeira Cabral, à destacada revista local Exame, revela a preocupação do governo em promover um crescimento planejado, integrando setores econômicos que respondem com resultados recíprocos. A economia portuguesa, efetivamente, vem apresentando resultados positivos conforme demonstram alguns indicadores: A taxa de desemprego de mais de 10% em 2011, subiu para cerca de 20% em 2012, caindo para 8,1% ano passado; as exportações de bens que em 2011 estavam próximas de 10 bilhões de euros, atingiram 15,1 bilhões em 2017; as exportações de serviços também cresceram nesse período, passando de menos de 4,0 bilhões de euros, para 5,5 bilhões; o saldo da balança evoluiu de um déficit de 3% do PIB em 2011, para um superávit de 0,3% ano passado, com tendência de crescimento.

Conforme o ministro, “a estabilidade das políticas públicas também dá confiança. As empresas, mas também as pessoas sentem que estão a vir para um país seguro, estável e onde existe um consenso político muito alargado sobre a abertura ao investimento, às exportações e ao turismo. Às vezes, não temos total consciência da instabilidade que se está a viver na Europa, com Brexit e com fenômenos de instabilidade política em vários países… O crescimento em Portugal é equilibrado, porque acontece tanto em setores mais tecnológicos como em setores tradicionais como a agricultura, a indústria automotiva ou o turismo. O turismo esta a crescer cada vez mais. Em termos de receitas, subiu 19,7%, o que não se via desde a Expo’98.” Ainda, segundo o ministro, “a nossa estratégia de competitividade é uma estratégia com futuro, centrada em criar e apropriar valor. E é tão verdade para as indústrias da moda como é para os produtos alimentares ou para o turismo. No turismo, criou-se muito valor com as campanhas que puseram Portugal na moda. Estamos a evoluir muito mais para um turismo de qualidade do que só de baixo preço”.

Dados estatísticos indicam que o número de turistas apresenta grande crescimento nos últimos anos, mas as receitas com a atividade crescem o dobro desse valor. E, apesar desse crescimento os preços dos serviços de turismos continuam os mais baratos da Europa, atraindo agora visitantes de todas as partes do mundo e em qualquer época do ano. Além dos preços, destaque-se a excepcional segurança que o país oferece ao visitante (sem polícia militar, viaturas policiais, carros de combate do exercito, ambulância e bombeiros, e marginais de metralhadoras desfilando nas ruas) O movimento tem crescido mais na época de baixa do que na de alta, como resultado da correta política do governo. Não só Lisboa, Porto, Algarve e Ilha da Madeira atraem turistas hoje. Inúmeras regiões de Portugal estão agora no programa de investimento do governo, como Alentejo, o Centro e os Açores, e como resultado, foram as que mais cresceram. Nada como uma gestão profissional de um país, independente do seu tamanho, para gerar crescimento e riqueza para a população trabalhadora. São exemplos a serem estudados por governos “competentes”.


*Economista

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